Estudo 32/2022
Por, Thaisa Sanches Fernandes
Texto Para Leitura: Evangelho de Marcos: 6:6-13
Introdução
A maioria das pessoas querem ver suas cidades crescerem e se desenvolverem. Os cristãos, por sua vez, também desejam vê-las salvas e rendidas aos pés de Cristo. Acredito que essa era a vontade de Jesus, por isso foi a Nazaré, juntamente com seus discípulos, ensinar e anunciar o Evangelho da salvação.
Todavia, lá Ele foi rejeitado e, por causa da incredulidade do povo, não pode operar muitos milagres.
Com as portas fechadas pelos nazarenos, Jesus passou a percorrer, juntamente com os doze, os povoados vizinhos ensinando-lhes a Palavra de Deus.
Passado o período de “estágio”, Ele chamou os doze e os enviou, de dois em dois, dando-lhes autoridade para anunciar as Boas Novas, curar enfermidades e sobre os demônios; expandindo, com isso, Seu ministério.
Ensino e Aprendizagem
Desde o início do seu ministério, Jesus escolheu doze discípulos para estarem com Ele e; durante esse período, esses homens foram treinados pelo Mestre para darem sequência ao seu ministério.
Diante da santidade do Filho de Deus, eles se reconheceram pecadores, arrependeram-se das suas transgressões e foram salvos.
Eles se converteram verdadeiramente e deixaram tudo para seguirem Jesus.
No exercício do ministério, os doze viram o poder de Jesus sobre os espíritos malignos, sobre as enfermidades e sobre a morte. Eles aprenderam sobre a importância do jejum, da oração, do conhecimento da Lei de Deus, da pregação do Evangelho e da fé. Ou seja, eles estavam habilitados para, a partir de então, seguirem “sozinhos” na expansão do Reino; assim, inúmeras regiões poderiam ser alcançadas pelo Evangelho.
Ciente disso, os chamou e os enviou, de dois em dois, dando-lhes a mesma autoridade que estava sobre Ele.
Da mesma maneira, nós fomos alcançados pelas Boas Novas de Cristo. Fomos perdoados, salvos e libertos. Desfrutamos dos milagres do Senhor nas nossas vidas e aprendemos a Sua Palavra; por isso, hoje, Ele também nos chama e nos envia para darmos continuidade ao seu ministério.
Conhecer as Escrituras, a Deus e ao seu poder é, de fato, algo tremendo; mas, não passará de mero conhecimento, se não o compartilharmos com aqueles que nos cercam.
Nós podemos mudar a vida e, sobretudo, o destino das pessoas com o Evangelho de Cristo, todavia, para que isso aconteça precisamos falar de Jesus, onde quer que estejamos com ou sem palavras.
Pregamos as Boas Novas com as nossas atitudes sendo uma esposa/marido segundo à Palavra de Deus; um vizinho prestativo e compassivo; um empregado exemplar, que trabalha como que para o Senhor; e um amigo verdadeiro.
Usamos as palavras para anunciar o Evangelho sendo intencionais em tudo que fizermos. Por exemplo, oferecendo um culto de ação de graça a Deus pela aquisição da casa própria. Testemunhando para as pessoas que se encontram em dificuldades como o Senhor te livrou das suas e te deu a vitória. Convidando seus amigos para a célula, para o culto, ou até mesmo para um discipulado individual.
Enfim, nós precisamos aproveitar as oportunidades que temos com as pessoas para apresentarmos Jesus a elas.
O Envio
Antes de enviar os doze, Jesus deu a eles algumas instruções
1. A Mensagem
Os discípulos deveriam pregar ao povo ARREPENDIMENTO. Somente através dele podemos entrar no Reino dos céus. Ele é o pressuposto da fé cristã. Quem não se reconhece pecador, jamais admitirá que necessita de um Salvador.
Por mais que pareça, a mensagem de Cristo não mudou, nós, como seus discípulos, devemos pregar: Arrependimento.
Precisamos ensinar às pessoas que Deus é Santo e não compartilha das nossas iniquidades; portanto, para nos achegarmos a Ele devemos nos reconhecer pecadores e nos arrependermos das nossas transgressões.
O arrependimento consiste num profundo pesar para com Deus por causa dos nossos pecados. É uma tristeza que nos consome e, não raras vezes, se transforma primeiro, num choro amargo por sabermos que decepcionamos o nosso Pai e, depois, em um ardente desejo por mudança.
O arrependimento genuíno gera frutos nas nossas vidas, isto é, há um completo abandono das práticas antigas e pecaminosas para uma vida santa e pura diante do Senhor.
2. Metodologia que deveriam aplicar
Além de dar a mensagem aos seus discípulos, Jesus também lhes ensinou o caminho para terem êxito em suas missões.
Primeiro, eles deveriam ir de dois em dois. Quando estamos sozinhos somos facilmente enfraquecidos, desanimados e derrotados. Todavia, em dupla podemos fortalecer, encorajar e ensinar um ao outro.
Eclesiastes declara que “melhor é serem dois do que um, porque tem melhor paga do seu trabalho. Porque, se um cair, o outro levanta seu companheiro, mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? E se alguém prevalecer contra um, os dois lhe resistirão…”
Segundo, eles não deveriam levar nada pelo caminho, a não ser um bordão (cajado): “não levem pão, nem saco de viagem, nem dinheiro em seus cintos; calcem sandálias, mas não levem túnica extra”.
Essa orientação nos revela a urgência com a qual o Evangelho deve ser anunciado. E, ela se mantém nos nossos dias, pois, por inúmeras vezes, Jesus declarou que vem em breve.
Entretanto, nós nos envolvemos com tantas coisas que não temos tempo para o Senhor. Nos preocupamos com o nosso próprio sustento, conforto e diversão e nos esquecemos de pregar as Boas Novas.
O Apóstolo Pedro, porém, nos ensina que devemos não apenas esperar, mas também apressar a vinda do nosso Senhor e podemos fazer isso pregando a sua Palavra a tempo e fora de tempo.
Além da urgência, essa orientação de Jesus nos mostra que devemos confiar no seu sustento, enquanto O servimos, e não cobrarmos pelo que recebemos de graça. Ele mesmo nos prove o pão, a vestimenta e o teto.
O nosso Deus é o dono do ouro e da prata. Ele faz cair maná do céu e fluir água da rocha. Ele não permite que as roupas e sandálias envelheçam. Faz multiplicar o pão e peixe. Prospera o nosso salário e supre todas as nossas necessidades. Por isso, podemos servi-Lo confiantes de que nada, nunca irá nos faltar, pois o trabalhador é digno do seu sustento.
Por fim, os discípulos deveriam se hospedar em uma única casa e comer o que lhes era servido: “sempre que entrarem numa casa, fiquem ali até partirem”.
Com isso, Jesus nos ensina que devemos respeitar a cultura do povo que estamos evangelizando.
De acordo com o dicionário, a cultura é compreendida como os comportamentos, tradições e conhecimentos de um determinado grupo social, incluindo a língua, as comidas típicas, as religiões, música, arte, vestimenta, dentre outros aspectos.
Respeitar, por sua vez, não significa concordar, mas ter zelo e consideração pela pessoa.
Para anunciarmos a Cristo não devemos atacar e/ou ofender a cultura/religião de ninguém, mas apenas pregar a Verdade da Palavra, pois quem convence o homem do pecado, do juízo e da justiça é o Espírito Santo.
O Apóstolo Paulo declara que se fez como judeu para os judeus, a fim de ganhá-los para Jesus; viveu como gentio, para convertê-los. Fez-se fraco com os que ainda estão fracos na fé, para os converter. Enfim, fez tudo para todos, de modo que por todos os meios pudesse salvar alguns.
Ao chegar em Atenas e se deparar com toda sua idolatria, o apóstolo dos gentios não os repreendeu, antes deu nome ao “deus desconhecido” e anunciou aos atenienses o Deus Salvador.
Hudson Taylor foi um grande missionário de Jesus na China e a história conta que ele adotou a prática de usar roupas nativa, mesmo quando isso era raro entre os missionários da época, para se aproximar mais das pessoas.
Da mesma forma, nós devemos respeitar a cultura da pessoa que estamos evangelizando e focar em anunciar-lhe as Palavras da Verdade.
Autoridade
Além da mensagem e da metodologia, Jesus também revestiu seus discípulos com a mesma autoridade que estava sobre a sua vida para curarem os enfermos, ressuscitarem os mortos, purificarem os leprosos e expulsarem demônios.
Esse poder recebido pelos doze não era para se aparecerem, mas para testificarem a sua pregação. Eles falavam e faziam. Tinham palavra e poder.
Essa mesma autoridade de Jesus, que estava sobre os discípulos, também nos foi dada: “em verdade, em verdade vos asseguro que aquele que crê em mim fará também as obras que Eu faço e outras maiores fará, pois Eu vou para o meu Pai”. (João 14:10). Portanto, no desempenho do nosso ministério, podemos impor as mãos sobre os enfermos, e eles serão curados; expulsar espíritos malignos das pessoas/lugares e eles fugirão; profetizar vida sobre os mortos, e eles viverão. Tudo por causa da autoridade que há no nome de Jesus.
Portas Abertas e Portas Fechadas
Por fim, desde o ocorrido em Nazaré, Jesus ensinou seus discípulos a anunciarem o Evangelho onde as portas lhe fossem abertas, e não forçarem as fechadas. E nós também devemos aprender com isso.
Em cada oportunidade que tivermos, devemos ser intencionais e pregar a Salvação. No entanto, muitas vezes, seremos rejeitados, como Jesus o foi e seus discípulos também. Nesse caso, não devemos nos ofender, porque, verdadeiramente, não desprezando a nós, mas a Deus.
VAMOS PENSAR UM POUCO
- Você está cumprindo a missão para qual Cristo te enviou?
- Qual mensagem você tem pregado na sua missão?
- Na sua missão, você tem respeitado a cultura das pessoas?
- Você crê na autoridade que recebeu de Jesus para executar a sua missão?
- Você já foi rejeitado ao expor o Evangelho?