A Libertação de um Menino

Estudo 43/2022

Por, Pastor Marcos Valerio Fernandes

Texto Para Leitura: Evangelho de Marcos 9:14-29
Introdução

Estudamos na semana anterior que Jesus subiu a um alto monte, juntamente com os seus discípulos Pedro, Tiago e João, com a finalidade de orar. Enquanto oravam, transfigurou-se na presença de seus discípulos, havendo repentinamente aparecido no monte, Moises e Elias. No monte da transfiguração foi ouvida a voz de Deus Pai. Foi uma experiência extraordinária, marcante e nunca mais repetida.

Pedro chegou a dizer: “bom é estarmos aqui. Faremos três tendas…”. Certamente, a vontade deles era nunca mais sair daquele lugar, mas permanecer naquele ambiente da glória de Deus.

Realmente, como é bom desfrutar da presença do Senhor. Quando nos reunimos, oramos, adoramos, sentimos a glória de Deus e isso é maravilhoso! Você concorda comigo?

Entretanto, no pé do monte, havia uma multidão reunida e um pai com o seu filho endemoniado precisando de receber um milagre.

Por mais glorioso que era estar no monte da transfiguração, Jesus sabia que precisava voltar ao ministério, se entregar no propósito de abençoar as vidas. Por isso, eles desceram do monte.

Aprendemos com isso, uma importante lição, de que por mais gostoso seja estarmos em comunhão com Deus e com os irmãos, precisamos entender que fora da igreja, há uma multidão de pessoas que também necessitam serem alcançadas pela maravilhosa graça de Deus.

Neste estudo, vamos procurar compreender o milagre que Jesus realizou e extrair preciosas lições para as nossas vidas.

Numerosa Multidão Desorientada Ao Pé Do Monte

Vs. 14 – “Quando eles se aproximaram dos outros discípulos, viram numerosa multidão ao redor deles e os escribas discutindo com eles”.

Ao descerem do monte, Jesus encontra os seus discípulos numa difícil situação. Eles estão rodeados por uma numerosa multidão e os escribas estão discutindo com eles.

Não sabemos o teor dessa discussão, mas cientes de que os escribas eram opositores de Jesus, somos levados a crer que os discípulos estavam sendo bombardeados por críticas e acusações.

A chegada de Jesus, certamente foi um alívio para os discípulos, ao que parece, já não sabiam mais o que fazer.

Uma numerosa multidão de pessoas estava ali reunida aguardando a volta de Jesus e quando o veem, correm até ele e o saúdam.

Foi uma alegria para a multidão, que carente dos ensinos do Mestre e dos seus milagres, o esperavam ansiosa.

A chegada de Jesus colocava fim as discussões e trazia a esperança aos corações que estavam aflitos.

Aprendemos uma importante lição. Jesus é a esperança da multidão. As pessoas necessitam da presença de Jesus para experimentarem as suas bençãos. Sem Jesus, a multidão continuará aflita e em crise. Estará perdida, fracassada e desorientada.

A Igreja é o corpo de Cristo e através dela que as multidões são alcançadas e seus problemas resolvidos. A Igreja precisa descer do monte e ir até onde as multidões estão.

Um Pai Desesperado

Vs. 17 – “E um, do meio da multidão, respondeu: –Mestre, eu trouxe até o Senhor o meu filho, que está possuído de um espirito mudo.”

No meio da multidão havia um pai desesperado, com o filho sofrendo com as angustia de uma possessão demoníaca. Esse pai já havia levado o seu filho aos discípulos de Jesus, mas estes nada conseguiram fazer em favor do menino.

Diante do fracasso dos discípulos de Jesus em ajudar aquele menino, o pai apresentou o seu caso para Jesus e implorou por sua ajuda.

O menino era filho único e desde a sua infância já sofria com o problema. Segundo o pai, um espírito mudo possuía seu filho e quando se manifestava, lançava o menino no chão, ele espumava a boca, rangia os dentes e estava se definhando aos poucos.

Ao ser indagado por Jesus, o pai do menino explicou que desde a infância a possessão já se manifestava e muitas vezes o demônio lançava o menino no fogo e na água para o matar.

Que situação desesperadora, você não acha? O que poderia ser feito por ele?

Humanamente falando, nada poderia ser feito nessa situação. Não há remédios que cure problemas espirituais. A possessão maligna é algo muito triste e traz grandes sofrimentos.

Quantas dores, lágrimas, preocupações, medos e terrores foram experimentados por aquela família. Não há como dimensionar o que eles sofreram durante alguns anos.

Nos dias atuais, há muitas pessoas que estão cativas de satanás. O problema da possessão demoníaca sempre existiu e continua a prender com amarras espirituais muitas pessoas.

Observe que não há idade para que a possessão maligna aconteça. O menino tinha esse problema desde a sua infância. Era ainda criança, mas já estava cativa de satanás. Isso é um alerta para todos, sobre a necessidade de vigilância e cobertura espiritual sobre nossas crianças.

Aquele pai não tinha encontrado solução nem mesmo com os discípulos de Jesus, mas agora ele estava falando com a pessoa certa.

Quando Jesus pediu para que trouxesse o menino até ele, o demônio manifestou-se com violência, o menino foi lançado por terra, espumou a boca e se revolvia no chão. Tudo o que o pai havia relatado, se confirmava na presença de todos.

Mas aquele era o dia da vitória. Jesus estava naquele lugar.

Um Clamor: Se O Senhor Pode, Faça Alguma Coisa

Vs. 22 – “… Mas, se o senhor pode fazer alguma coisa, tenha compaixão de nós e ajude-nos”.

Aquele pai clamou por compaixão. Certamente já não saiba mais o que fazer ou a quem recorrer.

Entretanto, diante de tantas tentativas e frustrações, ele tem dúvidas se até mesmo Jesus poderia realizar alguma coisa em favor de seu filho.

Ele implorou: se tu podes fazer alguma coisa, ajude-nos.

Todos que estavam ali presentes, talvez se perguntassem: poderia Jesus fazer alguma coisa?

Se os discípulos de Jesus nada puderam fazer, Jesus teria o poder de realizar esse tipo de libertação? Um clima de suspense deve ter se formado naquele ambiente.

A mesma interrogação continua soando no coração de muita gente. Será que Jesus poderia mudar a minha história? Será que ele pode me curar? Será que Jesus pode?

Tudo É Possível Ao Que Crê?

Vs. 23 – “Ao que Jesus respondeu: — se o senhor pode? Tudo é possível ao que crê”.

Jesus mudou o foco da pergunta. A resposta à indagação daquele pai estava no fato, dele crer ou não crer, que o milagre pudesse acontecer.

A questão não é se Jesus pode, ou não, fazer o milagre. Jesus já havia realizada um número incalculável de curas e libertações e aquele problema era apenas mais um.

Todavia, havia no coração daquele pai, fé para experimentar um milagre na vida de seu filho?

O pai reconhecendo sua fragilidade espiritual, confessou sua falta de fé e clamou por ajuda.

O filho estava endemoniado e o pai não tinha fé suficiente para crer na libertação do filho.

Jesus expôs o problema do pai do menino. Ele também precisava de ajuda.

Aprendemos com esse episódio, a necessidade de vasculhar o nosso coração e ver o nível de fé que temos vivenciado.

Muitas pessoas tem reclamado de Deus pela maneira com que tem vivido. Acreditam que Deus é o culpado pelos seus fracassos. Todavia, tem deixado de olhar para si mesmas, pois se olhassem atentamente iriam observar que a incredulidade tem tomado conta de suas atitudes.

Jesus assegurou que tudo é possível ao que crer. Esse crer é a atitude de fé diante de uma adversidade. Essa atitude de fé precisa ser equivalente ao problema que enfrentamos.

Acredito que havia um pouco de fé no coração do pai do menino, todavia, era muito pequena diante do milagre que precisava experimentar. Então sua fé precisa crescer.

Jesus Repreendeu O Espírito Malígno

 Vs. 25 – “Vendo Jesus que muita gente estava se reunindo, repreendeu o espírito imundo, dizendo-lhe: — Espírito mudo e surdo, eu ordeno a você: saia deste menino e nunca mais entre nele”.

Jesus percebeu que a multidão estava aumentando e objetivando evitar maior tumulto, ele tomou a iniciativa de ordenar ao espírito maligno que deixasse o menino.

A ordem de Jesus foi clara e objetiva: saia deste menino e nunca mais entre nele.

Importante considerar algumas coisas:

a) – Jesus evitou todo o tipo de tumulto e espetáculo. Seu objetivo era libertar a vida do menino da possessão da maligna. Esse deve ser também o nosso procedimento numa situação semelhante.

b) – Jesus ordenou que o demônio nunca mais retornasse ao menino. Isso nos sugere que Jesus sabia que o demônio poderia sair por um certo período e depois voltar a atormentar a vida do menino. Sabemos que isso muitas vezes acontece. Uma pessoa passa por uma ministração de libertação, mas depois acaba permitindo que o espírito maligno volte a possui-la. É preciso fechar as portas para que isso não aconteça. Jesus ordenou que o demônio não voltasse nunca mais.

c) – Jesus tem autoridade espiritual sobre o reino das trevas e os demônios lhe obedecem, se submetendo a suas ordens. Todo processo de libertação tem que ser realizado na autoridade do nome do Senhor Jesus.

Uma vez ordenado, o espírito maligno saiu, gritando e agitando muito o menino. Este caído no chão, ficou como se estivesse morto. Mas Jesus, tomando-o pela mão o ergueu e ele se levantou.

Observamos como é terrível a possessão maligna. Geralmente, quando há a libertação a pessoa fica fisicamente bem fragilizada, como aquele garoto ficou.

Fico a imaginar a alegria e o contentamento daquele pai, ao ver seu filho único agora livre daquele mal, que durante tanto tempo o havia atormentado.

Precisamos entender que Jesus é a solução e nele há libertação de todas as amarras espirituais. 

A Pergunta Dos Discípulos

Vs. 28 – “Quando Jesus entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram em particular: — Por que nós não pudemos expulsá-lo?”

Os discípulos de Jesus estavam inconformados com o fracasso daquele dia. Eles tinham buscado ministrar a libertação do menino, mas não tinham conseguido. Porque isso aconteceu? Qual era o problema? O que estava faltando?

O evangelista Marcos relata as palavras de Jesus: — esse tipo de espirito só pode ser expulso por meio de oração (vs. 29).

Teremos uma compreensão melhor da resposta de Jesus, se compararmos com o texto de Mateus 17.19-21 onde Jesus fala sobre a fé.

Entendemos que faltou fé aos discípulos para exercerem a autoridade espiritual na expulsão daquele demônio, que agia com violência, trazendo um certo temor em quem estava próximo.

menino, tudo é possível aquele que crê. Os discípulos fracassaram porque não creram o suficiente para obter o milagre.

Fica o recado para todos nós: uma vida no altar de Deus, através da oração e do jejum, faz crescer nossa fé e através dela alcançamos os milagres de Deus que necessitamos.

VAMOS PENSAR UM POUCO

  1. Você já teve algum tipo de experiência na libertação de uma pessoa? Como foi?
  2. Como você compreende que a fé está ligada a oração e ao jejum?
  3. Você acredita que muitas das enfermidades, problemas mentais e emocionais, são frutos de obras malignas? O que devemos fazer?
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