Estudo 18/2022
Por, Marcos Valério Fernandes
Texto Para Leitura: Evangelho de Marcos 1:21-39
Introdução
No estudo anterior vimos a maneira como Jesus escolheu alguns homens, dentre eles Pedro, André, Tiago e João, para se tornarem seus discípulos e comporem um grupo maior que se consolidaria com doze apóstolos.
Dando sequência ao Evangelho escrito por Marcos, neste estudo veremos que a cidade de Cafarnaum foi escolhida por Jesus para ser o centro de seu ministério, na sua fase inicial. Jesus morava em Nazaré, pequeno vilarejo da Galileia e logo no inicio de seu ministério, mudou-se para Cafarnaum, uma cidade próxima de Nazaré e que era como um centro regional daquela época.
Em Cafarnaum Jesus realizou muitos milagres e atraiu para a si a atenção de uma multidão de pessoas, visto que a sua fama se divulgou por todas as regiões da Galileia.
No texto delimitado acima, veremos um pouco do dia a dia de Jesus, buscando focar a nossa atenção na maneira como Ele realizava o seu ministério.
O ministério de Jesus foi marcado pelos seus inúmeros milagres realizados, o que evidenciava que o sobrenatural de Deus estava presente em sua vida, autenticando assim o seu ministério.
Veremos neste estudo que, no dia a dia, o ministério de Jesus focava três coisas: O ENSINO, OS MILAGRES E A ORAÇÃO. É sobre isso que iremos discorrer.
Jesus Exerceu O Ministério De Ensino
Vs. 21 – “Depois, entraram em Cafarnaum, e, logo no sábado, foi ele ensinar na sinagoga”.
Jesus foi a sinagoga e o seu objetivo era ensinar o povo.
As sinagogas estavam espalhadas por todo o território de Israel e também por inúmeras cidades ao redor do mundo, reunindo-se nelas, todos os sábados, grande número de judeus.
Elas surgiram logo após a destruição do Templo de Jerusalém por Nabucodonosor em 586 a.C.
O povo judeu ao ser levado ao cativeiro babilônico, sentiram a necessidade de se reunir para buscar a Deus e nesse propósito acabaram criando as sinagogas e essas foram se espalhando por todas as partes.
Nos dias de Jesus, havia o Templo em Jerusalém e inúmeras sinagogas espalhadas por toda parte.
Na cidade de Cafarnaum havia uma sinagoga de tamanho bem expressivo. Suas ruínas existem ainda hoje e foi naquele local que Jesus esteve presente para ensinar.
O ensino era parte fundamental do ministério de Jesus. Era o seu propósito principal em seu ministério. Ele se tornou o Mestre por excelência, através de seus muitos ensinos, os quais foram transmitidos de maneira muito simples, mas com um conteúdo extremamente profundo, demonstram a vontade de Deus para conosco.
Jesus sempre se utilizou de pequenas histórias, com elementos comuns ao povo e a cultura da época para exemplificar a mensagem ensinada.
Contando pequenas histórias, como a do filho pródigo, do bom samaritano, da ovelha perdida e tantas outras, Jesus ensinou verdades espirituais de maneira muito profunda e em poucas palavras deixou conteúdo suficiente que precisariam de muitos livros para tentar explicar o que Ele disse.
Outras vezes, Jesus se utilizou de elementos da natureza, como a flor do campo, o grão de mostarda, o trigo e o joio, os pardais, a semente, etc. para explicar sobre o Reino de Deus.
– Aprendemos com Jesus, o Mestre dos mestres, que o ensino que edifica não é aquele que é transmitido em uma linguagem rebuscada e de difícil entendimento, mas aquele que é compreensível às pessoas. Muitas pessoas ao ensinarem, falam de maneira tão complicada que poucas pessoas a entende. Outros, ensinam de maneira tão superficial que seus ensinos não trazem nenhum crescimento espiritual. Precisamos aprender com Jesus a transmitir a mensagem de Deus, com conteúdo adequado e de maneira que todos a entendam.
Jesus tinham um profundo conhecimento das Escrituras Sagradas. No Evangelho de Lucas 2.46-47 lemos que aos doze anos, Jesus esteve no Templo, assentado no meio dos doutores da lei, ouvindo-os e interrogando-os sobre a Palavra de Deus.
O ensino de Jesus teve como base as Escrituras Sagradas, visto que Ele sempre discorreu sobre os escritos de Moisés, os Salmos e os Profetas, trazendo ao coração do povo as mensagens bíblicas como fundamento da fé que ensinava.
Jesus confrontava o erro das pessoas afirmando: Errais por não conhecer as Escrituras (Mt 22.29).
Além disso, Jesus ensinava como quem tem autoridade, levando as pessoas a se maravilharem de seus ensinos.
Havia uma diferença entre o que Jesus ensinava e a maneira como os escribas ensinavam. Era perceptível ao povo que Jesus ensinava com autoridade.
Essa autoridade era divina. Jesus falava com convicção, enquanto os escribas apenas repetiam tradições que haviam aprendido.
Com isso, aprendemos a importância do ensino da Palavra de Deus também no tempo presente. O aprendizado das Escrituras Sagradas é fundamental para uma vida espiritual de qualidade, fortalecendo a nossa fé, gerando convicção e esperança no coração do cristão.
A superficialidade no ensino leva os cristãos a se tornarem fracos na fé, sujeitos a caírem em heresias e apostasias e tem-se tornado a principal razão de uma geração de cristãos sem compromisso com Deus e com o seu Reino.
O Ministério De Jesus Foi Marcado Por Muitos Milagres
Vs. 34 – “E ele curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades; também expeliu muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era”.
Os muitos milagres realizados por Jesus autenticavam os seus ensinos, comprovando que Ele de fato era enviado por Deus.
Durante o ensino na sinagoga, não demorou para que uma pessoa possessa de espírito imundo, viesse a se manifestar, gritando no local.
As possessões malignas eram comuns naqueles dias, visto que as pessoas estavam muito envolvidas com religiões pagãs. Não é diferente em nossos dias. Todo envolvimento espiritual com falsa religiosidade, traz cegueira espiritual, perturbações e até possessões malignas.
Vemos pelo texto, que aquele homem estava possesso de espíritos imundos, os quais diziam: “que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus”.
Havia uma pluralidade de demônios naquele homem, o que fica explicito pela frase “que temos nós”. Além disso, vemos que esses demônios conheciam muito bem quem era Jesus.
A expulsão daqueles espíritos imundos, tornou evidente a autoridade espiritual de Jesus.
O povo de Cafarnaum estava acostumado com as manifestações demoníacas, mas ficou surpreso com a autoridade espiritual de Jesus sobre os demônios, de maneira que se perguntava: que vem a ser isto?
Bem próximo a sinagoga, ficava a casa de Simão Pedro e tendo Jesus se dirigido até lá, encontrou a sogra de Pedro, acamada e com febre. O texto bíblico não relata qual era a sua enfermidade, mas podemos supor que ela estava com febre muito alta (ardendo em febre conforme Mateus 8.14) e possivelmente em estado grave, pois a febre a tinha deixado acamada.
A cura da sogra de Pedro foi fato marcante naquele dia, visto que essa cura foi relatada pelos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas.
O evangelista Lucas, que era médico, relata que ela estava enferma e com febre muito alta (Lucas 4.38), tendo Jesus repreendido a febre e essa a deixou, sendo que logo em seguida, a sogra de Pedro se levantou e passou a servi-los, o que demonstra uma cura instantânea.
Ao final da tarde, ao cair do sol, isto é, havia terminado o sábado judaico, quando as pessoas podiam voltar a transitar normalmente, levaram até a porta da cidade, local onde era comum as pessoas se reunirem, muitos enfermos e endemoninhados.
Houve uma reunião com a presença de pessoas de toda a cidade. Jesus curou muitos doentes de toda sorte de enfermidades. Esse relato demonstra que haviam pessoas com as mais variadas doenças, as quais foram curadas naquele dia.
Jesus também expeliu muitos demônios, determinando que ficassem calados. A autoridade espiritual manifestada por Jesus fazia com que os demônios não somente deixassem as pessoas, mas também que se calassem com respeito de quem Ele era. Jesus entendia que não era o momento de divulgar a sua messianidade.
Aprendemos com esses relatos, que os milagres foram parte importante no ministério realizado por Jesus. Esses milagres não somente autenticavam o ministério de Jesus, mas também era a maneira de Jesus abençoar as pessoas, amenizando o sofrimento de cada um.
Jesus realizou milagres não apenas em Cafarnaum, mas por toda a parte. Ele andou por toda a região da Galileia, pregando a Palavra de Deus nas sinagogas, curando as pessoas e expelindo os demônios (vs.38-39).
O apóstolo Pedro explicou que “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte, fazendo o bem e curando todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (Atos 10.38).
Os evangelhos relatam uma série de curas e milagres realizados por Jesus, mas se limitam a uma parte deles. Não temos noção de quantos milagres Jesus realizou, mas podemos crer que foram tantos, que houve um grande impacto na sociedade daqueles dias.
O apóstolo João escreveu que se fossem relatados todos os feitos de Jesus, o mundo seria pequeno para caber os livros que seriam escritos (João 21.25).
Ficamos a pensar sobre a importância dos milagres nos dias atuais.
Jesus deu autoridade para que a Igreja possa realizar o seu ministério, na autoridade e unção do Espírito Santo, de maneira que podemos esperar a ocorrência de milagres, curas, libertações de pessoas, também seja algo frequente e rotineiro nos dias de hoje.
A Igreja atual precisa buscar e crer com maior intensidade, que os milagres também são para os nossos dias, pois Jesus Cristo está presente em nosso meio, como se manifestou no início da Igreja, nos tempos apostólicos.
A Oração Era Parte Integrante Do Ministério De Jesus
Vs. 35 – “Tendo-se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava”.
É comum encontrarmos nos evangelhos relatos de que Jesus estava orando.
Nesse texto Marcos informa que Jesus levantou-se alta madrugada e foi a um local deserto para orar, o que indica que Ele buscou um lugar reservado, longe da movimentação das pessoas para ter um tempo a sós com Deus.
Inobstante a sua divindade, a resposta para a autoridade espiritual e eficácia do ministério da forma experimentada por Jesus está na vida de oração que Ele mantinha.
Jesus passou quarenta dias em oração antes de iniciar o seu ministério. Orou por uma noite inteira para escolher os seus discípulos. Subia aos montes constantemente para orar. Dedicou algumas horas para lutar em oração antes de ser preso e morto. Jesus orou em todo o seu ministério, viveu na dependência de Deus e realizou as obras de Deus.
O ministério de Jesus foi marcado de maneira acentuada pela oração. Os discípulos de Jesus aprenderam a orar Ele e ensinaram a Igreja primitiva a ser forte na oração.
Se desejamos experimentar o sobrenatural de Deus, precisamos ir para o recôndito da oração, pois Deus mostra a sua Glória para aqueles que são chegados a Ele.
A oração deve ser praticada de uma forma coletiva e também individual. Há uma manifestação de muito poder quando a Igreja ora junto e há uma experiência pessoal singular no nosso tempo de oração com Deus, quando o buscamos diariamente.
Deus está sempre pronto para nos ouvir! Temos buscado a Ele?
Vamos Pensar Um Pouco
- Sabemos que Jesus continua sendo o mesmo, então, na sua opinião, o que tem mudado na realização do ministério?
- Você já presenciou milagres de Jesus? Gostaria de compartilhar?
- As possessões malignas são também uma realidade atual. Muitas pessoas sofrem com esse problema. As perturbações malignas são ainda mais frequentes. O que podemos fazer quanto a isso? Como nos proteger?
- Você sabe explicar a diferença entre opressão, perturbação e possessão maligna?