O Apóstolo Paulo em Corinto – Final da Segunda Viagem Missionária

O Apóstolo Paulo em Corinto – Final da Segunda Viagem Missionária

Estudo 08/2022

Por, Thaisa Sanches Fernandes

Texto Para Leitura: Atos 18:1-28
Introdução

Já no final da sua segunda viagem missionária, o Apóstolo Paulo saiu de Atenas e foi para Corinto, capital da Acaia, onde permaneceu por um ano e meio pregando o Evangelho de Cristo.

Corinto foi uma das principais cidades que Paulo pregou, juntamente com Éfeso, porque era estratégica – controlava o comércio da época tanto por via terrestre, quanto marítima, já que tinha dois importantes portos.

Assim, a evangelização daquela cidade permitia que os muitos navegantes e mercadores que por lá passassem ouvissem a respeito de Jesus, o Cristo enviado por Deus, e O levasse para suas respectivas cidades. Com isso, o Evangelho era espalhado até os confins da terra.

Decorrido dezoito meses, o Apóstolo foi a Éfeso, onde deixou Priscila e Áquila, seguiu à Cesareia, passou por Jerusalém e, depois, retornou à Antioquia e, dali, percorreu as Igrejas que haviam sido plantadas em sua primeira viagem,

O Apóstolo Paulo em Corinto

Depois de anunciar Jesus em Atenas, onde, aparentemente, não teve tanto sucesso quanto em Tessalônica e em Bereia, o Apóstolo Paulo seguiu, sozinho, por, aproximadamente, 80 km a Corinto, uma importante cidade com cerca de 200.000 habitantes.

Lá ele foi recepcionado por Priscila e Áquila e não pode se dedicar ao ministério em tempo integral, como de costume, porque precisou trabalhar para sustento pessoal (fabricante de tendas), já que não queria se tornar um peso àqueles irmãos ou mesmo um obstáculo à recepção da Palavra de Deus.

Porém, aos sábados ele ia à sinagoga, onde pregava o Evangelho convencendo tanto judeus, quanto gentios.

Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, juntando-se ao Apóstolo, ele pode se dedicar, novamente, com exclusividade à pregação, testemunhando que Jesus era o Cristo, porque eles lhe trouxeram ofertas das igrejas que investiam em seu ministério.

Primeiro, Paulo pregou aos judeus, esses, todavia, o rejeitaram, o que o levou a deixar a sinagoga sacudir as suas vestes, indicando sua ausência de responsabilidade daquelas almas, e se concentrar na pregação aos gentios.

Jesus tinha ensinado seus discípulos a sacudirem o pó de seus pés quando, após pregarem o Evangelho, notassem que ele não havia sido recepcionado – é como se dissessem fizemos a nossa parte, apresentamos-lhe a Verdade, agora, a responsabilidade é sua. A postura do Apóstolo foi de como quem diz exatamente isso.

Entre os gentios daquela cidade, no entanto, Paulo obteve sucesso, porque muitos creram em Jesus e foram batizados. Inclusive, Crispo, chefe da sinagoga, creu no Senhor Jesus juntamente com toda sua família.

Essas inúmeras conversões incomodaram tanto os judeus que eles se opuseram ainda mais ao Apóstolo denunciando-o a Gálio, procônsul da Acaia, capital de Corinto. De acordo com eles, Paulo estava persuadindo o povo a adorar a Deus de maneira contrária à lei.

Gálio, por sua vez, sequer deu oportunidade para Paulo se defender, porque não enxergou qualquer delito ou crime grave digno de ser ouvido e os expulsou do tribunal.

A postura do procônsul levou inúmeros estudiosos, inclusive o Reverendo Hernandes Dias Lopes, a entenderem que, na prática, ele havia dado um veredicto favorável à fé cristã. Agora, não era mais ilegal pregar o Evangelho. Paulo e seus discípulos tinham tanto direito quanto os judeus de praticar sua religião e compartilhá-la com outros.

Analisado a pregação do Apóstolo ao longo das Escrituras, notamos que ela era totalmente cristocêntrica. Seu objetivo era provar que Jesus era o Messias enviado por Deus, prometido em todo Antigo Testamento, para que as pessoas cressem e O recebessem como Senhor e, assim, fossem salvas.

Apesar de toda sabedoria que Paulo tinha da Palavra de Deus, da lei, já tendo sido fariseu; de toda sua eloquência, ele não confiava em si mesmo para fazer a obra, mas dependia totalmente do Espírito Santo, afinal, é Ele quem convence o  homem do pecado, da justiça e do juízo.

A partir de tudo isso, podemos extrair inúmeras lições para as nossas vidas.

Primeiramente, nós, como membros do Corpo de Cristo, precisamos investir financeiramente no Seu Reino e, esses investimentos não se confundem com os dízimos. Enquanto congregamos em um Templo confortável, arejado, com a tecnologia a nossa disposição, há missionários e evangelistas espalhados pelo mundo todo, inclusive em países onde os cristãos são perseguidos, para pregarem o Evangelho que vivem, com suas famílias, em condições precárias e, até mesmo, passam fome, por falta de investimento financeiro da Igreja.

Outros desistem do ministério porque precisam trabalhar para sustentarem a si mesmo e aos seus familiares.

Imaginem se ninguém tivesse financiado o Apóstolo Paulo e ele tivesse desistido? Provavelmente, todas essas viagens que temos estudado não teriam ocorrido, o povo não teria crido e nós não teríamos as Escrituras como são hoje.

Além disso, aprendemos que a nossa responsabilidade é pregarmos o Evangelho a todas as pessoas. Paulo ministrou tanto aos judeus, quanto aos gentios. Não cabe a nós julgarmos quem o receberá ou não, porque somos meros instrumentos nas mãos do Senhor, quem faz a obra e convence o pecador é o Espírito Santo.

Portanto, preguemos o Evangelho a “judeus, e a gentios”, aos ricos e aos pobres, aos empresários e ao mais simples funcionário, ao bonito e ao feio, à criança, ao adolescente, ao adulto, ao idoso, ao homem e à mulher, cientes de que quem completa a obra é o Senhor.

Por fim, assim como Paulo, devemos ser expert na Bíblia para anunciarmos o Evangelho com autoridade e sabedoria, todavia não nos pode faltar a unção e o poder do Espírito Santo, os quais nos são “liberados” no nosso relacionamento pessoal com Deus.

Já nos disseram: “muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”.

Priscila e Áquila

Assim que chegou a Corinto, Paulo se hospedou na casa de Áquila, judeu natural do Ponto, que havia chegado à cidade recentemente com sua esposa, Priscila.

Eles haviam saído da Itália, onde moravam, no ano de 49 d.C., por causa de um decreto que o imperador Cláudio havia publicado, o qual expulsava de Roma todos os judeus.

Possivelmente, nessa época, eles já eram cristãos, pois concordaram em hospedar o Apóstolo e, em outra ocasião, arriscaram suas vidas por causa dele. (Romanos 16:3-4).

Quando Paulo deixou Corinto, Priscila e Áquila partiram com ele para Éfeso, onde fundaram uma igreja (2 Timóteo 4:19) em casa e, por lá, permaneceram por muitos anos. Foi nessa cidade que eles conheceram Apolo e o hospedaram, para ensinar-lhe mais a respeito de Jesus,

O versículo 2 do capítulo 18 do livro de Atos dos Apóstolos é o único em que o nome de Áquila precede ao de Priscila em toda Bíblia. Em todos os demais textos em que o casal é referenciado, o nome de Priscila antecede ao do marido, fato incomum à época.

Essa questão levantou várias especulações de estudiosos. Uns afirmam que Priscila possuía uma posição social romana mais elevada do que o marido, pois seu nome era Prisca e pertencia à nobreza.

Outros defendem que a mulher de Áquila tinha um papel de destaque na comunidade cristã, por isso sempre é citada antes dele.

Não sabemos, com certeza, o porquê dessa diferença, porém entendo que ela referenda o ministério da mulher, especialmente o de ensino, dentro da Igreja.

De acordo com as Escrituras, eles receberam Apolo, homem culto, com grande conhecimento da Palavra, e o ensinaram com mais exatidão o caminho de Deus.

No dia de Pentecostes, o Espírito Santo foi derramado sobre todos os que estavam reunidos, jovens, adultos, idosos, homens e mulheres, sendo assim, quem somos nós para limitar o seu agir?

Deus usa quem Ele quer e aqueles que se dispõem a ir por Ele, independente do sexo. O que, de fato, precisamos é, assim como Isaías, declarar: “eis-me aqui. Envia-me a mim”.  E depois disso, nos enchermos de sua Palavra e sermos sensíveis à sua voz.

Além disso, precisamos entender que não somos usados apenas quando pregamos a Palavra de Deus, ou integramos algum ministério da Igreja;  também somos usados quando, a exemplo de Priscila e Áquila, colocamos os nossos lares a serviço do Reino de Deus, para fazermos células, cultos, recebermos as pessoas, enfim o Senhor nos usa de diversas maneiras, por isso é importante estarmos atentos às circunstâncias e, ao invés de reclamarmos, nos questionarmos: como posso ser útil a Deus nessa situação?

Apolo

Apolo era judeu, natural de Alexandria, um renomado centro acadêmico da época, onde ficava a famosa biblioteca construída por Alexandre, o Grande, responsável pela produção de grande parte do conhecimento na antiguidade.

Ele era um homem culto, o qual fora instruído no caminho do Senhor e com muito fervor, por isso tinha profundo conhecimento das Escrituras.

Era eloquente, falava e ensinava com exatidão acerca de Jesus, porém só conhecia o batismo de João Batista (de arrependimento).

Apolo foi para Éfeso, aproximadamente, no ano 52 d.C., quando o Apóstolo Paulo já havia partido dali. Logo que chegou à cidade, começou a falar corajosamente na sinagoga.

Priscila e Áquila perceberam o talento de Apolo, ao o verem pregar, porém também notaram algumas lacunas, talvez a ausência do batismo com o Espírito Santo, motivo pelo qual o convidaram a sua casa a fim de lhe explicarem com mais exatidão o caminho de Deus.

Apesar de toda sua sabedoria, Apolo tinha um coração ensinável e, ao invés de se ensoberbecer, aceitou, com alegria, o convite do casal tornando-se, a partir daí, um pregador completo do Evangelho de Cristo, conhecedor da sua Palavra e cheio da unção do Espírito Santo, sendo, inclusive, comparado ao Apóstolo Paulo e a Pedro.

Depois de muito aprender com Priscila e Áquila, Apolo foi a Corinto cuidar da Igreja que o Apóstolo Paulo havia fundado, onde ajudou muito os que pela graça haviam crido, pois refutava vigorosamente os judeus em debate público, provando pela Bíblia que Jesus é o Cristo.

Apolo se destacou tanto naquela cidade que, dentro da própria Igreja, facções começaram a surgir: uns diziam ser imitadores de Paulo, outros de Apolo, outros ainda de Pedro e havia aqueles que afirmavam ser imitadores de Cristo.

Apesar dessas divisões humanísticas, nem Paulo, nem Apolo estavam preocupados com a própria desenvoltura, mas simplesmente em anunciar o Cristo, enviado por Deus. Tanto que o Apóstolo, na carta que escreveu aos Coríntios (3:6-8), declara que ele plantou, ou seja, colocou o fundamento do Evangelho em Corinto, teve coragem de enfrentar os judeus e, quase, ser submetido a julgamento por pregar a respeito do Filho de Deus.

Apolo, por sua vez, regou, ou seja, cuidou e consolidou aquela Igreja, a fim de que aqueles irmãos permanecessem firmes na fé. Todavia, quem, de fato, dá o crescimento é o Senhor. Por isso, nem o que planta, nem o que rega é alguma coisa, mas apenas Deus que dá o crescimento.

A partir de tudo isso, podemos extrair algumas lições para as nossas vidas.

Nós precisamos, assim como Apolo, ter um coração ensinável. Não existe ninguém que não precise aprender alguma coisa e não há ninguém que não possa nos ensinar algo. De todas as situações, boas ou ruins, podemos extrair ensinamentos para as nossas vidas.

Contudo, para que isso aconteça, devemos nos livrar do nosso orgulho e nos apresentar ao Senhor e às pessoas com um coração disposto a aprender.

Não sabemos quão cultos Priscila e Áquila eram, nem mesmo suas posições sociais, acredito que não faziam parte da alta sociedade, pois, de acordo com a Palavra, ele era fabricante de tendas. Porém, Apolo, mesmo com tanto conhecimento, vindo do maior centro cultural do mundo, se dispôs a aprender com eles e foi comparado ao grande Apóstolo Paulo no quesito pregador.

Por fim, não podemos dar valor aos títulos ou à posição que os homens nos dão, sob risco de nos tornarmos orgulhosos e soberbos, porque nada que fazemos provém de nós mesmos, tudo vem do Senhor, inclusive a capacidade para pregarmos a sua Palavra.

Cada um de nós seremos usados por Deus segundo a sua vontade, uns para plantar, outros para regar e, ainda outros para colher, entretanto, isso não significa nada, porque se o Senhor não der o crescimento, todo nosso trabalho é em vão. Por isso, todos somos de Cristo e apenas o seu nome merece ser exaltado, porque sem Ele nós nada podemos fazer.

Vamos Pensar um Pouco
  1. Além do dízimo, você investe financeiramente no Reino de Deus, contribuindo com as missões e/ou evangelização das nações?
  2. Você tem pregado o Evangelho a todas as pessoas, independente da sua concepção se ela crerá ou não?
  3. O que você pensa sobre o ministério da mulher e o seu papel dentro da Igreja? Uma mulher pode, por exemplo, ser a pastora (principal) de uma igreja?
  4. Você serve ao Senhor com sua casa, carro e outros bens materiais?
  5. Você tem um coração ensinável?

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