Um Banquete Evangelístico

Estudo 21/2022

Por, Pr. Marcos Valério Fernandes

Texto Para Leitura: Evangelho de Marcos 2:13-17
Introdução

Logo no início de seu ministério, Jesus convidou algumas pessoas para serem seus discípulos mais próximos, os quais posteriormente passaram a serem chamados de apóstolos.

Em Marcos 1.16-20 o evangelista narra o chamado dos irmãos, Simão e André, Tiago e João. Já no capítulo 3.13 a lista dos apóstolos já estará completa.

No texto básico deste estudo encontramos o chamado de Levi, um coletor de impostos. Levi também é chamado nos textos bíblicos pelo nome de Mateus. Ambos os nomes são hebraicos e possuem um belíssimo significado: Levi = unido ou vinculado a alguém. Esse nome tem origem com um dos filhos que Jacó teve como sua esposa Lia e tornou-se o nome de uma das tribos de Israel. Mateus = dom, dádiva ou presente de Deus.

Levi era um coletor de impostos junto ao Mar da Galileia, na cidade de Cafarnaum. Possivelmente a sua função era direcionada a tributar o trabalho que era realizado pelos pescadores, arrecadando os impostos estabelecidos pelo império.

Os impostos eram coletados em favor de Herodes Antipas e por ele repassado para o governo romano, que dominava todo o império.

Os coletores de impostos eram conhecidos como publicanos. Por serem judeus que trabalhavam em prol do governo romano, os publicanos eram odiados pela população israelita.

O texto bíblico relata que Jesus estava rodeado de uma multidão de pessoas que viera ao seu encontro, as quais ensinava. Ao passar pela coletoria viu a Levi e o chamou, dizendo-lhe: siga-me. Levi se levantou e o seguiu.

Logo depois de seguir a Jesus, o evangelista Marcos relata que Levi convidou Jesus para uma refeição em sua casa.

O nosso propósito neste estudo é analisar que impacto que teve na vida de Levi o chamado de Jesus e sua atitude decorrente disso.

O Chamado E A Decisão De Levi

Vs. 14 – “Quando ia passando, viu Levi, filho de Alfeu, sentado na coletoria e lhe disse: – Siga-me! Ele se levantou e o seguiu”.

Jesus estava rodeado de uma multidão de pessoas, isso indica que ele tinha a sua escolha, uma enorme gama de pessoas, as quais poderia escolher, mas ao invés disso Jesus chama a Levi, um publicano que estava exercendo o seu trabalho, assentado na coletoria.

Essa escolha não foi ao acaso, pois Jesus conhecia muito bem os corações e pela sua imensa sabedoria, chamou Levi porque ele era a pessoa certa para o ministério apostólico.

O chamado de Levi ia na contramão de tudo o que se esperava do Messias, pois os publicanos eram considerados traidores da nação por se colocarem a serviço do governo romano.

É interessante como Jesus compôs o colégio apostólico, pois de um lado chamou a Levi, alguém que tinha ligação direta com o governo romano e por outro lado, chamou Simão, o Zelote, membro de um ferrenho grupo opositor da ocupação romana na Palestina.

É interessante também, que Levi não perdeu tempo, ouvindo o chamado de Jesus imediatamente deixando tudo o seguiu.

Precisamos entender que a decisão de Levi não foi algo fácil. Ele tinha uma posição e uma ocupação muito rentável. Geralmente os publicanos se enriqueciam. A ocupação que ele exercia, era semelhante a um excelente emprego público nos dias atuais. Cogitar em deixar aquela posição era uma decisão muito difícil que poucos tomariam.

Aprendemos que seguir a Jesus não é para os fracos. Essa decisão envolve coragem de romper com muitas coisas.

A Bíblia diz em Apocalipse 21.8 que os “covardes” serão lançados no lago de fogo, não poderão entrar na cidade santa e isso, certamente, é porque não tiveram coragem de romper com o pecado, com a idolatria, com a tradição religiosa, com as facilidades da vida e outras coisas, assim escolhendo tomar uma mudança de vida seguindo Jesus. Por isso, digo que seguir a Jesus é uma decisão para os corajosos.

Levi deixou tudo para seguir a Jesus, fazendo uma excelente escolha.

Como publicano Levi era treinado e capacitado para fazer anotações e registros diários da contabilidade tributária, sendo que utilizou dessa habilidade no ministério apostólico, tendo escrito um dos evangelhos da Bíblia, registrando a vida, os ensinos e os milagres realizados por Jesus. Esse evangelho é o livro de Mateus.

Um Banquete Evangelístico

Vs. 15 – “Achando-se Jesus à mesa, na casa de Levi, estavam junto com ele e com os seus discípulos muitos publicanos e pecadores”;

Tendo conhecido Jesus mais de perto, imediatamente Levi promoveu um banquete para Jesus e convidou os seus amigos, os publicanos.

Lucas 5.29 relata que foi um grande banquete e com a presença de grande número de publicanos e de outras pessoas que estavam com eles.

É muito importante a atitude de Levi, pois demonstra que ele não agiu de forma egoísta e não guardou apenas para si mesmo a experiência que teve com Jesus, mas decidiu apresenta-lo para os seus amigos próximos.

Como publicano, Levi tinha contato com vários outros e quando conheceu Jesus, resolveu apresentar o Mestre para os seus amigos, para que também pudessem conhece-lo. Desse desejo, surgiu o banquete, que se tornou numa grande oportunidade de muitas pessoas estarem em contato direto e mais reservado com Jesus.

A Bíblia não diz, mas acredito que muitos dos amigos de Levi, tiveram suas vidas impactadas nesse banquete. Os evangelhos narram que muitos publicanos buscavam se aproximar de Jesus e talvez boa parte disso seja decorrente do testemunho de Levi.

Levi colocou a disposição do Reino de Deus a sua casa e seus bens para compartilhar a sua fé em Cristo Jesus, o que demonstra que ele tinha excelentes qualidades.

Aprendemos quão importante é tomarmos a mesma atitude, pois também estamos rodeados de parentes, amigos e conhecidos que necessitam conhecer a Cristo, como Salvador, pois também se encontram presos em seus pecados e perdidos espiritualmente.

Quando conhecemos a Jesus nos tornamos responsáveis pela evangelização daqueles que nos são mais próximos. Nosso testemunho de fé irá falar muito alto na vida das pessoas a quem amamos. Geralmente elas possuem admiração por quem somos e pelo que fazemos, além da confiança que nos depositam.

O banquete foi uma estratégia para Levi colocar os seus amigos frente a frente com Jesus.

Levi abriu o seu coração para Jesus e depois abriu a sua casa para a obra de evangelização.

A questão é, quais estratégias temos utilizado para evangelizar nossos amigos e parentes? O que temos feito nesse sentido? Já paramos para analisar que sem crer em Jesus Cristo todos eles estarão perdidos espiritualmente e por consequência irão para o inferno?

O ditado popular diz que “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Precisamos perseverar em compartilhar com palavras e pelo testemunho através de nossas vidas, do amor de Cristo para os nossos amigos. Não podemos desistir e nunca calar.

A Crítica Dos Escribas Dos Fariseus

Vs. 16 – “Os escribas dos fariseus, vendo Jesus comer em companhia dos pecadores e publicanos, perguntavam aos discípulos dele: – Por que ele come e bebe com os publicanos e pecadores?”

Os escribas eram um grupo de pessoas que se dedicavam a fazerem cópias das Escrituras Sagradas e eram tidos como mestres da Lei. Alguns escribas também faziam parte do farisaísmo. Os fariseus constituíam-se num grupo religioso extremamente severo em suas crenças. Dessa maneira, escribas dos fariseus eram mestres religiosos com costumes muito restritos.

Para os judeus religiosos era ilícito entrar na casa de um gentio e sentar-se a mesa com pessoas consideradas pecadoras, como era o caso de prostitutas, pessoas desonestas e publicanos.

Por esta razão, nenhum mestre religioso entraria numa casa e participaria de uma festa com pessoas consideradas pecadoras ou ritualmente impuras.

Os escribas dos fariseus eram um grupo extremamente radical em seus conceitos e ficaram perplexos pelo fato de Jesus estar banqueteando na casa de Levi, na companhia de publicanos e outras pessoas consideradas pecadoras.

Para esses escribas, com essa atitude Jesus estava desqualificado como rabino ou Mestre religioso, pois nenhum rabino autentico teria tal procedimento.

Entretanto, de maneira surpreendente, Jesus justifica a sua ação dizendo que “os sãos não precisam de médico e sim os doentes”; “eu não vim chamar justos e sim pecadores” vs. 17.

Jesus esclarece que o verdadeiro mestre não vai em busca daquele que não precisa, pelo contrário, vai em busca daquele que está necessitando ser ensinado e transformado.

Ao participar daquele banquete, o propósito principal de Jesus era ensinar a vida de Deus para aqueles publicanos, os quais estavam como ovelhas perdidas e desgarradas do rebanho.

Poderemos ver que o ministério de Jesus foi marcado pela transformação de pessoas de todos os tipos e com os mais variados problemas.

A vida e a mensagem de Jesus atingiam não apenas pessoas religiosas como Nicodemos e José de Arimateia, mas também atraia prostitutas, publicanos, não religiosos, pessoas oprimidas, ricos e pobres, pois todos eles estavam espiritualmente doentes e se achegavam a ele para serem curados.

Jesus atravessou o Mar da Galileia a noite, enfrentando uma tempestade no mar, apenas para ir libertar um homem possesso de uma legião de demônios. Era uma pessoa desprezada, abandonada pela sociedade, rejeitada, impura, aparentemente sem nenhum valor.

Em outra ocasião, Jesus deixou-se ser ungido por uma conhecida prostituta da cidade, que arrependida chorava aos seus pés. Naquela ocasião Jesus deixou bem claro que os seus pecados, embora muitos, tinham sido perdoados.

Quando levaram a Jesus a mulher adultera, por sua sabedoria ele a livrou da morte e depois não atirou a primeira pedra, mas ordenou-lhe que fosse embora e não pecasse mais.

Jesus tocou e deixou ser tocado por em pessoas ritualmente impuras, como o leproso, a mulher do fluxo de sangue e, até em mortos, trazendo vida, cura e pureza tanto no corpo como na alma.

O ministério de Jesus era buscar e salvar o que se havia perdido, de maneira que Jesus participava do banquete com o propósito de levar uma mensagem que transformaria a vida daqueles publicanos e pecadores.

Muito importante enfatizar que Jesus nunca se contaminou praticando os mesmos pecados que essas pessoas praticaram. Ele nunca se deixou ser influenciado pelas suas atitudes, mas a sua proximidade trouxe transformação para os pecadores.

Jesus como a luz do mundo, trouxe luz onde havia trevas.

A nossa missão como filhos do reino é também levar a luz de Cristo onde existem trevas espirituais, sem nos deixar contaminar com os procedimentos do mundo.

Vamos Pensar Um Pouco
  1. Se hoje Jesus te chamar, você teria coragem de deixar tudo para segui-lo?
  2. Você já utilizou alguma estratégia para realizar uma evangelização, seja pessoal ou para um grupo de pessoas?
  3. Como utilizar a célula como uma estratégia para a evangelização?
  4. Tomando por base as atitudes de Jesus, como você entende que devemos nos comportar em relacionamentos com pessoas consideradas “pecadoras”. Devemos nos aproximar ou nos afastar delas.
  5. Você tem se preocupado com a salvação de seus parentes e amigos? O que tem feito nesse sentido? Quais as maiores dificuldades que tem enfrentado?
  6. O que fala mais alto: nossas palavras ou nossas atitudes?

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