Vocês Ainda Não Compreendem?

Estudo 39/2022

Por, Pastor Marcos Valerio Fernandes

Texto Para Leitura: Evangelho de Marcos 8:1-21
Introdução

Jesus retornando de sua viagem a região siro-fenícia, passou por Decápolis, com o intuito de voltar ao Mar da Galileia. Próximo ao Mar da Galileia, ele subiu a um monte, onde se reuniu uma grande multidão de pessoas, tendo realizado muitas curas de mudos, aleijados, coxos e cegos (Mateus 15.29-31).

O local onde Jesus estava, provavelmente era região habitada por gentios.

Depois de três dias junto com aquela multidão, Jesus observou que o povo não tinha o que comer e se compadeceu deles, pois se fossem despedidos para suas casas, desfaleceriam pelo caminho em razão da fome. Tinham pessoas que moravam muito longe daquele lugar.

Diante desse quadro, Jesus realizou pela segunda vez a multiplicação de pães e peixes.

Não se trata de mera repetição do milagre, mas de um segundo milagre realizado, com características totalmente diferentes, conforme veremos neste estudo.

Com o número cada vez mais crescente de milagres e curas, o ministério de Jesus estava em uma ascensão diante do povo, que extasiado o buscava de todas as partes da nação.

Entretanto, a oposição de líderes judaicos continua cada vez mais crescente, de maneira que Jesus advertiu os seus discípulos quanto aos riscos de suas artimanhas.

Neste estudo nos propomos a buscar algumas lições importantes para as nossas vidas.

Uma Multidão Com Fome De Jesus

Vs. 2 – “Tenho compaixão desta gente, porque já faz três dias que eles estão comigo e não tem o que comer.”

Depois de se reunir junto a Jesus, a multidão permanecera por três dias com ele. Ninguém fora embora. A comida que certamente era pouca já havia acabado, talvez no primeiro dia.

É interessante observar que a multidão, mesmo com fome, não tomou a atitude de ir para suas casas ou em busca de comida.

Aquele povo estava tão absorvido pelos milagres que presenciavam, pelo ensino de Jesus e por tudo o que via, que nem mesmo se preocupava com a sua alimentação.

Fico a pensar em como estavam extasiados com a presença de Jesus no meio deles. Era o mais importante e o que para eles importava naquele momento.

Se fizermos uma comparação com a atitude dos cristãos nos dias atuais, ficamos estarrecidos com o que acontece nos ajuntamentos para o culto, pois, geralmente, a maior preocupação das pessoas tem sido com a comida, a decoração e o conforto, não é mesmo?

Se, porventura, houver algum tipo de dificuldade ou incomodo, muitos desistem de participar.

Quantos hoje estariam dispostos em deixar todas as suas atividades para ficarem por três dias, sem pressa e sem provisão de comida, somente ouvindo Jesus?

Quando é marcado um período de jejum e oração, poucas pessoas estão dispostas a participar.

Isso nos leva a pensar sobre o nosso nível de fome espiritual ou de comprometimento com Jesus.

Para aquela multidão, o que importava era a presença de Jesus no meio deles.

Uma Multidão A Beira De Desfalecer De Fome

Vs. 3 – “Se eu os mandar para casa em jejum, desfalecerão pelo caminho; e alguns deles vieram de longe.”

Jesus estava atento as necessidades da multidão. Percebeu que estavam com fome e que não poderiam voltar para suas casas em jejum, depois de três dias em um lugar deserto.

Os discípulos por sua vez, manifestaram um pensamento materialista da questão. Perguntaram: como poderá alguém saciá-los de pão neste deserto?

É interessante que esses mesmos discípulos já haviam contemplado Jesus realizar o primeiro milagre da multiplicação de pães, em circunstâncias muito semelhantes, alguns meses antes. Mas, parece que seus olhos continuavam cegos para ver o poder ilimitado de Jesus.

Não poderia Jesus realizar novamente o mesmo milagre?

Você já percebeu que o mesmo pensamento de incredulidade tem se manifestado na vida de muitos de nós? Quantas curas e milagres já presenciamos? Mas, em determinados momentos somos inclinados a achar que não há solução para os problemas que enfrentamos. Será que Jesus não poderá repetir o que já tem feito em nosso favor?

 

O Milagre Aconteceu Pela Segunda Vez

Vs. 5 – “Então Jesus perguntou: –Quantos pães vocês têm? Eles responderam: –Sete.”

Não se trata de uma repetição da narrativa do mesmo milagre. Trata-se de um segundo milagre da multiplicação de pães e peixes, com vários fatores diferentes entre eles.

Na primeira vez, Jesus estava em região habitada por judeus e no segundo milagre, ele estava em região habitada por pessoas gentias.

No primeiro milagre, Jesus se utilizou de 05 pães e 02 peixes e sobraram 12 cestos cheios de pães. No segundo milagre, Jesus se utilizou de 07 pães e alguns peixinhos e foram recolhidos 07 cestos de pedaços.

No primeiro milagre, estavam na multidão cerca de 5.000 homens. No segundo milagre, estavam aproximadamente 4.000 homens.

Que foram dois milagres de multiplicação de pães, está explicito no texto de Marcos 8.18-20.

Todavia, a maneira com que Jesus multiplicou os pães e peixes foi de maneira semelhante. Ele mandou o povo se assentar no chão, pegou os pães e agradeceu a Deus e depois os partiu e mandou que distribuíssem ao povo. O mesmo foi feito com os peixinhos.

Todos comeram e se fartaram e sobraram sete cestos cheios de pedaços, o que demonstra que a provisão de Deus foi maior do que a necessidade daquelas pessoas.

A pergunta dos discípulos: (vs. 4) “como poderá alguém saciá-los de pão neste deserto?”, foi respondida por Jesus através do milagre. Ninguém poderia fazer isso, mas Jesus pôde.

Dentre as muitas lições existentes no texto, duas delas precisam serem extraídas:

a) para Jesus não existem impossíveis. Nada é por acaso ou por coincidência. Ele é o Deus Poderoso, capaz de suprir e continuar suprindo as necessidades humanas, quantas vezes forem necessárias;

b) como o Pão Vivo que desceu dos céus, Jesus alimentou a multidão do povo de Israel, mas também alimentou a multidão do povo gentio. Isso nos ensina que o evangelho de Jesus é para todas as nações. Não apenas para o povo judeu, mas para todos os povos.

A Oposição Dos Fariseus

Vs. 11 – “Os fariseus chegaram e começaram a discutir com Jesus. E, tentando-o, pediram-lhe um sinal vindo do céu.”

Depois de despedir as multidões, Jesus atravessou o Mar da Galileia e foi para a região de Dalmanuta.

Os fariseus que eram opositores, foram até aquele lugar e começaram a discutir com Jesus. Pediram-lhe um sinal vindo do céu.

No texto paralelo de Mateus 12.38-42 está escrito que Jesus afirmou que nenhum outro sinal seria dado aquela geração perversa e adúltera, a não ser o do profeta Jonas. Assim como Jonas esteve três dias e três noite no ventre do peixe, o Filho do Homem estaria três dias e três noite no ventre da terra.

O sinal que Jesus se refere, fala de sua morte e sepultamento. Além disso, está delimitado no texto os três dias e noites, o que evidencia a ressurreição de Jesus após esse período de tempo.

Pedir um sinal vindo do céu, depois de tantos milagres acontecendo, era uma evidência da incredulidade e dureza do coração daquela geração.

Além de tantas curas e milagres, a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus seria o grande sinal vindo dos céus, pois claramente falava do amor e da providência de Deus para a salvação de seu povo, através do sacrifício de seu Filho.

O Fermento Dos Fariseus E De Herodes

Vs. 15 – “Jesus os preveniu, dizendo: –Fiquem atentos e tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.”

Diante das oposições enfrentadas, Jesus procurou alertar os seus discípulos quanto as armadilhas preparadas pelos fariseus e pelo próprio rei Herodes, através de argumentos astuciosos que poderiam induzir o povo ao erro.

Jesus se utiliza do fermento para ilustrar as artimanhas de seus opositores. Sabemos que o fermento é um ingrediente que adicionado a massa, faz com a mesma venha levedar e crescer, como acontece quando fazemos o pão e o bolo.

O fermento dos fariseus, consistia no propósito de adicionar na mente das pessoas, mentiras e argumentos contrários ao ministério de Jesus, para levar confusão no meio do povo, com o propósito de desacreditar o ministério de Jesus.

Entretanto, os discípulos de Jesus estavam como que cegos. Seus corações estavam endurecidos e incrédulos. Logo pensaram que Jesus estava se referido ao fato deles não terem se provido de pães para a viagem de barco que novamente realizavam.

Jesus percebendo que o coração de seus discípulos estava distante do que ele procurava demonstrar, fez com que se lembrassem dos dois milagres de multiplicação de pães e peixes, perguntando dos detalhes de cada milagre.

Jesus queria abrir os olhos dos discípulos, mostrando que sua preocupação não era com alimentos. Ele poderia fazer quantas multiplicações fossem necessárias. Ele não estava limitado as provisões humanas. Ele é o Senhor de todas as coisas.

Todavia, os discípulos precisavam se acautelar com as artimanhas de pessoas más, instrumentos levantados pelo inimigo, para se oporem ao evangelho de Deus.

A pergunta de Jesus: (vs. 21) “vocês ainda não compreendem?”, parece-nos indicar que Jesus ficou indignado com a incredulidade do coração de seus discípulos.

Da mesma maneira, a igreja atual precisa compreender o momento em que estamos vivendo.

Há uma nítida ação contrária ao crescimento da Igreja do Senhor. Satanás tem levantado os “fariseus atuais” para se oporem ao evangelho de Cristo.

O espírito do anticristo está cada vez mais atuante no mundo. Caminhamos para o final dos tempos. As filosofias e ideologias humanas são crescentes e todas elas buscam se opor ao pensamento cristão, com o objetivo de desacreditar as pessoas e afastá-las dos caminhos do Senhor.

A Igreja precisa estar atenta e vigilante, buscando guardar as ovelhas de serem induzidas ao erro da incredulidade e da apostasia que nos assedia todos os dias.

Além disso, para que o evangelho continue a se propagar, há a necessidade de se combater esse pensamento humanista que cria uma resistência a pregação do evangelho.

O fermento dos fariseus continua crescendo no mundo atual e nós, povo de Deus, precisamos estar atentos e tomar o devido cuidado, conforme Jesus orientou aos seus discípulos.

VAMOS PENSAR UM POUCO
  1. Em sua opinião, que tipo de “fermento” tem sido utilizado em nossos dias, com o objetivo de afastar as pessoas de Deus?
  2. Qual o tamanho da nossa fome por Deus? A nossa fome por bens materiais tem sido maior do que a nossa fome espiritual?
  3. Qual era o propósito de Jesus mandar recolher as sobras de pães e peixes?
  4. Você concorda que o espírito do anticristo está atuante em nossos dias? Se o anticristo ainda não chegou, como entender a existência do espírito do anticristo já atuando no mundo?
  5. Os milagres de Jesus sempre se constituíam em um sinal de Deus para o povo. Em sua maneira de ver, qual era a mensagem que a multiplicação de pães e peixes trazia para o povo?
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