Jesus Anda Sobre as Águas

Estudo 35/2022

Por, Thaisa Sanches Fernandes

Texto Para Leitura: Evangelho de Marcos 6:45-56
Introdução

Depois de terem suas férias frustradas por uma multidão faminta, Jesus ordenou que seus discípulos partissem, a frente Dele, para Betsaida. Tendo despedido o povo, o Filho de Deus subiu a um monte para orar.

Segundo as Escrituras, por volta da quarta vigília da noite, entre 3h e 6h da manhã, os discípulos remavam o barco onde estavam com muita dificuldade, porque um forte vento soprava contra eles e as ondas o fustigava (açoitava).

Ao perceber o sofrimento dos seus amigos, Jesus vai ao encontro deles, andando sobre as águas, a fim de acalmá-los. Todavia, eles ficam ainda mais desesperados, pois acreditavam se tratar de um fantasma.

O Senhor então lhes diz: “Coragem. Sou eu. Não tenham medo. Então, subiu no barco para junto deles, e o vento se acalmou”.

Os discípulos de Jesus ficaram atônitos diante da situação, pois ainda não tinham entendido o milagre da multiplicação dos pães e, Marcos declara que o coração deles estava endurecido.

Com o Filho de Deus no barco, eles chegaram ao seu destino, onde muitos milagres foram realizados.

Apesar desse texto estar descrito em três dos quatro Evangelhos, apenas Mateus nos revela que, nessa ocasião, Pedro pode, assim como Jesus, caminhar sobre as águas também. Tendo em vista que já analisamos esse aspecto do texto no estudo do Evangelho de João, hoje faremos outras reflexões.

A Obediência dos Discípulos e a Tempestade

Depois do milagre da multiplicação, a Bíblia narra que Jesus insistiu para que seus discípulos entrassem no barco e fossem, adiante Dele, para Betsaida, enquanto Ele despedia a multidão.

O fato do Filho de Deus ter insistido para seus seguidores partirem nos revela que eles não queriam ir.

Já estava anoitecendo e, certamente, a tempestade se formava. Muitos daqueles homens eram pescadores experientes e sabiam bem o risco que corriam no mar naquelas circunstâncias, por isso se recusaram a ir. Jesus, porém, os compeliu, e eles O obedeceram.

Percebemos, então, que a obediência dos discípulos ao Senhor os conduziu a uma perigosa tempestade.

Muitos de nós pensam que cumprir o propósito de Deus nos garantirá uma vida livre das adversidades, das dores, das enfermidades e das tentações. Contudo, ao analisarmos as Escrituras, não é isso que percebemos, mas sim o sofrimento acentuado dos seguidores de Jesus.

Nesse texto, eles foram conduzidos para o centro de uma tempestade que podia ter tirado suas vidas. No decorrer da história, sabemos que eles foram perseguidos, açoitados, lançados na prisão e, muitos, foram mortos por obedecerem ao Senhor.

Nas nossas vidas não é diferente. Não raras vezes, viver o propósito de Jesus gerará sofrimento à nossa alma e ao nosso corpo, porque exigirá de nós renúncia e santidade – uma completa separação das coisas desse mundo a fim de vivermos para o Senhor. Ainda assim, o nosso espírito, renascido, se alegra e se satisfaz, por poder viver a soberana vontade Dele.

Ademais, as tempestades que nos assolam não vêm para nos destruir, mas para nos fortalecer. Elas são oportunidades de Deus para desfrutarmos do seu amor, para aumentarmos a nossa fé e para descansarmos Nele, que está no controle de todas as coisas.

As fortes ondas podem, muitas vezes, nos surpreender, entretanto estão sob controle do nosso Senhor.

Precisamos, de uma vez por todas, entender que não somos colocados numa bolha, porque somos cristãos. Jesus não nos prometeu livrar das adversidades; pelo contrário, Ele disse que, no mundo, teríamos aflições. Segundo o Reverendo Hernandes Dias Lopes, a nossa diferença com os ímpios não é a ausência de tribulações, mas o fundamento sobre o qual cada um constrói sua vida.

Jesus disse que o insensato constrói sua casa na areia e o sábio a edifica sobre a rocha. Sobre as duas casas cai a mesma chuva, sopra o mesmo vento e bate o mesmo rio no alicerce. Uma casa cai, a outra, permanece em pé.  O que diferencia uma casa da outra não são as circunstancias, mas o fundamento.

Um cristão enfrenta as mesmas intempéries que as demais pessoas, mas a tempestade não o destrói, antes revela a solidez da sua confiança no Deus eterno.

A Demora de Jesus

Certamente, os discípulos não queriam atravessar o mar ao anoitecer e com uma tempestade se aproximando, mas Jesus os compeliu e, agora, era alta madrugada: as ondas os açoitavam e a embarcação deles estava à deriva, completamente fora de controle.

Em outra ocasião semelhante a essa, o Filho de Deus estava junto deles e tudo terminou bem. Mas, dessa vez, eles estavam sozinhos. Jesus não estava lá.

Muitas vezes, acreditamos, assim como aqueles discípulos, estarmos sozinhos em meio às nossas lutas. Oramos, clamamos, suplicamos, jejuamos e recebemos, simplesmente, o silêncio da parte de Deus. Sem orientações, sem respostas e sem refrigério no deserto, pensamos: onde está o Senhor? Ele me abandonou!

No entanto, quando analisamos o texto verificamos que Jesus não estava indiferente à aflição e ao desespero de seus amigos. Pelo contrário, o Filho de Deus estava no alto de um monte, em plena madrugada, intercedendo por eles.

Jesus não tinha tempo de comer, de dormir, nem de descansar; mas, mesmo assim, orava pelos seus.

Hoje, à direita do Pai, o Filho faz o mesmo pelas nossas vidas. O Apóstolo Paulo declara em Romanos 8:34:

“Quem os condenará? Foi Cristo que morreu; e mais, Ele ressuscitou dentre os mortos e está à direita de Deus e também intercede a nosso favor”.

A promessa Dele é de estar conosco até o fim, até a consumação dos séculos. Ele não nos abandona nunca. Ele nunca está longe. Diz as Escrituras que Ele não dorme, nem cochila e sempre está ao nosso lado para nos proteger. Mesmo em silêncio, Ele está trabalhando em nosso favor.

Jesus não chegou atrasado na tempestade que seus discípulos enfrentavam, Ele chegou na hora certa e os livrou.

Jesus não chegou atrasado ao chamado de Marta e Maria, Ele chegou no tempo determinado para fazer um milagre ainda maior (ressuscitar Lázaro) do que o que elas esperavam.

Jesus não chega atrasado nas nossas tribulações, mas no Seu tempo perfeito para nos fazer além do que sonhamos.

A Chegada de Jesus

O texto nos revela que, enquanto orava, Jesus viu que seus discípulos remavam com dificuldade, porque o vento soprava contra eles.  Então, em alta madrugada, dirigiu-se a eles andando sobre as águas para salvá-los.

No tempo oportuno, Jesus sempre nos encontra em meio às nossas adversidades para nos salvar.

Hernandes Dias Lopes declara que as tempestades das nossas vidas não são autônomas, nem chegam por acaso. Elas estão na agenda de Deus. Elas fazem parte do currículo de Deus nas nossas vidas para nos levar a uma experiência mais profunda com Jesus.

Ele não vem quando desejamos, mas quando precisamos. O tempo de Deus não é o nosso. Ele não livrou os amigos de Daniel da fornada, mas na fornalha. Ele não livrou Daniel da cova dos leões, mas na cova. Deus não livrou Pedro da prisão, mas na prisão. Não livrou Paulo da condenação, mas o conduziu a glória por meio do martírio.

Por isso, precisamos aprender a descansar em meio à tempestade, crendo que, no tempo oportuno, Ele chegará para nos salvar.

Enquanto esperamos temos experiências mais profundas com o Senhor.

Enquanto esperamos aprendemos lições preciosas para o nosso crescimento espiritual.

Enquanto esperamos fortalecemos a nossa fé.

E, quando Ele chega, andando sobre as águas, colocando aquelas ondas que nos aterrorizavam debaixo dos seus pés, faz o impossível nas nossas vidas, porque é maior do que as dificuldades, do que os problemas, do que as enfermidades e até mesmo do que a morte. Tudo está debaixo dos Seus pés. 

Jesus Acalma dos Discípulos

Antes da acalmar a tempestade, Jesus acalmou seus discípulos. Para tanto, Ele declarou: “Coragem. Sou Eu! Não tenham medo”.

Ou seja, a presença de Jesus é suficiente para nos livrar do medo, do desespero, da angústia, do sofrimento, da dor. Ele nos é suficiente em qualquer circunstância. Ele nos basta.

O Reverendo Hernandes Dias Lopes ensina que o Filho de Deus discerniu que a tempestade que estava dentro de seus seguidores era maior do que a e fora, por isso, primeiro, os acalmou.

Jesus Acalma a Tempestade

Depois de acalmar seus discípulos, Jesus pôs fim à tempestade, e os conduziu ao seu destino.

A Bíblia nos assegura que o choro pode persistir por uma noite, mas de manhã irrompe a alegria.

Durante as adversidades, precisamos, sempre, nos lembrar que elas não duram para sempre. Mais cedo, ou mais tarde passarão e nós glorificaremos ao Senhor por tudo!

Ademais, enquanto as enfrentamos, devemos fixar os nossos olhos nas coisas boas que acontecem.

Certamente, Jesus acalmará o nosso coração; depois, colocará fim nas tempestades e nós o louvaremos por tudo quanto Ele nos fizer.

VAMOS PENSAR UM POUCO
  1. Sua obediência ao Senhor tem causado sofrimento à sua alma?
  2. Você já se sentiu abandonado por Jesus em meio a tempestade?
  3. O que é pior as tempestades que enfrentamos ou o silêncio de Deus?

Bibliografia: Esse estudo foi baseado, inspirado e resumido do livro Marcos, o Evangelho dos Milagres, do Reverendo Hernandes Dias Lopes.

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