O livro da sabedoria – Provérbios capítulo 14, versículo 1 – diz que toda mulher sábia edifica a casa; a insensata, porém, derruba-a com as suas mãos.
Na bíblia temos a história de inúmeras mulheres e, lendo sobre elas, Débora me chamou a atenção.
Sua história é narrada no livro de Juízes, capítulos 4 e 5.
Após a morte de Josué, surgiu uma nova geração que não conhecia o Senhor e o que Ele havia feito por Israel. Então, os israelitas fizeram o que o Senhor reprovava e prestaram culto aos baalins. Abandonaram o Senhor…e seguiram e adoraram vários deuses dos povos a seu redor, provocando a ira do Senhor… Sempre que os israelitas saíam para a batalha, a mão do Senhor era contra ele para derrota-los… Grande angústia os dominava… Então, o Senhor levantou juízes…e Ele estava com o juiz e os salvava das mãos dos inimigos, enquanto o juiz vivia…Mas, quando o juiz morria, o povo voltava a caminhos ainda piores e a ira de Deus se acendia novamente. (Juízes 2).
Débora viveu nesse contexto histórico de infidelidade, súplica e libertação e, por manter-se fiel a Deus, foi escolhida por Ele para ser a única juíza libertadora de Israel, e durante sua liderança, a terra teve paz durante 40 anos.
Ela era profetisa. Era mulher de Lapidote. Líder de Israel, e resolvia questões daqueles que a procurava. Ou seja, Débora, como todas as mulheres, tinha inúmeros papéis em sua vida.
O primeiro papel apontado na bíblia como exercido por Débora é o de serva do Senhor, ela era uma profetiza.
O segundo papel que a palavra de Deus expõe é o de esposa.
A terceira função de Débora era a de líder, ela era juíza de Israel, e resolvia questões daqueles que a procurava.
Além das funções que Débora desempenhava, é possível extrair, ainda, algumas características dessa mulher extraordinária.
Apesar de ser juíza, ter autoridade e liderar um povo, Débora era obediente, e o Senhor a usava para que Sua vontade fosse feita.
A vontade de Deus era revelada a Débora, e ela não temia dar o recado a quem quer que fosse, utilizando-se, inclusive, e para isso, de sua autoridade. No capítulo 4 do livro de Juízes, verificamos que ela mandou chamar Baraque, um líder militar e, sem qualquer receio, lhe transmitiu o plano do Senhor.
Ela não se apegou ao fato de ele ser homem e de ser um líder militar, que provavelmente entendia muito mais de planos e estratégias de guerra do que ela, nem se preocupou com o que Baraque poderia pensar, ela simplesmente obedeceu, e entregou a estratégia do Senhor para que os israelitas vencessem seus inimigos.
Além de ser obediente, ela era uma mulher corajosa que confiava em Deus.
Quando a juíza revelou a Baraque o plano de Deus para que os israelitas vencessem a guerra, ele não acreditou que um exército de dez mil homens poderia ser capaz de vencer um exército com inúmeros soldados e 900 carros de ferro e lhe respondeu: “Se você for comigo, irei; mas, se não for, não irei”.
Mas, Débora confiava que a última palavra vem do Senhor, e que Ele é fiel e justo para cumpri-la, por isso, imediatamente, respondeu-lhe: “Está bem, eu irei com você”. Ela não temeu a guerra, não olhou para as circunstâncias, para o perigo, mas permaneceu confiante e corajosa, porque não tirou os olhos da palavra do Criador.
A juíza era também ousada.
Essa característica é evidente não só no fato de Débora ter, corajosamente, inovado ao aceitar ir à guerra com Baraque, mas também no fato de ficar com a honra da vitória.
Ela diz ao líder militar: “Está bem, irei com você. Mas saiba que, por causa do seu modo de agir, a honra não será sua; porque o Senhor entregará Sísera nas mãos de uma mulher.
Notamos, ainda, que Débora era uma mulher animadora e abençoadora.
Ao contrário da mulher de Jó – insensata, amaldiçoadora, desanimadora – que diante da dificuldade o aconselhou a fazer o mais fácil – desistir – “Amaldiçoe seu Deus e morra. ”
Débora foi, juntamente com Baraque, convocar os soldados para guerra e lá os animou, os encorajou e os abençoou: “Vá! Este é o dia que o Senhor entregou Sísera em suas mãos. O Senhor está indo à sua frente”. Ele entregará o exército de Jabim em suas mãos.
Por fim, verificamos que a juíza era uma mulher grata.
“Naquele dia, Deus subjugou Jabim, o rei cananeu, perante os israelitas. E os israelitas atacaram cada vez mais a Jabim, o rei cananeu, até que eles o destruíram”. Naquele dia, Débora e Baraque, filho de Abinoão, entoaram cânticos de louvores e gratidão a Deus.
Concluímos que as características de Débora fizeram com que os israelitas destruíssem o exército de Jabim. Por causa da obediência e confiança que essa mulher teve no Senhor o povo de Deus foi vitorioso e “a terra teve paz por 40 anos”.
É essa mulher que o Senhor nos convida a ser sábias, como Débora…
MULHER que para, a fim de ouvir a voz de Deus; que busca Nele respostas e direcionamentos na vida pessoal, profissional e ministerial.
MULHER que obedece, confia e espera em Deus, porque sabe que Ele tem sempre o melhor preparado, pois Sua vontade é boa, perfeita e agradável, porque com Ele na direção a vitória é garantida, ainda que as circunstâncias demonstrem o contrário.
MULHER submissa ao marido, que entende que a liderança do lar pertence a ele, que sabe que ele é o cabeça da casa, assim como Cristo é o cabeça da igreja, que entende que quem resiste à autoridade traz sobre si condenação.
MULHER encorajadora e abençoadora que quando percebe o desânimo, a tristeza e o cansaço na sua casa, no seu trabalho, no seu ministério tem sempre uma palavra de ânimo em seus lábios: sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares. MULHER que profetiza: o Senhor pelejará por vós..
Meu desejo é que, a cada dia, busquemos graça no Senhor para nos tornarmos uma MULHER sábia como Débora, que edificou toda nação de Israel!