Estudo 25/2022
Por, Pastor Marcos Valerio Fernandes
Texto Para Leitura: Evangelho de Marcos 3:20-35
Introdução
Estudamos na célula anterior que, logo no início de seu ministério, Jesus estava rodeado de uma grande multidão e que oposições tinham sido levantadas contra ele por meio dos fariseus, herodianos e escribas.
Nesta lição veremos que a situação continuava a perdurar da mesma maneira.
Depois de Jesus ter ido para a sua casa, logo em seguida, novamente, uma enorme multidão de pessoas afluiu para vê-lo e isso se tornara algo constante, que lhe ocupa todo o seu tempo, a ponto de Jesus não ter espaço nem mesmo para comer.
Jesus atendia as pessoas, ensinava a Palavra de Deus, curava os enfermos e libertava os oprimidos de satanás, de maneira que havia uma grande obra sendo realizada.
Inobstante esse extraordinário trabalhado sendo feito, Jesus não foi compreendido pela sua própria família e enfrentou uma forte oposição dos escribas que o acusaram de estar endemoninhado, fazendo a obra pelo poder de satanás.
O texto bíblico nos informa como Jesus enfrentou essa oposição explicita contra ele e também como lidou com a questão voltada a sua própria família.
Por outro lado, a resposta que Jesus apresentou aos opositores, também, se tornou muito importante para nós, porque nos elucida como acontece o processo de libertação de pessoas.
Nosso propósito neste estudo é obter uma visão daqueles acontecimentos.
A Acusação Dos Escribas E Fariseus
Vs. 22 – “Os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: Ele está possesso de Belzebu. E: É pelo maioral dos demônios que expele os demônios”.
A maior concentração do grupo de escribas estava na cidade de Jerusalém, mas nesta ocasião esses escribas tinham se dirigido até a Galileia, onde Jesus exercia o seu ministério e vendo os acontecimentos, os milagres e as libertações de pessoas endemoninhadas, acusaram a Jesus de estar realizando esses feitos pelo próprio poder de Satanás.
O evangelista Mateus, fala que os fariseus também estavam envolvidos nessa acusação contra Jesus e ela tinha sido motivada após Jesus curar um homem cego e mudo, que estava endemoninhado. Com a libertação, esse homem passou a ver e a falar e isso levou toda a multidão passar a questionar se, porventura, Jesus não seria o próprio Messias.
Vendo que a multidão estava extasiada pelos milagres e estavam vendo em Jesus as características do Messias que tanto esperavam, os escribas e fariseus lançaram seria acusação contra Jesus, no sentido de que ele não era um instrumento de Deus, mas de Satanás.
A acusação era séria, porque ao invés de reconhecer o Poder de Deus em ação, os escribas e fariseus acusavam a Jesus de ser um instrumento de Belzebu, o príncipe dos demônios.
Para os escribas e fariseus, Jesus era um enganador. Eles não conseguiam enxergar a visitação de Deus ao seu povo. Estavam cegos espiritualmente em suas próprias tradições e crenças religiosas.
Jesus não poderia deixar que essa acusação tão explicita, por parte desses líderes religiosos, ficasse sem uma resposta clara e objetiva, pois poderia confundir o povo.
O texto bíblico nos diz que Jesus convocou os escribas e publicamente lhes deu a resposta, perguntando-lhes como poderia Satanás expelir a Satanás? Isso não seria lógico, pois se satanás expele a satanás então o seu reino está dividido. Em outras palavras, Jesus está dizendo que se ele era um instrumento de satanás para expelir os demônios, então o reino de Satanás está dividido.
Jesus afirmou que se Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, o seu reino irá perecer. Ele estaria lutando contra si mesmo.
A resposta que Jesus apresentou aos escribas foi no sentido de leva-los a compreender que a acusação que faziam era totalmente incoerente. Todos conheciam as astucias de satanás e sabiam que não iria se autodestruir.
Refutada a acusação de que satanás estaria por traz dos milagres que Jesus realizava, somente restava uma resposta para o que estava acontecendo, ou seja, Deus estava visitando o seu povo.
A Necessidade De Amarrar O Valente
Vs. 27 – “Ninguém pode entrar na casa do valente para roubar-lhe os bens, sem primeiro amarrá-lo; e só então lhe saqueará a casa”.
A resposta que Jesus apresentou aos escribas e fariseus foi feita por meio de uma parábola. Nessa parábola Jesus falou que para tomar à força os bens que estão na casa do valente é preciso primeiro amarrá-lo, ou seja, imobilizá-lo, deixando-o sem ação ou força.
Nessa parábola, o valente refere-se ao próprio satanás e os bens que lhe serão tomados, são as vidas que escraviza.
Jesus estava libertando pessoas da escravidão espiritual, como o caso do homem cego e mudo em razão da possessão demoníaca e isso acontecia porque ele (Jesus) estava amarrando o valente (satanás) e tomando à força essas vidas das mãos inimigas.
Jesus está falando de uma guerra espiritual, de um poder maior, capaz de vencer a satanás.
O texto bíblico de Lucas 11.21-22 diz: “Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens. Sobrevindo, porém, um mais valente do que ele, vence-o, tira-lhe a armadura em que confiava e lhe divide os despojos”.
Muito embora satanás seja valente e esteja bem armado, guardando os seus bens, agora tinha surgido um mais valente, capaz de entrar em sua casa, amarra-lo e tomar a força os seus despojos.
Esse mais valente é o próprio Senhor Jesus, que estava amarrando o valente (satanás) e libertando as vidas que estavam cativas a tanto tempo.
O Poder de Deus se manifestava na vida de Jesus e essa Autoridade Divina era muito superior ao poder que satanás estava exercendo sobre as pessoas, razão pela qual, as libertações aconteciam.
Aprendemos com o ensino de Jesus, como acontece o processo de libertação.
Quando uma pessoa fica possessa, isso significa que ela foi aprisionada por espíritos malignos e está sendo mantida refém. Essa pessoa perdeu a sua liberdade espiritual, está cativa pelos demônios.
Para que ocorra a libertação é preciso a manifestação do Poder de Deus, para quebrar esse cativeiro, amarrando esses demônios e retirando a vida do poder maligno.
Por outro lado, vemos que o Poder de Deus é capaz de amarrar os demônios. Temos aprendido que na Autoridade do nome do Senhor Jesus, a igreja pode amarrar as forças espirituais do mal para tirar as vidas que estão aprisionadas.
Jesus está falando que o processo de libertação é uma guerra espiritual. Essa guerra está deflagrada e Jesus deu a Igreja a autoridade espiritual para expulsar os demônios.
A primazia do Reino de Deus sobre o reino das trevas é manifestada na libertação das vidas, as quais são tiradas desse domínio maligno e transportadas para o Reino do Filho de Deus, conforme esclarece o texto de Colossenses 1.13.
A salvação das pessoas é uma libertação espiritual e uma manifestação do Reino de Deus.
A Blasfêmia Contra O Espirito Santo
Vs. 29 – “Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão para sempre, visto que é réu de pecado eterno”.
Jesus traz uma séria advertência aos seus opositores, à qual devemos nos atentar também.
No versículo 28, Jesus afirma que para todos os pecados e blasfêmias haverá perdão, mas quando a blasfêmia é contra o Espírito Santo, esse pecado torna-se imperdoável.
Quando alguém fala alguma coisa desonrosa contra Jesus, poderá haver restauração, como foi o caso do apóstolo Pedro, que negou a Jesus e foi restaurado.
Quando os opositores de Jesus, atribuíam a obra do Espírito Santo ao próprio demônio, eles estavam blasfemando contra o Espírito de Deus. Que coisa séria! Para esse tipo de pecado não haverá restauração e precisamos compreender como isso acontece.
Acredito que Jesus sabia que os seus opositores não estavam agindo por engano, era algo deliberado, consciente e persistente, que os levariam a perdição eterna.
Essa advertência nos leva a pensar sobre a seriedade desse assunto, pois muitas pessoas de maneira insensata continuam atribuído a obra que Deus está realizando, como sendo um agir das obras das trevas. Quem faz isso, está incorrendo em um erro gravíssimo.
É através da obra do Espírito Santo que o homem reconhece a Glória de Deus manifestada através de Jesus, recebe a salvação, o perdão de seus pecados e assim é salvo. Quando alguém rejeita essa obra redentora de Jesus, que foi realizada pelo Poder do Espírito Santo, perde a oportunidade de salvação e se torna réu de pecado eterno, pois nada mais há que possa ser feito por ela.
A Bíblia nos diz que o Espírito Santo está trabalhando na vida dos homens para convencê-los do pecado, do juízo e da Justiça de Deus. Quando uma pessoa rejeita esse trabalhar do Espírito Santo em sua vida, ela deixa de obter a salvação de sua alma, ficando em estado de perdição. Rejeitar a salvação é a maneira de blasfemar contra o Espírito Santo.
Dessa maneira, temos entendido, que a blasfêmia contra o Espírito Santo consiste em persistir em resistir o Espírito Santo em sua mensagem a respeito de Jesus. Quando a pessoa endurece o seu coração contra Deus e a obra do Espírito Santo, deixando de reconhecer a Cristo como Salvador, ela peca contra o Espírito Santo e fica fora do alcance da providência de Deus.
Entretanto, falar deliberadamente contra a obra do Espírito Santo, também é pecado e assemelha-se ao pecado praticado pelos escribas e fariseus, por isso, nunca devemos fazer isso.
A Família De Jesus
Vs. 35 – Portanto, qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, irmã e mãe”.
Diante de tudo o que estava acontecendo, a família de Jesus aparentemente estava confusa.
Achavam que Jesus estava fora de si (vs. 21). Eles não tinham compreendido a obra que Jesus estava realizando. Por isso, queriam leva-lo mesmo a força para outro lugar, com a finalidade de protege-lo. Talvez temiam por sua vida. A princípio a família de Jesus não tinha crido nele.
Além de sua mãe, Maria, Jesus tinha vários irmãos e irmãs. Marcos 6.3, cita o nome de Tiago, José, Judas e Simão e se refere a irmãs, sem citar seus nomes. Então era uma família numerosa.
Posteriormente, a família de Jesus irá crer nele. Seu irmão Tiago se tornará um importante líder da igreja em Jerusalém e escreverá uma epístola. Judas, também se tornará escritor de outra epistola.
Nessa ocasião, a família de Jesus procura falar com ele, mas tem dificuldade de se aproximar em razão da grande multidão que o rodeia.
Jesus foi informado que sua família estava ali e queria lhe falar e nesse momento, Jesus surpreende a todos, dizendo que todo aquele que faz a vontade de Deus, torna-se parte de sua família.
Que coisa linda. Essa palavra é também para todos nós. A partir do momento que cremos em Jesus, passamos a ser parte da família de Deus, nos tornamos como irmão, irmã ou mãe para Jesus.
Jesus tem uma grande família e nós, pela fé, fazemos parte dela.
VAMOS PENSAR UM POUCO
- Quando você se converteu, houve algum tipo de oposição de sua família ou de alguém, em razão da sua conversão? Como foi?
- Quais os tipos de prisões espirituais que tem sido mais vistas nos nossos dias?
- Quais os tipos de experiências de libertação você já pode ver?
- Se uma casa dividida não pode subsistir, perguntamos: se a igreja estiver dividida, o que irá acontecer? Porque Jesus orou pela unidade da igreja?