A Cura do Cego de Nascença

Estudo 18/2021

Texto Para Leitura: João 9

Por, Thaisa Fernandes

Doença X Pecado

A Palavra relata que, enquanto caminhava, Jesus e seus discípulos viram um homem que havia nascido cego.

Imediatamente, os seguidores do Messias O questionaram quem havia pecado: ele ou seus pais.

Essa dúvida surgiu porque doutrinas pregavam que as pessoas adoeciam, porque estavam em pecado. Por isso, os amigos de Jó também o acusaram de ter pecado contra Deus(Jó 22). Entretanto, Jesus ensina seus discípulos e a nós que nem sempre isso é verdade.

É claro que alguns pecados podem nos adoecer. Por exemplo: a prostituição pode causar inúmeras doenças sexuais; a dependência química pode gerar distúrbios comportamentais, insuficiência renal e hepática, dentre outras; o alcoolismo pode nos levar a cirrose, e assim por diante. Porém, isso não torna verdadeira a regra de que todos os enfermos estão em pecado.

As doenças que nos acometem podem ser hereditárias, isto é, passar de pais para filhos; ou podem ser simples acontecimentos permitidos por Deus nas nossas vidas, como ocorreu com Jó. Algumas delas são para morte, e outras para vida e glorificação de Deus. Isso, porém, relaciona-se com a soberania do nosso Senhor, não cabendo a nós questioná-Lo!

No texto em questão, Jesus ensina que aquele homem, em especial, havia nascido cego, para que o poder de Deus se manifestasse na vida dele. E assim o foi.

Jesus não só curou aquele cego de nascença, mas também o salvou. Ele, por sua vez, glorificou a Jesus com seu testemunho, reconhecendo-O como o Filho de Deus.

Fé X Obediência X Milagre

A Bíblia nos demonstra que Jesus fez inúmeros milagres no meio do povo e, cada um foi efetuado à Sua maneira soberana. Isso é, não tinha um passo-a-passo a ser seguido: alguns bastou Sua Palavra, ainda que a distância; outros Ele declarou o milagre presencialmente; outros, ainda, Ele precisou impor Suas mãos.

No entanto, para todos os milagres um elemento era fundamental: a .

No capítulo em estudo, Jesus cuspiu no chão, misturou a terra com saliva e aplicou-a nos olhos do cego. Em seguida, mandou ele se lavar no tanque de Siloé (que significa enviado). A Palavra relata que o cego obedeceu ao Senhor, lavou-se e passou a enxergar.

Jesus não precisa da nossa para realizar seus milagres, porque Ele é onipotente; mas preferiu que fosse assim, tanto que não pode fazer tantos milagres em Nazaré por causa da incredulidade do povo (Mateus 13:58).

Aquele cego, provavelmente, tinha ouvido falar de Jesus e das maravilhas que Ele vinha realizando. Assim, quando O encontrou creu que Ele tinha poder para curá-lo e O obedeceu cumprindo exatamente o que o Filho de Deus o havia determinado, sem qualquer questionamento.

Se analisarmos racionalmente o que Jesus pediu para o cego fazer, nunca entenderemos. Contudo, não precisamos entender, mas crer que Ele é El Shaddai, o Deus Todo Poderoso, que pode fazer muito mais do que pedimos ou pensamos.

O cego de nascença creu no Deus onipotente e, sem questionamentos e/ou racionalidades obedeceu a tudo quanto o Senhor lhe pediu e passou a enxergar.

Além de crer no poder do Senhor para efetuar maravilhas, nós também precisamos obedecê-Lo, para que elas se manifestem nas nossas vidas.

As Escrituras nos ensinam que se obedecermos fielmente ao Senhor, nosso Deus, e seguirmos cuidadosamente todos os seus mandamentos, Suas bençãos virão até nós e nos acompanharão.

Da mesma forma, a Palavra de Deus anuncia que as maldições nos alcançarão, se desobedecermos ao nosso Pai (Deuteronômio 28).

Assim, que sejamos como aquele cego que creu que Jesus podia curá-lo, mesmo sem entender às exigências do Mestre.

O Sábado

O milagre de dar visão a um cego de nascença era extraordinário e, aparentemente, nunca se havia visto algo daquela magnitude: “desde o princípio do mundo, ninguém foi capaz de abrir os olhos de um cego de nascença (versículo 32).

Mas, os fariseus se apegaram no fato de que Jesus havia curado no sábado, ao invés de O reconhecerem como o Filho de Deus e O adorarem.

A guarda do sábado fazia parte da lei que Deus havia dado a Moisés (Êxodo 20:8-14 e Levítico 23:14). Nós, porém, não estamos debaixo da lei, não temos que cumpri-la, mas da graça de Deus, que se fez homem em Jesus e, através da Sua morte e ressurreição, saciou a justiça do Pai, cumprindo, em tudo Sua lei.

Ademais, Deus havia estabelecido a guarda do sábado para os judeus, a fim de que eles descansassem. Contudo, o nosso descanso está em Cristo.

O sábado (sabat) era, na verdade, uma sombra Daquele que viria, Jesus. E Ele veio, morreu e, ao terceiro dia, ressuscitou, dando, a cada um de nós, a possibilidade do descanso eterno ao Seu lado.

Por fim, o próprio Jesus se declarou Senhor (dono, proprietário) do sábado e, quando questionado, declarou que seu Pai trabalhava até hoje, e Ele também. Portanto, não precisamos de um dia específico para servirmos ao Senhor, para O adorarmos e nos santificarmos, porque essas práticas nas nossas vidas devem ser diárias.

Guardar o sábado como obediência à lei, é escolher viver sob o aio dela, negando, com isso, o sacrifício de Jesus na cruz por nós.

Cegueira Física x Cegueira Espiritual

O texto faz um contraste entre a cegueira física do homem que foi curado e a cegueira espiritual dos fariseus que, mesmo enxergando não podiam/queriam ver.

A Palavra narra que aquele homem havia nascido cego, já era adulto e nunca tinha enxergado. Muito provavelmente, ele havia ouvido falar dos milagres que Jesus vinha operando e, ao encontra-Lo, experimentou do Seu poder na sua vida, e passou a enxergar.

Todavia, Jesus não apenas abriu os olhos físicos daquele homem, mas também seus olhos espirituais. Depois de receber o milagre de Deus, ele passou a testemunhar, inclusive para os fariseus, e sob pena de ser expulso da sinagoga, não só sobre o poder curador de Jesus, mas também que Ele havia vindo da parte de Deus.

Sabemos que Deus não atende pecadores, mas está pronto para ouvir aqueles que o adoram e fazem a sua vontade. Desde o princípio do mundo, ninguém foi capaz de abrir os olhos de um cego de nascença. Se esse homem não fosse de Deus, não teria conseguido Fazê-lo. (Versículos 30-33).

Quando Jesus soube do testemunho do ex cego, o procurou, revelando-se a ele como sendo o Filho de Deus. Ele creu e foi salvo!

Por outro lado, os fariseus enxergavam como ninguém. Eram mestres da lei, estudavam-na com profundidade, assim como as doutrinas e tradições.

Apesar de todo conhecimento, eram cegos espiritualmente. Eles não conseguiram enxergar que Moisés era um tipo de Jesus (Libertador); nem que sua lei e todo Antigo Testamento eram sombras Daquele que estava por vir, apontavam para Jesus.

Eles não conseguiram enxergar que Jesus era o filho de Deus, o Messias esperado, que veio para cumprir a lei de Moisés (impossível para nós), ser morto para perdão dos nossos pecados e, ao terceiro dia, ressuscitar. Os fariseus eram, na verdade, os verdadeiros cegos que se recusaram a enxergar a encarnação de Deus em Jesus Cristo.

CONCLUSÃO

Aprendemos que

– As doenças que nos sobrevém nem sempre são consequências dos nossos pecados, podem até ser, mas não é uma regra a ser seguida.

Elas também podem ser permissões do Senhor a fim de cumprir Seus propósitos soberanos.

– A fé no poder de Deus, bem como nossa obediência à sua Palavra são elementos fundamentais para vivenciarmos os milagres e maravilhas do Senhor nas nossas vidas.

– Não temos que guardar os sábados, nem nos abstermos de quaisquer alimentos, guardando a lei de Moisés porque, o fim da Lei é Cristo para justificação de todo o que crê. (Romanos 10:4).

– Mais importante do que o conhecimento da lei, doutrinas e tradições é enxergarmos Jesus como o Filho de Deus que morreu para que os nossos pecados fossem perdoados, porém ressuscitou e, hoje, está vivo reinando junto a Deus-Pai.

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