E logo os soldados do presidente, conduzindo Jesus à audiência, reuniram junto dele toda corte. E, despindo-O, O cobriram com uma capa escarlate; e tecendo uma coroa de espinhos, puseram-Lhe na cabeça, e em Sua mão direita uma cana; e ajoelhando diante Dele, o escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus.
E, cuspindo Nele, tornaram-Lhe a cana, e batiam-Lhe com ela na cabeça. E, depois de o haverem escarnecido, tiraram-Lhe a capa, vestiram-Lhe as suas vestes e O levaram para ser crucificado. Mateus 27:27-31
Depois de ser traído com um beijo por um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, Jesus foi levado à casa de Caifás, sumo sacerdote, para ser julgado por líderes religiosos.
Diz as Escrituras que aqueles líderes religiosos buscaram pessoas que mentissem em seus testemunhos, a fim de incriminarem o Filho de Deus e condená-lo a morte.
Depois do decreto daqueles homens, Jesus foi encaminhado a Pôncio Pilatos, governador de Roma, porque apenas ele podia executar a pena de morte.
Apesar de Pilatos não ter encontrado culpa em Jesus e ter ciência de que os sacerdotes queriam matá-Lo por inveja, não teve coragem de resistir à pressão populacional que, em uma só voz, gritava: crucifica-O, crucifica-O!!
Aquela multidão que dias antes aclamara Jesus como rei: Bendito o que vem em nome do Senhor. Agora, queria sua morte.
O governador romano, então, lavou suas mãos (tentando aliviar sua participação na morte de um inocente), soltou Barrabás (tradição da época: perdoar um criminoso na Páscoa), e entregou Jesus aos soldados para ser crucificado.
Antes, porém, eles açoitaram Jesus de formas inimagináveis, que hoje, seriam severamente repreendidas pelos direitos humanos, principalmente, porque se tratava de um homem inocente.
Aqueles guardas deram socos e tapas em Jesus, cuspiram em Seu rosto, zombaram Dele e O humilharam. Tiraram as vestes do Filho de Deus e o vestiram com um manto vermelho, típico dos reis.
Teceram-Lhe uma coroa de espinhos e cravaram em sua cabeça, afinal todo rei tem uma coroa. Estudiosos afirmam que cada espinho tinha o tamanho de um dedo.
Fizeram-No segurar um caniço, como se fosse um cetro e ajoelhavam-se e curvavam-se diante do “Rei dos judeus”.
Eles fizeram isso até se cansarem…
Jesus ainda foi chicoteado por um chicote que possuía 9 tiras. Na ponta de cada tira tinha um dente e/ou um pedaço de metal, de modo que cada chicotada penetrava em Seu corpo e O dilacerava. Não se sabe ao certo quantas vezes Ele foi açoitado, já que estava sob leis romanas e não judias (que “só” permitia 40 chicotadas).
Ao final de todo esse sofrimento, os soldados obrigaram Jesus a carregar sua cruz até o gólgota, onde Ele foi crucificado no meio de dois malfeitores, justamente condenados.
A cruz para crucificação do Filho de Deus era maior do que Ele, porque havia sido feita para Barrabás. Mas, o verdadeiro motivo é porque ela era para mim e para você.
Após Sua crucificação, Jesus demorou ainda 6 horas para morrer (hora terça – 9h, até hora nona – 15h) e proferiu suas últimas e mais importantes palavras.
Tendo em vista a extensão, faremos a análise dessas palavras separadamente, a cada segunda-feira.
O evangelista João (19:28) relata que Jesus afirmou ter sede.
O objetivo do discípulo amado ao escrever seu Evangelho era proteger a Igreja do gnosticismo, provando que Jesus era 100% homem e 100% Deus, simultaneamente. Aquela seita defendia que Jesus era Deus, mas não era homem, porque a natureza humana é essencialmente má. Dessa forma, era impossível haver humanidade em Jesus.
Por isso, João escreve que depois de 40 dias e 40 noites no deserto, sem comer; Jesus teve fome. Após saber da morte do seu amigo Lázaro, Jesus chorou. Ao fim de um longo dia ensinando, operando curas e maravilhas, Jesus dormiu. Pregado no alto da cruz do Calvário, Jesus teve sede.
A Bíblia nos ensina que, no princípio, Jesus estava com Deus e Jesus era Deus. No tempo oportuno, Ele deixou sua glória, se humilhou e se fez homem. Jesus era inteiramente homem, sem deixar de ser inteiramente Deus, ao mesmo tempo.
Qualquer doutrina que ensine algo diferente disso é heresia, porque está contrário às Escrituras.
João estava nos ensinando que aquela pessoa crucificada, que teve sede, era 100% homem.
Na cruz, Jesus não fez uso de seus atributos divinos. Pelo contrário, Ele sofreu da mesma forma que qualquer um de nós sofreríamos, porque era humano.
A Bíblia afirma que antes de ser entregue aos sacerdotes e líderes religiosos, Jesus estava orando, porque estava profundamente angustiado com tudo que estava prestes a sofrer. Lucas nos revela que, nesse momento, Ele até suou gotas de sangue, tamanha era a aflição daquele HOMEM.
No antigo testamento, para a remissão dos pecados de uma pessoa, um cordeiro perfeito era oferecido em sacrifício a Deus no lugar dela. O sangue do animal inocente morto era aspergido sobre o pecador, que era remido por seus pecados.
Uma substituição era feita – a vida de um animal puro, sem pecados; por um homem pecador.
Com a crucificação do Filho de Deus, a substituição é perfeita – homem por homem.
Jesus, 100% homem, nascido de mulher que, em tudo foi tentado, porém sem pecados, substituindo a raça humana caída e pecadora.
Na cruz do calvário, Jesus nos substituiu, sendo crucificado em nosso lugar.
O sacrifício foi perfeito, necessário e suficiente. Aleluia!!!