Jesus No Getsêmani

Estudo 29/2021

Por, Pr. Marcos Valerio Fernandes

Texto Para Leitura: João 18:1-11
INTRODUÇÃO

Todos os evangelistas registraram o episódio da prisão de Jesus no Jardim do Getsêmani. Textos paralelos são encontrados em Mateus 26.47-56, Marcos 14.43-50 e Lucas 22.47-53.

O local em que Jesus foi preso era costumeiramente frequentado pelo Mestre e seus discípulos com o objetivo de orar.

O Getsêmani ficava próximo a Jerusalém, no Monte das Oliveiras.

O texto bíblico diz que Jesus e seus discípulos saíram do cenáculo, em Jerusalém, atravessaram o ribeiro de Cedrom e chegaram a um jardim.

O ribeiro de Cedrom era um ribeiro esporádico, que corria durante alguns meses do ano e ficava no Vale de Cedrom, entre Jerusalém e o Monte das Oliveiras.

Esse jardim, o Getsêmani, era um local com muitas árvores de oliveiras, um pomar tranquilo e apropriado para um retiro de oração e, naquele dia, Jesus permaneceu ali por algumas horas.

O local aproximado onde Jesus esteve, está preservado com muitas árvores centenárias, sendo atualmente visitado constantemente por peregrinos vindos de todas as partes do mundo.

Enquanto Jesus permaneceu no Getsêmani, verificamos pelos textos bíblicos, que ocorreram dois importantes acontecimentos.

O evangelista João em sua narrativa dá especial destaque a um desses acontecimentos, a prisão de Jesus.

Os demais evangelistas dão ênfase a outro acontecimento que antecedeu a prisão, a agonia de Jesus em oração.

Neste estudo iremos conhecer um pouco do que ocorreu e procurar retirar algumas das muitas lições que foram deixadas pelos textos bíblicos.

ORAÇÕES AGONIZANTES DE JESUS

O nome Getsêmani significa “lagar de azeite”. Por ser um local com muitas oliveiras, a extração do azeite era ali realizada. Haviam prensas para esse fim. Eram pesadas pedras que girando uma contra a outra, espremiam as azeitonas colocadas entre elas, fazendo escorrer o puro azeite.

Semelhantemente, no Getsêmani Jesus foi espremido em agonia, a ponto de suar gotas de sangue e dessa maneira, o óleo da cura escorreu em nosso favor.

O fato de Jesus ter suado gotas de sangue, deve-se a sua intensa angústia que enfrentava, a ponto de seus finos vasos capilares do rosto virem a se romperem, sendo o sangue excretado em sua face.

Isso demonstra quão grande o seu sofrimento naquelas horas.

Ao chegarem ao Getsêmani Jesus chamou os discípulos para orar e Ele mesmo, de joelhos, orava e dizia: “__ Pai, se queres, afasta de mim este cálice! Contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lucas 22.42).

Enquanto Jesus orava, seus discípulos não conseguiam permanecer acordados. Por três vezes, Jesus os encontrou dormindo e os acordou. Eles estavam muito tristes e o peso espiritual que se manifestava naquele momento era superior as suas forças.

Jesus por sua vez, consciente de sua iminente prisão e morte, lutava em oração junto ao Pai.

O cálice que estava para beber era muito amargo. Na cruz, Ele assumiria o lugar de todos os pecadores, bem como o pecado de toda a humanidade e levaria sobre si a nossa punição, como sentença divina contra o pecado.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, Jesus não estava com medo de enfrentar a cruz e a morte.

Ele veio ao mundo expressamente para esse momento. Ele estava decidido a entregar a sua vida, voluntariamente, em favor da humanidade.

Muito mais do que a dor e os sofrimentos que enfrentou na cruz, Ele teria que assumir o pecado da humanidade e assim o fez.

Jesus nunca pecou por si mesmo, mas se fez pecado por nós, conforme 2 Coríntios 5.21 “aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que, nele, fossemos feitos justiça de Deus”.

No Getsêmani Jesus lutou em oração, com forte clamor e lágrimas junto ao Pai Celestial e foi ouvido (Hebreus 5.7), resistindo assim todas as forças infernais que procuravam impedir que nEle se cumprissem os propósitos eternos de Deus.

Podemos aprender com Jesus, que em nossas lutas e dificuldades, devemos buscar através da oração a força que vem de Deus para permanecer em pé e vencer.

Vemos também que a vontade do Pai permaneceu e Jesus em obediência cumpriu a sua missão, glorificando a Deus.

Logo após o período de oração, Jesus disse: “…não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?” Ele estava pronto para o que vinha pela frente.

A PRISÃO DE JESUS

Judas, o traidor, conhecia o Jardim do Getsêmani como lugar frequentado por Jesus. Sabendo que Jesus estava naquele local, havendo recebido dos principais sacerdotes e fariseus, uma escolta de guardas e acompanhado de uma multidão de pessoas, foi a frente para identificar Jesus e prendê-lo.

Era noite, por isso, foram com tochas acesas, lanternas e armas (vs. 3). Para identificar a Jesus, Judas se propôs a dar-lhe um beijo.

Entretanto, Jesus se antecipa e pergunta: a quem buscais? (vs. 4). Responderam: a Jesus, o Nazareno. Então Jesus se identificou: Sou eu (vs. 5). Quando ouviram isso, recuaram e caíram por terra (vs.6).

Com essa informação o evangelista João demonstra a divindade de Jesus. As palavras de Jesus foram suficientes para lançar por terra todas aquelas pessoas que lhe foram prender.

Na verdade, Jesus se deixou ser preso.

Ele disse que se quisesse poderia pedir ao Pai e Ele enviaria doze legiões de anjos para o defender (Mateus 26.53), mas que era necessário cumprir as Escrituras.

Uma legião romana era composta de pelo menos 3.000 soldados ou legionários. Chegou depois a ser composta por mais de 5.200 soldados. Faça as contas e veja quanto seria possivelmente doze legiões de anjos, utilizando-se como parâmetro a legião romana.

Jesus estava dizendo que poderia solicitar ao Pai e muitas dezenas de milhares de anjos seriam enviados para lhe defender. Mas Jesus não pediu, pois Ele se deixou ser preso para assim cumprir o propósito da salvação da humanidade, com a sua morte na cruz.

Apenas uma frase ou uma ordem de Jesus seria suficiente para não ser preso. Ele entretanto, escolheu que morrer por mim e por você.

EM MEIO A VIOLÊNCIA HUMANA JESUS REALIZA MILAGRE

Pedro trazia consigo uma espada e com ela feriu a Malco, o servo do sumo sacerdote, cortando a sua orelha direita.

Acredito que o propósito de Pedro em atacar com a espada era cortar o pescoço de quem estivesse pela frente. Felizmente, a investida de Pedro não foi fatal e Malco teve apenas a orelha cortada.

Certamente Malco ficou com o rosto todo ensanguentado e desesperado com a situação, mas Jesus tocou em sua orelha e o curou (Lucas 22.51).

Podemos ver a mansidão e tranquilidade que Jesus estava mesmo no momento de sua prisão. Ele mostrou compaixão para com o seu opositor e manifestou a graça de Deus em seu favor.

A cura de Malco foi uma mensagem enviada ao sumo sacerdote que iria julgar a Jesus e também uma prova de sua divindade. O sumo sacerdote tinha agora um servo que acabara de ser curado milagrosamente. Entretanto, a dureza do coração de Caifás não o deixa enxergar a visitação de Deus a Israel.

JESUS DEFENDEU OS SEUS DISCÍPULOS E ESTES FUGIRAM

Ao se identificar como aquele a quem procuravam, Jesus pediu para deixarem seus discípulos irem embora (vs. 8).

Jesus sabia que Ele era o alvo exclusivo daquele empreendimento.

Em nenhum momento Jesus procurou se esconder ou se defender da prisão. O local era escuro de maneira que poderia ter procurado se ocultar, mas não o fez.

Os discípulos por sua vez, todos fugiram (Mateus 26.56).

Sozinho, Jesus foi levado preso e amarrado para a presença das autoridades judaicas.

Jesus enfrentou sozinho todas as acusações que lhe foram proferidas. Ninguém se apresentou para o defender. Essa missão era dele, ninguém poderia ajudá-lo.

CONCLUSÃO

No Jardim do Getsêmani, Jesus foi prensado e esmagado de tal maneira que o mais puro óleo da graça inefável de Deus escorreu para a cura de todos os povos da terra.

Em angústia Jesus orou e foi ouvido pelo Pai, podendo vencer as tentações e oferecer-se como sacrifício pelos nossos pecados.

Nunca poderemos compreender o tamanho dos sofrimentos que Jesus enfrentou por nós, mas podemos receber todos os benefícios que se tornaram disponíveis ao pecador, mediante o seu sacrifício.

Há uma mensagem clara para toda a humanidade, “o grande amor de Deus”

VAMOS PENSAR UM POUCO
  1. – Se Jesus sendo o próprio Deus necessitava de orar, porque os crentes oram pouco?
  2. – Se você estivesse com os discípulos e com Jesus no Jardim do Getsêmani, o que faria?
  3. – Qual a maior lição que você aprendeu neste estudo?
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