TEXTO PARA LEITURA: JOÃO 2:13-25
Por, Thaisa Fernandes
O Templo
Depois que Deus libertou seu povo do Egito, enquanto peregrinavam no deserto, deu-lhes ordem, por intermédio de Moisés, de construírem um Tabernáculo, passível de ser carregado, o qual representava a presença do Senhor no meio dos israelitas. Você pode ler mais sobre isso no Livro de Êxodo, a partir do capítulo 26.
As Escrituras revelam que, quando a obra foi concluída, a nuvem da glória do Senhor a cobriu e encheu totalmente o Tabernáculo.
É interessante observar que o tabernáculo é uma tipologia de Cristo, porque, no hebraico, ela significa residência, habitação; e essa mesma palavra foi usada na Bíblia para informar que Deus habitou, tabernaculou entre nós, por intermédio de Jesus.
E o verbo se fez carne e tabernaculou entre nós. João 1:14
Já na terra prometida, durante seu reinado, Davi quis construir um templo a Deus, porque não achava correto ele morar em casa de cedros e a arca de Deus dentro de cortinas (2 Samuel 2).
Apesar de angariar todos os recursos para construir o templo, Deus não lhe permitiu fazê-lo, porquanto Davi tinha derramado muito sangue. Porém, concedeu tal honra a Salomão, seu filho.
Após 480 anos da libertação, no seu 4º ano de reinado, Salomão começou a aquela construção, que demorou 7 anos.
O templo construído era magnífico, feito com a madeira mais nobre existente à época e, em grande parte, revestido de ouro.
Findados os trabalhos, uma nuvem encheu o templo do Senhor com Sua glória, e Ele o declarou santo, confirmando que ali como local de adoração a Deus. Entretanto, o Senhor ressalvou que, caso Salomão ou seus descendentes O desobedecesse, Ele abandonaria o templo e permitiria sua destruição.
Aproximadamente 4 séculos após a morte de Salomão, em decorrência da sua desobediência e de seus sucessores, o templo perdeu sua santidade e Deus se retirou dali, assim como havia prometido (porque não há comunhão entre Luz e trevas).
No reinado de Zedequias, Nabucodonosor, rei da Babilônia, invadiu o templo, levou para si os tesouros da Casa do Senhor, e depois o queimou; derrubou o muro de Jerusalém, e aqueles que escaparam de sua espada, foram levados cativos e feitos servos, por 70 anos, até o tempo do reinado da Pérsia.
Ciro, rei da Pérsia, permitiu que Zorobabel (e outros) retornasse à Jerusalém para a reconstrução do templo. Posteriormente, Esdras, Ageu e Zacarias regressaram para ensinar a lei do Senhor para aquela geração. Por fim, Neemias voltou para reconstruir os muros da cidade.
Aquele templo ficou conhecido como o templo de Zorobabel. Apesar da sua inferioridade de riquezas e glamour, se comparado ao templo de Salomão, Deus o aceitou como Sua Casa e declarou ao seu povo a glória desta última casa será ainda maior do que da primeira, neste lugar eu darei a paz.
No reinado de Herodes I (o grande), na Judeia, aproximadamente 16 anos antes do nascimento de Jesus, o templo de Zorobabel estava praticamente em ruínas e foi reconstruído por aquele, tornando-se uma das mais magníficas construções da época, ficando conhecido como o templo de Herodes.
O texto de hoje refere-se exatamente a esse templo. Apesar do nome que lhe foi dado, Jesus o reconheceu como a Casa de seu Pai, e como lugar de oração!!
Importante observar que todos os templos construídos foram aceitos e santificados por Deus, consagrados como lugar de adoração, exigindo-se, portanto, temor e respeito, porque lá o Senhor se fazia presente.
A Narrativa Bíblica – O Templo de Herodes
O texto relata que Jesus foi ao templo (de Herodes), em Jerusalém, e se deparou, no pátio, logo na entrada, com comerciantes e negociadores que o haviam transformado em um verdadeiro mercado.
Irado com as circunstâncias, Jesus, com um chicote de cordas, expulsou todos do templo, ordenando que parassem de fazer da casa do Pai um comércio.
Os judeus, que não criam que Jesus era o filho de Deus, O questionaram sobre sua autoridade em tomar aquela atitude, e Ele lhes respondeu: destruam este templo, e em três dias Eu o levantarei. Ou seja, Ele tinha autoridade e poder tanto para destruí-lo, quanto para reconstruí-lo.
A Purificação Literal do Templo
A Bíblia narra que haviam vendedores de todo tipo de animais, no templo, para a prática de sacrifícios e negociantes trocando dinheiro estrangeiro, transformando aquele lugar em um verdadeiro mercado (lugar onde se operam as forças da oferta e da demanda, entre vendedores e compradores).
O templo, a igreja do Senhor representa, desde o tempo do Tabernáculo, a Casa, a Morada, a Presença de Deus no meio do seu povo.
E diante da presença do Senhor exige-se reverência, temor, quebrantamento e arrependimento.
Isaías, quando viu o Senhor, quando sentiu o peso da Sua glória, da Sua santidade, exclamou: Ai de mim, pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de impuros lábios; e os meus olhos contemplaram o Rei, o Senhor dos Exércitos.
Pedro, quando reconheceu a divindade de Jesus, declarou: Afasta-te de mim, Senhor, pois dou homem pecador.
João, quando se deparou com Jesus glorificado, caiu aos seus pés como morto.
Por isso, não se pode entrar no Templo, ir aos cultos e se comportar de qualquer maneira na Igreja, porque lá o Senhor se faz presente e, diante Dele, se exige reverência e temor.
Jesus se irou quando viu a depravação que estavam fazendo na Casa de seu Pai, lugar santo.
Como Jesus julgaria o nosso comportamento na Casa do Pai?
Refletir sobre:
– Temor e reverência;
– Arrependimento;
– Quebrantamento;
– Adoração verdadeira;
– Atenção à Palavra;
– Identificação com a Palavra;
– Transformação pela Palavra;
– Celular no momento do culto;
– Pensamentos em outras coisas;
– “Ir embora da mesma forma que entrou”.
Jesus purificaria a Igreja Moderna com chicote como fez com o Templo de Herodes?
– Vendas na Igreja – água, sal, manto, pedaço da cruz, dentre outras coisas;
– Exibicionismo de dons e talentos;
– Mensagens antropocêntricas (foco é o homem e não Deus).
A Purificação Figurada do Templo
Não é apenas o templo físico que precisa ser purificado, mas principalmente o interior dos filhos de Deus.
O Apóstolo Paulo ensina em 1 Coríntios 6:19 que aqueles que tem Jesus como Senhor, são templos, habitação do Espírito Santo de Deus, por isso devem ser santos, separados, purificados a Deus, porque entre Ele e o pecado não existe nenhuma comunhão.
Quando se reconhece Jesus como Filho de Deus e se crê na Sua obra redentora, o Seu Espírito passa a morar dentro daquele que confessou e ele se torna santo. Ou seja, Deus, por intermédio de Jesus, alcança a pessoa com misericórdia e graça e perdoa os pecados que ela praticou.
A partir de então, ela, através do Espírito Santos, é capacitada a fugir do mal e andar pelos caminhos que levam a Deus. Isso significa que enquanto ela habitar em um corpo corruptível, precisará vigiar para que não caia nas ciladas do diabo e peque; ela deverá viver em um processo diário de santificação de sua vida.
Não quer dizer que ela nunca mais pecará, mas o erro será um acidente em sua vida e, sempre que cometido, será confessado e abandonado.
Esse processo de santificação na vida do crente deve ocorrer até que Jesus o recolha, ou volte, quando, finalmente, ele terá um corpo incorruptível, livre do poder do pecado.
Ser santo significa ser separado – separado do mundo e de suas obras. Sobre isso o Apóstolo Paulo declarou:
Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade. Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo. Quando vocês ficarem irados, não pequem”. Apaziguem a sua ira antes que o sol se ponha e não deem lugar ao Diabo. O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade. Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem. (…)Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo. Efésios 4:22-32
Lembrem-se de que sem santidade ninguém verá a Deus.
Refletir sobre:
– Você precisa purificar, santificar sua vida?
– Como fazer isso?
O Zelo
Jesus se irou quando viu a profanação da Casa do Seu Pai, porque o zelo por ela o consumia.
Zelo significa cuidado, diligência, dedicação “radical”.
Ele fez um chicote e, com “radicalidade”, expulsou a todos do templo.
Essa atitude de Jesus ensina que:
– O povo de Deus deve ser radical quanto ao pecado, e retirá-lo de sua vida de uma vez por todas.
“Se sei olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno. E, se sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno. Mateus 5:29-30
– O povo de Deus deve zelar pelas coisas de Deus: cuidando, em tudo, do templo; auxiliando no que for necessário, sem escolher serviço; devolvendo dízimos e ofertas, para que haja sustento na Casa do Pai; cuidando da viúva, do órfão e do estrangeiro; enfim dedicando-se com amor e zelo à Casa de Deus.
CONCLUSÃO
Jesus purificou o templo e, a seu exemplo, a igreja moderna deve fazer o mesmo.
– Primeiro, cada cristão deve viver em um processo de santificação diário, renunciando o mundo, os prazeres que ele oferece; vivendo como Jesus viveu.
– Segundo, após estar santificado, casa cristão deve se preocupar em purificar o templo do Senhor, não permitindo que façam dele um mercado;
DESAFIO
– Identificar o pecado que tem te impedido de ser santo e arrancá-lo, de uma vez por todas, de sua vida. Compartilhe-o, se quiser, com os demais integrantes da sua célula para que, em oração, haja vitória.
– Compartilhar uma foto de sua célula nas redes sociais marcando @iprvotuporanga.