Texto para Leitura: João 12:1-11
Estudo 21/2021
Por, Thaisa Fernandes
A Narrativa Bíblia
Além de João, os evangelistas Mateus (26:6-13) e Marcos (14:3-9) relatam esses acontecimentos.
Faltavam 2 dias para a Páscoa e Simão ofereceu um jantar para homenagear Jesus.
Não sabemos ao certo a relação que aquele homem tinha com a família de Lázaro, todavia, a Bíblia revela que Marta era quem servia a mesa, enquanto Lázaro estava assentado com Jesus.
Seus discípulos também estavam presentes no jantar. Portanto, haviam muitas pessoas reunidas naquela casa, a fim de prestigiar o Mestre.
É nesse contexto que Maria decide demonstrar seu amor por Jesus num ato de adoração que O agradou, e muito. Ela pegou um frasco de alabastro contendo um perfume caríssimo, feito de nardo puro, avaliado em 300 moedas de pratas, o quebrou e o derramou sobre Jesus: da cabeça aos pés. Após, o enxugou com seus cabelos.
Os discípulos de Jesus ficaram perplexos com aquele “desperdícios”, e Judas externalizou sua indignação afirmando que ela poderia ter vendido aquele perfume e dado o dinheiro aos pobres, pois seria mais proveitoso. Então, repreenderam Maria severamente.
Jesus, observando toda a situação, mandou que deixassem Maria em paz, porque Ele havia se agradado de sua atitude, a qual seria lembrada em todos os lugares onde as Boas-Novas fossem anunciadas. E é isso que nós estamos fazendo hoje!
Simão, o leproso
A Bíblia não da detalhes sobre ele.
Sabemos que ele morava em Betânia, era leproso e amava a Jesus.
É fato que aquele homem já não tinha mais lepra, caso contrário não estaria no meio de tanta gente. Entretanto, o rótulo dado a ele não desaparecera. Apesar de curado, ainda era conhecido como sendo – o leproso.
Talvez, ele tivesse alguma relação (pai, marido) com Marta, porque era ela quem servia a mesa naquele dia.
Ele amava Jesus. Podemos concluir isso, porque ofereceu um jantar para homenageá-Lo. Sabemos que o Filho de Deus não andava sozinho, normalmente, onde Ele ia uma multidão o seguia. Nessa noite, sabemos que estavam presentes Seus discípulos e a família de Lázaro. Portanto, por causa de Jesus, Simão recebeu inúmeras pessoas em sua casa.
E nós:
Temos colocado nossas casas e nossos recursos (financeiros, talentos) para servir a Jesus e aqueles a quem Ele ama?
Jesus é homenageado nas nossas casas?
Marta
Marta aparece nas Escrituras, pelo menos, 3 vezes e, em 2 delas, ela está servindo ao Mestre.
O serviço a Deus é uma evidência da nossa salvação e não o motivo. Não somos salvos porque trabalhamos na Igreja, integramos algum ministério ou porque contribuímos financeiramente com o Reino do Senhor.
Somos salvos porque cremos na obra expiatória de Cristo e, por isso, servimos, disponibilizando tudo o que temos (dons, talentos, finanças, tempo) a Ele.
Precisamos tomar cuidado com esse ativismo. O próprio Jesus repreendeu Marta por isso (Lucas 10:41): de nada adianta desempenharmos inúmeras tarefas e acumularmos cargos na Igreja se não tivermos um relacionamento pessoal e íntimo com Jesus.
E nós:
Temos servido no Reino de Deus sem negligenciarmos o nosso relacionamento íntimo e pessoal com Ele?
Lázaro
Pelas Escrituras, aprendemos que Lázaro era um amigo chegado de Jesus. Sempre que ia a Betânia, Ele escolhia sua casa para se hospedar.
Além disso, Lázaro tinha intimidade com o Filho de Deus. No texto de hoje, aprendemos que ambos estavam juntos assentados a mesa para compartilharem um jantar.
Mesa representa comunhão e intimidade.
Quando vamos a um restaurante, não dividimos a mesa com estranhos, mas com amigos íntimos, para desfrutarmos de suas companhias e boas conversas. Nela também revelamos segredos, planejamos, choramos e festejamos. Lázaro era esse amigo de Jesus.
Ademais, ele foi escolhido pelo Mestre para ser o protagonista do seu maior milagre – a ressurreição, após 4 dias.
Havia, naquela época, a crença de que uma pessoa poderia ressuscitar mesmo depois de 3 dias de morta, porque sua alma ainda estaria no corpo. Por isso, Jesus esperou o 4º dia da morte de Lázaro para realizar o milagre.
Assim, ele se tornou um testemunho vivo do Seu poder. A Bíblia afirma que as pessoas que o viam criam em Jesus, glorificavam a Deus, e abandonavam ao judaísmo.
E nós:
Temos intimidade para nos assentarmos à mesa com Jesus e compartilhamos TUDO com Ele? Ou somos apenas conhecidos, de quem escondemos os detalhes das nossas vidas?
Nosso estilo de vida tem testemunhado Jesus?
Maria
Maria é um exemplo para nós de como deve ser um cristão verdadeiro.
Nas 3 vezes em que ela é descrita nas Escrituras, está aos pés de Jesus: primeiro para aprender, segundo para chorar pela morte de seu irmão, Lázaro; terceiro para adorá-Lo.
Aos pés de Jesus é o melhor lugar onde podemos estar. Ali nos livramos do nosso orgulho; encontramos sabedoria para vivermos de modo a agradar a Deus; somos confortados e consolados das adversidades da vida.
Aos pés de Jesus, Maria também O adorou.
O texto narra que, durante o jantar, ela entrou com um frasco de alabastro contendo um perfume caríssimo, feito de essência de nardo, o quebrou e derramou toda a essência em Jesus, até aos seus pés; enxugando-O, em seguida, com seus cabelos.
Podemos extrair algumas lições da atitude de Maria.
A primeira é que ela fez a Jesus tudo o que ela podia, tudo o que estava ao seu alcance (Marcos 14:8), entregando a Jesus o seu melhor.
O texto revela que o frasco de perfume que Maria quebrou para adorar Jesus era de nardo puro e caríssimo – 300 moedas de prata ou 300 denários.
Naquela época, 1 denário equivalia a um dia de trabalho.
Estudiosos ensinam que aquele frasco continha 340 gramas de nardo puro.
Isso significa que o perfume derramado aos pés de Jesus custou a Maria mais de um ano de trabalho.
Ela não era rica e nem de uma família abastada; aprendemos que a cidade onde era morava -Betânia, significa casa da pobreza. Com toda certeza, Maria tinha economizado muito e por muitos anos para adquirir aquele frasco de perfume.
Todavia, ela não fez cálculos, não se importou com o que as pessoas iriam pensar, nem com as críticas que viriam. Diante de Jesus, Maria simplesmente entregou tudo (ela não guardou parte do perfume para si) do melhor que ela tinha para adorar Aquele que é digno.
A Bíblia mostra que toda a casa se encheu do cheiro do perfume que ela derramou. A nossa adoração tem que ser percebida por aqueles que nos rodeiam; nós precisamos contagiar os que nos cercam.
E nós:
Oferecemos o nosso melhor a Jesus? De todo o nosso coração? Ou o que estamos fazendo o estamos relaxadamente?
A segunda lição é que aquela entrega do melhor foi feita sacrificialmente.
Nos dias de Maria, ao contrário dos atuais, o casamento era muito valorizado, especialmente para as mulheres. Quando uma menina se tornava moça, ela começava a se preparar para o grande dia, inclusive, guardando esse caro perfume. Se o frasco já estava cheio da essência de nardo puro, isso significa que, muito provavelmente, aquele dia tão importante era iminente.
Maria não priorizou a si mesma. Ela, sacrificialmente, quebrou o frasco daquele perfume, guardado para o dia mais importante de sua vida, para adorar ao seu Mestre.
E não foi só isso.
Depois de ungir Jesus, até seus pés, com aquele caro perfume; ela o enxugou com seus cabelos. Naqueles tempos, uma mulher não deveria soltar seus cabelos em público.
Maria, contudo, não se importou com a própria imagem, ela, em sua atitude, se entregou de corpo e alma a Jesus, porque reconhecia que Ele era o próprio Deus que estava diante dela.
E nós:
Nos sacrificamos por amor a Jesus?
Por fim, porque Maria ofereceu a Jesus tudo e o melhor do que tinha, sacrificialmente, tão-somente para adorá-Lo, Ele a recompensou eternamente, inserindo sua atitude no Seu Santo Livro, que é o mais lido, vendido e estudado por séculos. Ou seja, a ação daquela moça constituiu no seu legado.
Os Discípulos
Apesar de os discípulos sempre estarem com Jesus, eles criticaram a adoração de Maria, repreendendo-a.
De acordo com eles, ela havia desperdiçado um perfume tão caro.
É claro que como cristãos nós devemos ter compaixão dos nossos irmãos, ajudando aqueles que necessitam. Porém, isso não exclui, de forma alguma, a adoração que devemos render somente ao Senhor, com as nossas atitudes, com os nossos dízimos, ofertas, tempo, dons e talentos.
Lembrando que as críticas virão, especialmente dos de perto, mas não devemos nos importar com elas, e sim em agradar ao nosso Deus.
Conclusão
Precisamos nos inspirar em Maria, essa personagem que era tão amada pelo Mestre e que tanto alegrou o Seu coração e entregarmos a Ele não daquilo que nos sobra, mas do que é mais essencial e fundamental para nós (tempo, sono, lazer, dinheiro, talento, dons), de maneira a oferecermos nossos sacrifícios ao Senhor e constituirmos um legado na nossa família.