Pedro Nega Jesus

Estudo 30/2021

Por, Thaisa Fernandes

Texto para Leitura: João 18:13-27
Introdução

O fato é narrado pelos quatro evangelistas: João 18:13-27; Mateus 26:69-75; Marcos 14:66-72 e Lucas 22:54-62.

De acordo com as Escrituras, Jesus estava reunido à mesa, com seus doze discípulos, para celebrarem sua última Páscoa e, aproveitou-se da ocasião, para fazer alguns pronunciamentos:

Alertou-os que um deles, aquele que comia no Seu prato, iria traí-lo.

E estabeleceu a última aliança de Deus com a humanidade: aliança de sangue (de Jesus) para perdão dos nossos pecados, simbolizada pela Santa Ceia.

Após comerem, partiram ao Monte das Oliveiras. No caminho, Jesus fez outra revelação a seus amigos: todos O abandonariam.

Pedro, por sua vez, negou: “pode ser que todos os outros O abandone, mas eu jamais O abandonarei.

Em resposta, Jesus afirmou: “nesta noite, antes que o galo cante, você me negará três vezes.

Todavia, Pedro insistiu: “mesmo que eu tenha que morrer ao seu lado, jamais o negarei”.

Ao chegarem naquele monte, o Filho de Deus retirou-se para orar, levando consigo Pedro, Tiago e João.

Depois algum tempo, uma multidão armada, enviada pelos sumos sacerdotes e líderes religiosos, acompanhada por Judas, chegou para prender o Nazareno.  

Nesse momento, todos Seus discípulos fugiram, abandonando-O, conforme Ele havia anunciado. Pedro, porém, seguiu Jesus até a casa do sumo sacerdote, mas de longe.

Lá, ele permaneceu sentado próximo a uma fogueira, para se esquentar, quando uma criada se dirigiu até ele: “você é um dos que estavam com Jesus, o galileu”. Pedro negou diante de todos.

Mais tarde, outra criada o reconheceu. Entretanto, Pedro, pela segunda vez, declarou que não conhecia Jesus.

Um pouco depois, outros identificaram Pedro como sendo amigo de Jesus. No entanto, pela terceira vez, ele O negou: “que eu seja amaldiçoado se estiver mentindo. Não conheço esse homem”.

Imediatamente o galo cantou.

O evangelista Marcos relata que o Senhor olhou diretamente para Pedro, que se lembrou das profecias do seu amigo e saiu dali chorando amargamente, pois elas haviam se cumprindo, apesar de ele ter declarado que estava disposto a morrer por Jesus. 

Um Homem Precipitado

Analisando a vida dos discípulos de Jesus, percebemos que todos eram homens comuns, como eu e você: pecadores e com temperamentos difíceis.

Pedro, por exemplo, era sanguíneo: explosivo; impulsivo, não pensava muito para falar; exagerado e emocionalmente instável.

Explosivo: “Simão Pedro, que trazia uma espada, tirou-a e feriu o servo do sumo sacerdote (Malco), decepando-lhe a orelha”. (João 18:10).

Impulsivo (não pensa antes de falar): “Pedro declarou: pode ser que todos os outros abandonem, mas eu jamais o abandonarei. Jesus respondeu: esta mesma noite, antes que o galo cante, você me negará três vezes. Pedro, no entanto, insistiu: mesmo que eu tenha que morrer ao seu lado, jamais o negarei”. (Mateus 26:33-35).

Exagerado: “Disse Pedro: não, nunca lavarás os meus pés. Jesus respondeu: se eu não os lavar, você não terá parte comigo. Respondeu-lhe Simão Pedro: então Senhor, não lave apenas os meus pés, mas também as minhas mãos e cabeça”. (João 13:6-10).

Emocionalmente instável: “Disse-lhes Jesus: e vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (…) Desde então, começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e principais sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia. E Pedro, tomando-O de parte, começou a repreendê-Lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti, de modo algum te acontecerá isso. (Mateus 16:15-23).

Apesar das iniquidades e defeitos daqueles homens, eles foram escolhidos por Jesus para serem seus amigos e discípulos.

Andaram com Cristo, aprenderam e foram transformados por Ele.

Isso significa que, apesar de Deus escolher pessoas pecadoras e falhas, Ele não quer que permaneçamos assim.

Pelo contrário, Sua vontade é que nasçamos de novo, através do Seu Espírito e, a cada dia, sejamos moldados por Ele, apresentando frutos que evidenciam a nossa nova natureza.

Pedro foi restaurado e passou a ser um homem manso; permitiu-se (e agradou-se disso) ser preso e morto por causa do Evangelho.

João, antes conhecido como o filho do trovão, passou a ser o discípulo do amor.

A Semelhança de um Discípulo

Aprendemos que, quando Jesus foi preso, seus discípulos O abandonaram e fugiram. Pedro, porém, O acompanhou de longe.

Mesmo escondido, com medo que lhe ocorresse o mesmo, ele foi reconhecido e identificado como um dos que andavam com Jesus. Isso porque, “sua fala o denunciava”.

Os seguidores de Jesus são (ou pelo menos deveriam) pessoas diferentes das demais e, por isso, são facilmente reconhecidas.

Elas não mentem; não enganam; não traem; não se prostituem; não matam; não roubam; não furtam; não xingam; não fofocam; não falam mal dos irmãos; não se envergonham do Evangelho; obedecem à Palavra de Deus; se arrependem, pedem perdão; amam uns aos outros; têm compaixão; trabalham e servem ao Reino de Deus; enfim, andam como Jesus andava.

Todavia, atualmente, existe uma “nova categoria” de cristãos, “os agentes secretos”, aqueles que afirmam serem crentes, porém não evidenciam as características de um no meio onde vivem. Ou seja, suas roupas, falas, ações e reações não refletem Jesus.

Na realidade, essas pessoas (infelizmente) não passam de hipócritas, como dizia João Batista, porque não mostram seus frutos de arrependimento e de nova criatura. Pedro tentou se esconder, mas, por várias vezes, foi apontado como sendo cristão, porque suas características o denunciavam.

Mais importante do que nos declararmos cristãos é sermos denunciados como tais por nossas características no meio onde vivemos.

Pedro Nega Jesus

Como supramencionado, Pedro era impulsivo, sempre tinha algo para falar, uma opinião para dar, todavia, não pensava muito antes de fazer suas afirmações.

Esse seu jeito, o fez insistir com Jesus, o Filho de Deus, onisciente, que ele preferia morrer ao Seu lado, a negá-Lo.

Pedro chega a afirmar que os demais discípulos, seus amigos, até poderiam fazer isso, mas ele não.

Porém, confirmando as profecias de Jesus, seu discípulo nega, três vezes, conhece-Lo, chegando até a praguejar.

Devemos extrair algumas lições desses fatos.

A primeira é que todos nós somos seres humanos, sujeitos a erros e pecados, por isso não devemos nos considerarmos melhores do que ninguém.

Pedro pensou ser melhor do que seus amigos e afirmou isso declarando que eles sim poderiam trair o Mestre, mas ele jamais faria isso.

Ocorreu exatamente ao contrário. Todos discípulos abandonaram Jesus. Contudo, apenas Pedro, além de o abandonar, declarou, por três vezes, não conhecer a Jesus.

A segunda é que devemos levar em consideração tudo quanto o Senhor nos diz. Muitas vezes, Ele nos anuncia algo, a fim de nos dar livramentos. Mas, quando estamos cheios de nós mesmos, não damos ouvidos ao Espírito Santo e caímos no erro/pecado alertado.

Talvez, se Pedro tivesse se atentado às palavras do Mestre, ele não O teria negado diante de todos. No entanto, ele estava tão cheio de si, de suas certezas e escolhas, que as palavras de Jesus “entraram por um ouvido e saíram pelo outro”; acontecendo exatamente como profetizado por Cristo.

Por fim, antes de falarmos qualquer coisa, especialmente para o Senhor, precisamos pensar.

Pedro declarou preferir morrer por Jesus a traí-Lo. Porém, fez aquela afirmação impulsivamente, sem pensar se, de fato, estava preparado para isso. Talvez, até imaginando que aquela situação não ocorreria.

Entretanto, “na hora H”, ele não honrou sua palavra e ficou conhecido como sendo o discípulo que traiu Jesus.

Muitas vezes isso acontece conosco também. Nas nossas dificuldades, tribulações e desesperos fazemos promessas e votos ao Senhor impossíveis de serem cumpridos, porque agimos sem pensar.

O mesmo acontece também quando estamos eufóricos, cheios da presença de Deus e declaramos coisas que, ainda, não estamos prontos a fazer, mesmo que por amor a Jesus (como por exemplo, morrer por Ele, como afirmou Pedro).

Não podemos ser impulsivos como Pedro. Pelo contrário, temos que pedir para que o Espírito Santo nos dê domínio próprio, só assim conseguiremos agir, prometer e declarar coisas independentemente dos nossos sentimentos e das situações que estamos vivendo.

Obs.: Caso você tenha feito um voto com Deus naquelas situações, cumpra-o. Se não for possível, arrependa-se.

Arrependimento

De acordo com o Santo Livro, assim que o galo cantou, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe advertira (..) e, deixando aquele lugar, chorou amargamente.

Arrepender-se significa se lamentar, sentir pesar por causa de um erro cometido.

O arrependimento não se confunde com remorso que, em regra, surge com a descoberta do erro por terceiros (e não por um arrependimento verdadeiro). Além disso, o arrependimento gera vida (Pedro), já a consequência do remorso é morte (Judas).

Quando falamos em arrependimento nos lembramos de João Batista. Ele não pregava o simples arrependimento, mas o um ARREPENDIMENTO GENUÍNO.

Arrependimento genuíno é um arrependimento verdadeiro, o qual produz frutos, mudanças.

O precursor do Messias (João Batista) afirmava que deveríamos provar por nossas ações o nosso arrependimento.

Diante dessa declaração, multidões iam até o profeta e perguntavam o que era necessário ser feito, e ele as instruía: quem tem duas túnicas, dê uma ao que não tem nenhuma; e quem tem o que comer, faça o mesmo. Para os publicanos (cobradores de impostos), a recomendação era não cobrar mais do que o ordenado. Aos soldados, não praticar violência e nem defraudar ninguém. (…) Provem por meio de ações que vocês se arrependeram.

Sobre isso, o Apóstolo Paulo escreveu – Efésios 4:22-32.

Não existe arrependimento verdadeiro sem seus frutos, sem mudança.

Pedro se arrependeu e provou isso permitindo-se ser restaurado por Jesus (tema dos próximos estudos), voltando ao ministério para o qual havia sido chamado e levando inúmeras almas ao arrependimento.

Nós devemos fazer o mesmo. Ou seja, nos arrependermos dos nossos pecados e abandoná-los, de uma vez por todas. Só assim mostraremos os frutos do nosso arrependimento (se é que ele é verdadeiro).

Para Pensar

Com qual discípulo de Jesus você mais se assemelha?

Se você fosse, como Pedro, acusado de ser cristão, haveria prova suficiente para condená-lo?

Já negou Jesus com suas palavras?

E com suas atitudes?

Desafio

Descobrir qual seu temperamento (sanguíneo, colérico, fleumático ou melancólico) e seus aspectos negativos para melhorá-lo.

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2 comentários sobre “Pedro Nega Jesus

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