A Mulher Adúltera

Texto Para Leitura: João 8:1-11

Estudo 15/2021,

Por Thaisa Fernandes

A Narrativa

A história da mulher adúltera é narrada, exclusivamente, no Evangelho de João.

Diz o texto que, mais uma vez, pela madrugada, Jesus foi ao monte das Oliveiras orar, todavia, logo pela manhã, Ele já estava no templo ensinando às multidões.

Nessa ocasião, os fariseus e os mestres da lei Lhe trouxeram uma mulher surpreendida em flagrante adultério.

De acordo com a lei de Moisés, ela deveria ser apedrejada. Aqueles estudiosos, entretanto, queriam saber se Jesus também a condenava.

As Escrituras revelam que o Filho de Deus não responde, de imediato, o questionamento dos fariseus. Ele simplesmente abaixou a cabeça e, com o dedo, começou a escrever algo na terra. Mas, eles não desistiram, e continuaram a cobrar uma resposta de Jesus.

Então, Ele se levantou e declarou: “Aquele de vocês que nunca pecou atire a primeira pedra”. Jesus disse isso e voltou a escrever.

Os acusadores da mulher, um a um, se retiraram, e só sobraram o Filho de Deus e a adúltera.

Ele a perdoa e pede para que ela não peque mais.

Discriminação da Mulher

Nesse texto aprendemos como a mulher era discriminada naqueles tempos.

De acordo com os fariseus, a mulher havia sido flagrada em adultério.

Flagrante significa algo visto e registrado no momento da realização, que, portanto, não pode ser negado, contestado.

Isso significa que certamente havia um homem junto com ela. Ninguém adultera sozinho. Mas, apenas ela foi recrutada, exposta e humilhada pelos mestres da lei.

A discriminação da mulher é notada também na realização dos censos, pois elas não eram nem contadas. Era como se não existissem, se não fizessem parte da comunidade.

Contudo, Jesus não tratava as mulheres dessa forma. Vemos em seu ministério um destaque para o gênero feminino.

Jesus conversava com as mulheres – mulher samaritana;

Jesus era amigo das mulheres – Marta e Maria;

Jesus reconhecia as mulheres como adoradoras – mulher de Betânia que derrama um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro sobre Jesus;

Jesus permitia que mulheres O servissem com seus bens;

Jesus pede para que mulheres anunciassem a seus discípulos que Ele tinha ressuscitado, dentre muitos outros exemplos.

O Senhor ama homens e mulheres igualmente. Ambos somos importantes para Ele. Não há hierarquia de gêneros, como muitos acreditam.

Há apenas funções diferentes que Ele atribuiu a cada um de nós, não para nos fazer competir, mas para que nos unamos e juntos façamos Seu Reino expandir.

Humilhação da Mulher

Os fariseus expuseram aquela mulher diante de uma multidão que estava reunida no templo ouvindo Jesus, humilhando-a demasiadamente. Apesar dos seus pecados, ela não merecia ser tratada daquela maneira.

Imagine sua vergonha diante de desconhecidos, e até mesmo dos seus familiares.

Essa é a forma como o diabo age. Ele nos instiga/induz a pecar e quando caímos nas suas tentações, ele nos expõe, nos humilha diante de toda multidão e, ainda, nos acusa. É por isso que a Bíblia o chama de o acusador.

Lembre-se: sempre que satanás vier lhe acusar de algum pecado, repreenda-o, e o recorde que ele já está condenado ao inferno, por toda eternidade; você, porém, foi justificado pelo sangue do Cordeiro, por isso já não lhe recai mais nenhuma condenação!

Jesus, por outro lado, não age dessa maneira. Primeiro, Ele nos adverte a estarmos sempre vigilantes para que não caiamos em tentação. Todavia, quando caímos, Ele não nos expõe e nem nos humilha; mas, particularmente, nos repreende.

A Bíblia diz que quando João Batista estava preso, mandou seus discípulos questionarem Jesus – se Ele era, de fato, o Messias, ou se deviam esperar outro. O Filho de Deus o repreende, sem no entanto, expô-lo: feliz é aquele que não vê dificuldade em me aceitar. (Mateus 11:6). Logo depois, em público, exalta-o: entre os nascidos de mulher não se levantou ninguém maior do que João Batista.

Assim devemos nós também agir. Sempre que houver a necessidade de exortamos alguém, devemos o fazer em amor e no particular, sem expor e humilhar aos nossos irmãos.

Lei Apontar o Pecado

Os mestres da lei afirmaram que a mulher adúltera deveria ser apedrejada, porque aquela era a condenação prevista para o adultério na Lei de Moisés.

A declaração daqueles homens nos ensina a finalidade da lei: conscientizar o homem de que ele é pecador.

Por exemplo, se a lei diz “não mentirás”, ao mentir a pessoa sabe que transgrediu a lei, que pecou contra o Senhor, por isso sofrerá as consequências da sua condenação.

Portanto, a lei determina o padrão do homem que é aceito por Deus e revela a todos que estão fora desse prumo que são pecadores.

Resumindo, a função da lei é revelar que somos pecadores, ela é incapaz de justificar alguém. Pela lei toda raça humana está eternamente condenada.

Romanos 3:20 afirma que ninguém será declarado justo diante de Deus baseado na obediência da lei, porque é por meio dela que nos tornamos plenamente conscientes do pecado.

Mas, Jesus veio a obedeceu em tudo, inclusive, até a morte e, por meio Dele, somos justificados diante do Senhor e salvos. Assim, já não recai sobre nós nenhuma condenação.

A Santidade de Jesus Ressalta Os Pecados

Os mestres da lei levaram a mulher adúltera até Jesus não porque se interessavam nos pecados dela, e nem na opinião de Jesus. Eles queriam, na verdade, que o Filho de Deus contradissesse a lei de Moisés para que fosse condenado a morte, porque tinham inveja da sabedoria, autoridade e dos grandes feitos que Ele fazia.

Contudo, ninguém pega Deus de surpresa. Ao invés de armarem para Jesus, eles é que foram surpreendidos com sua resposta: “Aquele de vocês que nunca pecou atire a primeira pedra”.

A Bíblia afirma que todos os acusadores da adúltera foram embora, não restou ninguém, porque todos eram pecadores.

Isso nos ensina que quando estamos diante de Jesus, que é SANTO, nossos pecados são ressaltados.

Os fariseus levaram a mulher adúltera até Jesus para Lhe apontar os pecados dela. No entanto, todos que estavam com os dedos apontados contra ela, quando se depararam com a santidade do Filho do Deus Altíssimo, se viram tão pecadores quanto ela.

Quando nos aproximamos do Senhor, que SANTO, nossos pecados são evidenciados; e quanto mais próximo Dele chegamos, mais impurezas enxergamos em nós. Diante disso, podemos: 1- ir embora envergonhados como fizeram a multidão e permanecer condenados, ou 2- ficar, como fez a mulher adúltera, até sermos perdoados e salvos.

Até irmos a Ele ou que Ele venha a nós, é tempo de nos arrependermos dos nossos pecados, confessá-los e abandoná-los, alcançando assim misericórdia e salvação.

Jesus Nosso Advogado

Os fariseus e mestres da lei levaram a mulher adúltera até Jesus para que ela fosse condenada, como a lei de Moisés impunha. Mas, Ele não o fez, porque essa não era a sua missão.

A Bíblia nos ensina que Jesus não veio para nos condenar, mas para nos salvar e nos livrar da condenação eterna.  Por isso, o Filho de Deus disse a ela: “Eu também não a condeno. Vá e não peques mais”.

O mesmo Ele diz para cada um de nós, que estamos Nele: “Eu também não “os” condeno. Vá e não peques mais”.

Não devemos pecar. O próprio Jesus nos ensinou que devemos nos manter, sempre, vigilantes para não cairmos em tentações. Mas, Ele também nos afirma que quando pecados temos um Advogado junto ao Pai – Cristo Jesus, o Justo, e Ele é a propiciação dos nossos pecados e de todo o mundo.

Assim, quando pecados, nos arrependemos e confessamos os nossos pecados, Jesus intercede ao Pai em nosso favor, porque Ele já pagou o preço na cruz por todos eles, por isso, somos livres de toda condenação.

Jesus Voltará como Juiz

O fato de termos junto ao Pai um Advogado não nos permite caminhar de qualquer jeito. Porque hoje Ele é o nosso defensor, entretanto, em breve, Jesus voltará como JUIZ.

Portanto, devemos ser perfeitos, como o nosso Senhor o é (Mateus 5:48).

CONCLUSÃO

– Somos igualmente amados e importantes para Deus, por isso não temos razões para discriminar nossos irmãos, que se diferem de nós, seja em gênero, raça, cor. Pelo contrário, como discípulos que somos devemos amar a todos, como Jesus nos amou.

– Todos nós estamos sujeitos ao erro e ao pecado e um dos nossos deveres é exortarmos, quando necessário, e admitirmos sermos exortados. Contudo, isso deve ser feito em amor e não expondo e humilhando as pessoas.

– A função da lei é apontar nossos pecados e nos fazer concluir que somos pecadores. Ela não tem poder para nos justificar. Mas, Jesus cumpriu a lei, obedecendo-a até a morte, e por meio Dele, somos justificados.

– Hoje temos um Advogado junto a Deus, que intercede por nós. Todavia, em breve, Ele voltará como Juiz, por isso devemos andar em amor, obediência e santidade, sem  a qual ninguém verá a Deus, até que Ele venha.

DESAFIO

–  Pedir, em oração, para que o Espírito Santo revele a você mesmo quem você é (pegue um papel, uma caneta e anote, você se surpreenderá). Depois, se arrependa.

– Lembrar de alguém que, talvez, você tenha exposto ou humilhado e pedir perdão.

– Liberar perdão a alguém que lhe tenha ofendido (mesmo que essa pessoa não lhe tenha pedido, libere-a e a abençoe).

 – Compartilhar uma foto de sua célula nas redes sociais marcando @iprvotuporanga.