Crescer Dói

O Israel completou 4 meses e os dias que circundaram esse marco foram desafiadores para todos da nossa casa, porque ele simplesmente não dormia. Acordava de hora em hora nas madrugadas, só queria mamar e muito colo, especialmente, o da mamãe.

Era angustiante ver que estava anoitecendo, porque sabíamos que enfrentaríamos uma LONGA noite

Duas semanas se passaram e, finalmente, o Israel dormiu a noite toda, dando um descanso para todos nós e, logo, novas habilidades surgiram – marcos do seu desenvolvimento.

Não foi a primeira vez que isso aconteceu, pelo contrário, notamos que isso se repete desde o seu nascimento… é,

Crescer dói!!!

Muitas novas habilidades são adquiridas no primeiro ano de vida de uma pessoa: ela passa de um frágil recém-nascido que não enxerga nitidamente e nem sustenta o próprio pescoço para um bebê que corre curioso para todos os lados “explorando o mundo” e isso dói. Literalmente dói. Dói no corpo. Impacta no sono de todos nós. Crescer dói.

Esse processo de crescimento e dor não nos ocorre apenas fisicamente, enquanto somos crianças, mas dura a nossa vida toda e abrange todos seus aspectos.

Crescer profissionalmente dói… sonhamos e almejamos grandes coisas para o nosso futuro, aprovações em concursos, altos cargos, negócios bem sucedidos, empresas e trabalhos reconhecidos; entretanto o processo para esse crescimento dói.

Para chegarmos lá precisamos estudar e trabalhar muito; precisamos abrir mão do nosso sono e, muitas vezes, do nosso tempo em família. Precisamos economizarmos em algumas coisas, para investirmos em outras… enfim, vivemos processos dolorosos visando um bom futuro profissional.

Crescer dói.

Crescer socialmente também dói… não é fácil convivermos com pessoas diferentes de nós; especialmente, não é fácil vivermos em família. Se quisermos ter êxito nessa área, precisamos, todos, crescer e isso dói, porque envolve submissão, humilhação, ouvir mais, falar menos, mais perdão, menos razão, mais comunhão, menos isolamento, menos egoísmo, mais altruísmo… requer preferir a felicidade do outro e isso dói.

Crescer dói.

Por fim, crescer espiritualmente dói… e como dói, porque nesse processo lutamos contra a nossa natureza pecaminosa, contra as inclinações da nossa carne e isso é sacrificial. Acordar antes de todo mundo, depois de noites sem dormir, para orar dói. Ler a Bíblia no celular, enquanto se amamenta, morrendo de sono, dói. Ouvir pregações baixinhas, com um olho no bebê e outro no pastor, dói. Frequentar aos cultos regularmente com o pequeno dói, porque é trabalhoso. Orar cansada, dói (eu sei que já falei isso). Vencer a irritação que as noites mal dormidas geram, dói. Praticar a gratidão, quando ainda desejamos tantas coisas, dói. Nos quebrantarmos diante do Senhor, dói, mas nos submetermos aos nossos irmãos, dói mais ainda.

A santificação que a presença de Deus nos requer dói. Obedecer dói. Abrir mão dos nossos planos para viver os do Senhor, dói. Vencer o pecado, que é o nosso natural, para andar com Jesus e viver o sobrenatural dói… porque, crescer dói.

Crescer dói, porque nos desafia, nos tira da nossa zona de conforto, mas quando experimentamos os resultados nos exultamos de alegria e declaramos: valeu a pena!!!

Valeu a pena o tummy time, o tempo no tatame no chão, as noites mal dormidas “só” para ver meu filho rolar, encontrar seus pés e fazer caminhãozinho. Presenciar cada habilidade nova dele não tem preço.

Vale a pena, pedir perdão ao marido/esposa, mesmo estando certo para paz voltar a reinar nas nossas casas; fazer o prato preferido dele(a) a fim de vê-lo saborear, feliz, a comida; ouvir seus planos e até as suas piadas sem graça (rs)… porque isso é a vida acontecendo.

Vale mais a pena ainda, apesar da dor, vencer o sono, a preguiça, o desânimo, o cansaço, a frieza, as vozes contrárias para se encontrar com o Senhor, enquanto a casa ainda está em silêncio… Esse encontro não tem preço. Encontramos colo, amor, repreensão, direcionamento e transformação.

Nos esvaziamos de nós mesmos, dos nossos pecados, do nosso orgulho, dos nossos sonhos e nos enchemos do Espírito de Deus que nos da força para suportarmos as dores de todos os processos que estamos vivendo e, então, sermos vitoriosos.

É … crescer dói, mas é satisfatório!
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