Não Lute Sozinho

Após libertar os israelitas do Egito, Moisés os conduzia em peregrinação pelo deserto à terra que o Senhor lhes havia prometido.

Apesar de viver, diariamente, os milagres de Deus, os hebreus passaram por inúmeras dificuldades no deserto.

Diariamente, eles tinham que lutar com o sol escaldante da região e, à noite, com as baixas temperaturas. A presença de animais silvestres famintos também era uma realidade; bem como a sede, a fome, o cansaço e o desânimos, eram sentimentos que os assolavam durante aquela trajetória.

Além disso, eles eram obrigados a guerrear com outros povos para poderem passar por seus territórios, se não quisessem perder seus bens e se tornarem escravos novamente.

O livro de Êxodo 17:8-13 nos conta umas das guerras que os israelitas enfrentaram e venceram, a qual nos possibilita extrairmos lições poderosas para as nossas vidas.

De acordo com o texto, eles foram atacados pelos amalequitas e Moisés, que liderava o povo, com grande sabedoria, estabeleceu uma estratégia de guerra que lhes garantiu a vitória.

Ele separou Josué para escolher homens que pudessem lutar contra o exército de Amaleque e, juntamente com Arão e Hur, se posicionou no alto de uma colina com a vara de Deus.

As Escrituras nos revelam que, enquanto Moisés mantinha suas mãos erguidas, os israelitas venciam a batalha. Todavia, quando ele abaixava suas mãos, o inimigo prevalecia.

Percebendo a situação, Arão e Hur pegaram uma pedra para que seu líder pudesse se sentar e, um de cada lado, mantiveram as mãos de Moisés erguidas e firmes até o por do sol.

Assim, Josué derrotou os amalequitas ao fio da espada.

Todos nós enfrentamos lutas e adversidades nas nossas vidas e, a exemplo de Moisés, precisamos, com sabedoria, definirmos estratégias para sairmos vitoriosos como os israelitas.

Aprendemos que, assim como a guerra contra os amalequitas, as batalhas das nossas vidas existem em duas frentes: física e espiritual.

Tudo que acontece na terra é reflexo do mundo espiritual, são suas consequências. Por exemplo, vencemos as tentações que o diabo lança contra as nossas mentes, primeiro no nosso espírito e depois na carne.

A guerra a qual o Apóstolo Paulo nos revela que existe entre o nosso corpo e o Espírito é espiritual. Assim, primeiro ela é vencida lá e, então, reflete nas nossas escolhas. O contrário também é verdadeiro.

Ou seja, primeiro caímos no nosso espírito, em desobediência, e isso converge para o nosso físico.

Dessa forma, uma vez que a frente da batalha é dupla, nós também devemos lutar nas duas pontas.

Moisés entendeu essa realidade e separou Josué para liderar a guerra física e subiu ao monte, juntamente com Arão e Hur, homens de Deus que compartilhavam da sua fé, para enfrentarem a batalha espiritual.

Nós, nas nossas lutas, devemos fazer o mesmo. Isto é, precisamos nos posicionar em ORAÇÃO diante das nossas dificuldades.

Frequentemente temos sido derrotados, apesar de estarmos guerreando bem, com afinco e determinação, as lutas físicas… temos trabalhado, poupado, mas ainda assim, algo ruim acontece – o carro quebra, adoecemos ou um conserto é inevitável nas nossas casas, dentre outras situações.

Talvez, esteja nos faltando guerrear do outro lado…

Talvez, esteja nos faltando colocar o celular para despertar as 3h para clamarmos a intervenção do Senhor nas nossas adversidades.

Talvez, esteja nos faltando subir o monte para ficarmos a sós com Deus.

Talvez, esteja nos faltando jejuar. A Bíblia nos ensina que existem demônios que só são expulsos com jejum e oração.

Talvez, nos esteja faltando ler mais as Escrituras para aprendermos mais do Senhor, bem como a nos posicionarmos como servos verdadeiros que se afastam do pecado em total santificação a Deus e em tudo obedece, a exemplo de Cristo.

A Palavra nos ensina que enquanto Moisés mantinha suas mãos erguidas em sinal de dependência e submissão a Deus, os israelitas venciam a guerra. Todavia, quando o controle da batalha era entregue exclusivamente nas mãos do homem (Josué), seus inimigos prevaleciam.

Se quisermos ser vitoriosos nas nossas adversidades, no nosso relacionamento conjugal, na criação dos nossos filhos, na edificação dos nossos lares, na construção da nossa família, nos nossos pecados, enfim em todas as áreas nós teremos que lutar nas duas frentes da batalha, sob pena de perdermos tudo e nos tornamos escravos.

Teremos que orar, jejuar, nos submetermos e nos humilharmos ao Senhor, examinar e praticar as Escrituras; mas também teremos que guerrear fisicamente, porque a nossa parte, DEUS NÃO FARÁ POR NÓS.

Outra lição que podemos extrair desse texto é que ninguém vence suas guerras sozinho. Nós precisamos de amigos que se posicionam no monte conosco e lutem as nossas batalhas.

O líder de Israel precisou de ajuda para lutas nas duas frente da guerra. Fisicamente, ele nomeou Josué e solicitou outros homens para que lutassem contra os amalequitas.

Na batalha espiritual, Moisés chamou Arão e Hur, homens de Deus que compartilhavam da sua , para subirem a colina com ele.

Deus não nos criou para sermos independentes e autossuficientes. Ele nos fez dependentes uns dos outros e todos Dele.

Assim, a habilidade que me falta, meu irmão me completa, me auxilia e assim por diante com todos os seres humanos, para que sejamos dependentes.

Se Josué tivesse ido lutar sozinho e Moisés subido o monte a sós, todos teriam perdido e se tornado escravos de Amaleque.

Imaginem ficar do nascer ao pôr do sol com as mãos levantadas. É algo impossível. Os braços ficam pesados a circulação menos eficiente, as mãos incham. Creio que com auxílio já foi muito sofrido. Sozinho seria impossível.

Mas, Moisés tinha amigos, os quais sofreram, lutaram e oraram com ele e, ao final, todos saíram vitoriosos.

Nós precisamos não apenas ter amigos como Arão e Hur, mas, principalmente, ser amigos que não permitem amigos irem para a batalha sozinhos para serem derrotados.

Precisamos ser amigos que sobem o monte junto com amigos, que oram, que jejuam e que guerreiam as guerras uns dos outros.

Precisamos ser amigos que levantam os braços uns dos outros mantendo-os firmes durante toda a batalha.

Precisamos ser amigos que sofrem juntos, que guerreiam juntos, que lutam juntos, que choram juntos e que, ao final, celebram juntos as vitórias alcançadas!!!

Tenha esses amigos. Seja esse amigo.

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