Uma Grande Reconstrução

Israel foi o povo que Deus escolheu para ser seu, em razão da aliança que havia feito com Abraão, lhe prometendo uma terra próspera e inúmeros descendentes.

A fim de honrar seu pacto, o Senhor libertou os israelitas do Egito de forma sobrenatural e, depois de 40 anos de peregrinação no deserto, eles, finalmente, chegaram à terra onde emanava leite e mel.

Deus tinha planos de paz para seu povo, de fazê-los prosperar, porém, para que eles se cumprissem, os israelitas deveriam Lhe obedecer.

Percebemos, ao longo das Escrituras, que os hebreus não cumpriram a condição imposta pelo Senhor e, continuamente, O desobedeceram, envolvendo-se com os ídolos das nações vizinhas e se corrompendo com o pecado.

Como consequência, a ira de Deus foi derramada contra eles diversas vezes até que a nação fora dividida em Reino do Norte (Israel) e do Sul (Judá).

Passado alguns anos, a Assíria invadiu Israel e levou seu povo cativo fazendo deles escravos. Tempos depois, o mesmo aconteceu com Judá: o rei Nabucodonosor invadiu Jerusalém e matou uma multidão à espada.

“Eles mataram uma multidão à espada, não pouparam nem rapazes, nem moças, nem adultos, nem idosos. Roubaram utensílios e os tesouros do Templo, o incendiaram e derrubaram os muros de Jerusalém. Aos que escaparam da espada, o rei Nabucodonosor levou cativo à Babilônia como escravo”.

O cativeiro dos judeus durou 70 anos, conforme a Palavra do Senhor anunciada por intermédio do profeta Jeremias.

Passado esse tempo, Ciro, rei da Pérsia, emitiu um decreto permitindo que todo israelita que estivesse em suas terras voltasse a Judá para reconstruir o templo de Deus.

De acordo com a Bíblia regressaram 42.360 homens, bem como 7.337 servos e servas.

Ao chegarem em Jerusalém, eles começaram a reconstrução do Templo pelo altar para que que pudessem oferecer sacrifícios ao Senhor.

Naquele templo, o relacionamento entre Deus e o homem se dava, basicamente, por meio dos holocaustos e sacrifícios, os quais só podiam ser apresentados no Templo, por isso eles começaram a reconstrução pelo altar.

Apesar de tanto tempo de cativeiro, o Senhor tinha uma promessa de Restauração aos israelitas e para cumpri-la, Ele levantou um rei em favor de um povo estrangeiro; em favor de escravos.

Através do decreto que emitiu, Ciro estava abrindo mão de centenas de homens que eram a mão de obra pesada da sua nação; que faziam parte de seus bens; que eram escravos.

Além disso, ele determinou que doassem prata, ouro, bens, animais e outras ofertas para que os hebreus tivessem condições financeiras de reconstruírem o Templo.

Quando temos promessas de Deus nas nossas vidas, precisamos crer que elas se cumprirão, ainda que todas as circunstâncias que estejamos vivendo nos diga o contrário.

Precisamos crer na cura, apesar do diagnóstico médico.

Crer no casamento restaurado, apesar dele estar por um fio.

Crer em portas abertas, mesmo diante nos “nãos” que temos recebido, pois cremos em um Deus Poderoso que tem poder para fazer todas as coisas.

Nabucodonosor invadiu Judá e destruiu toda Jerusalém; Deus, porém, levantou Ciro com um coração favorável ao seu povo, lhes permitindo reconstruí-la.

No meio das nossas adversidades, o Senhor pode levantar pessoas com o coração favorável a nós, transformando os nossos problemas em bençãos. Só precisamos crer e clamar a intervenção de Deus que, passado o tempo do nosso cativeiro, agirá em nosso favor e mudará a nossa sorte.

No entanto, para que isso aconteça, precisamos, como os israelitas, Restaurar o nosso Altar: o lugar onde Deus é exaltado, adorado, glorificado e sua Palavra é obedecida.

Hoje, é tempo de refletirmos: como está o nosso altar? De pé ou derrubado? Com teias de aranha? Quem está sendo adorado nele?

Que possamos nos arrepender e reconstruirmos, nas nossas casas, um lugar onde apenas o Senhor está no trono reinando e governando.

Já no reinado de Artaxerxes, Esdras, um escriba que conhecia muito bem a lei de Moisés, juntamente com outros sacerdotes e levitas, regressou a Jerusalém a fim de ensinar os decretos e mandamentos de Deus ao seu povo.

Após tanto tempo de cativeiro, os israelitas não conheciam mais a lei do Senhor, nem O obedeciam, mas Esdras, apesar de viver naquele mesmo contexto, não se permitiu contaminar com a cultura e com os deuses da Babilônia, antes, dedicou-se ao estudo e à prática da lei de Deus.

Vivemos tempos muito piores do que aqueles. O pecado, com certeza, está mais aflorado do que nunca. O relativismo impera. Não há mais verdade absoluta. Estão tentando acabar com os poucos princípios cristãos ainda vigentes na nossa nação – como o casamento e a família. Para isso, as crianças são, desde muito cedo, expostas à vaidade, ao sexo e ao homossexualismo.

Por isso, mais do que nunca, nós precisamos, assim como Esdras, nos dedicarmos ao estudo, ao aprendizado e à prática da Palavra do Senhor.

É a Bíblia que nos revela quem Deus é: Puro, Santo e Justo.

Ela nos mostra como podemos agradá-Lo: vivendo em santidade. E como O desagradamos com os nossos pecados.

As Escrituras nos revelam o que é pecado, o que ele faz com as nossas vidas e para onde ele nos leva: inferno. Por tudo isso, é fundamental que nos dediquemos ao exame do Santo Livro de Deus.

Ademais, também como Esdras, precisamos ensinar a Palavra aos nossos irmãos, especialmente dentro das nossas casas, dedicando tempo de leitura e explicação com os nossos filhos, bem como realizando cultos domésticos.

Devemos também lecionar as Escrituras aos nossos amigos, vizinhos e parentes, a fim de que todos sejam alcançados e salvos por Jesus.

A nossa casa deve ser um lugar onde a Palavra de Deus é estudada, praticada, obedecida e ensinada.

Revela as Escrituras que, ainda no reinado de Artaxerxes, quando Neemias, israelita, copeiro do rei, soube da situação de Jerusalém ficou extremamente triste e, por dias, se lamentou, chorou, jejuou e orou por sua nação. Ele queria fazer alguma coisa, mas sabia que sozinho, na força do seu braço, seria impossível. Ele precisava do direcionamento do Senhor.

Por, aproximadamente, 5 meses Neemias jejuou e clamou pela intervenção do Senhor até que Ele o respondeu quebrantando o coração do rei em seu favor.

Artaxerxes não apenas permitiu que seu copeiro retornasse à sua cidade para reconstruir suas muralhas, bem como lhe garantiu tudo que precisava para seu retorno.

Naquele tempo, os muros de uma cidade representavam seu poder. Uma cidade sem muros era facilmente invadida por seus inimigos; além disso, suas propriedades, tesouros e armamentos ficavam totalmente desprotegidos, por isso reconstruí-los era fundamental.

Ao chegar na cidade santa, Neemias separou os trabalhadores e organizou as funções de cada um e, de acordo com a Bíblia, em 52 dias as muralhas de Jerusalém foram totalmente reconstruídas e nenhuma brecha foi deixada.

Muitas vezes, são as nossas vidas que se encontram nesse estado de destruição total necessitando de uma reconstrução, porque apesar de termos reconstruído o nosso altar, o nosso casamento continua por  um fio; nossos filhos se desviaram do caminho de Deus, nossa conta bancária não sai do vermelho, nosso nome está negativado, nossas empresas estão falindo, nossos amigos desapareceram, nosso ministério não produz mais frutos, não ouvimos mais a voz do Espírito Santo, nem sentimos a Sua presença, todas as portas tem se fechado diante de nós; enfim temos sido escravos de uma vida em ruínas.

Talvez, o que ainda esteja nos faltando reconstruirmos os nossos muros e/ou tapar as suas brechas e, para termos êxito nesse processo, precisamos, assim como Neemias, primeiramente, reconhecermos que sozinhos, apenas com as forças dos nossos braços, nos será impossível. Nós precisamos do auxílio, do direcionamento do Senhor e, para consegui-lo, devemos jejuar e orar até que Ele nos responda.

Neemias não tomou nenhuma atitude, nem falou com ninguém até obter uma resposta divina.

Através do jejum nós nos humilhamos diante de Deus, mortificamos a nossa carne, nos quebrantamos. Então, Ele abre os nossos olhos espirituais para Suas verdades. Além disso, ficamos mais sensíveis à voz do Espírito Santo.

O nosso jejum não muda ao Senhor, mas molda o nosso caráter, os nossos valores e transforma as nossas vontades.

Por meio das nossas orações, apresentamos a Deus as nossas necessidades e pedimos a Sua intervenção nas nossas vidas. Reconhecemos a nossa incapacidade diante das tempestades que enfrentamos, exercitamos a nossa fé crendo que Ele tem poder para fazer além do que pedimos ou pensamos.

O copeiro do rei também confessou diante do Senhor os seus pecados e de toda sua nação, a fim de alcançar misericórdia para si e para seu povo.

Somente depois desse posicionamento de Neemias, Deus lhe fora favorável movendo o coração do rei Artaxerxes em favor dos israelitas garantindo tudo quanto precisavam para a reconstrução das muralhas de Jerusalém.

Talvez nos esteja faltando reconstruirmos os nossos muros e/ou tapar as suas brechas, as quais permitem satanás entrar nas nossas vidas, casas, famílias para nos destruir.

Damos brechas ao diabo quando cedemos às suas tentações e pecamos, mentimos, adulteramos, invejamos, fornicamos, acessamos sites pornográficos, praticamos o homossexualismo, aceitamos um dinheiro ilícito, furtamos, falamos mal dos nossos irmãos. Enfim, quando nos envolvemos com o mundo e seus prazeres.

Damos brechas ao diabo quando recebemos suas setas em nossos corações e pensamentos permitindo-nos sermos enganados com suas mentiras. Aceitamos que somos feios, que não somos amados, que Deus nos esqueceu, que não merecemos as suas bençãos, que somos incapazes, não vamos conseguir, não somos inteligentes o bastante…

A vontade do inimigo não é apenas nos entristecer, mas roubar os nossos bens, a nossa felicidade, destruir as nossas famílias, as nossas famílias e nos matar, não apenas fisicamente, mas espiritualmente, nos afastando de Deus.

Por isso, é fundamental reconstruirmos os nossos muros e taparmos as nossas brechas, só assim estaremos seguros.

Para sermos bem sucedidos nessa reconstrução devemos nos inspirar em Neemias que jejuou, orou e se arrependeu. Fazendo isso, levantaremos as nossas muralhas nos cercando da presença do Espírito Santo e o diabo fugirá de nós.

Por sim, precisamos entender que durante essas etapas de reconstrução surgirão opositores para nos fazer desistir, para nos desanimar, para nos humilhar e zombar de nós. Isso aconteceu inúmeras vezes com Israel: seus inimigos queriam roubar-lhe a atenção, desviar-lhe o foco, mas Neemias não permitiu que isso acontecesse mandando-lhes um recado:

“estou executando um grande projeto e não posso parar”.

Essa deve ser também a nossa resposta aos opositores que se levantarem contra o nosso projeto:

“O meu projeto é muito grande e não posso parar:”

Estou reconstruindo o altar de adoração ao meu Senhor,

Estou reconstruindo a minha intimidade com Deus,

Estou reconstruindo o meu casamento,

Estou ensinando os meus filhos,

Estou estudando a Palavra de Deus,

Estou restaurando as minhas muralhas, tapando suas brechas e não posso perder o foco com palavras de desânimo e desencorajamento. Não posso me envolver com o pecado e nem gastar as minhas forças com nada que não seja essa reconstrução, porque ela é muito grande.

Se nos posicionarmos dessa forma, como Neemias, então, Deus se inclinará em nosso favor, moverá os nossos corações, abrirá as portas e seremos totalmente restaurados!

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