Arrependimento

O arrependimento é o pressuposto de toda a fé cristã (que tem Jesus como o centro).

Só admitimos, verdadeiramente, a nossa necessidade por um Salvador, quando entendemos que somos seres pecadores, caídos.

É claro que para os padrões do mundo todos nós somos seremos humanos bons, honestos, trabalhadores e de bom caráter.

Porém, Deus não nos enxerga dessa forma. A Sua Palavra afirma que não há um justo sequer sobre a terra (Romanos 3:10), todos pecaram e destituídos foram da glória (da presença) de Deus. (Romanos 3:23)

O livro de gênesis nos ensina ainda que o nosso coração é inteiramente inclinado para o mal desde a nossa infância.

Notamos, portanto, que os padrões do mundo e do Senhor são bem diferentes, porque enquanto o primeiro nos aplaude, o Segundo nos condena ao inferno.

Quando compreendemos quem, de fato, nós somos para Deus, isto é, pecadores, então, admitidos a necessidade que temos de um Salvador capaz de nos livrar daquela condenação eterna (inferno).

Como todos os homens são igualmente iníquos, Deus nos enviou o Seu Filho, Jesus, Homem Perfeito, que em tudo foi tentado, mas nunca pecou, para salvar as nossas vidas.

De acordo com as Escrituras, Jesus, na cruz do calvário, pagou, com a própria vida, o preço dos nossos pecados. O Homem Perfeito, que nunca transgrediu a lei de Deus, se fez pecado, morrendo o nosso lugar.

Agora, por causa do sacrifício de Cristo, nós podemos nos tornar justos perante o Senhor.

Mas nem todos nós… apenas aqueles que:

1. Se reconhecerem pecadores e, por causa disso, admitirem que precisam de um Salvador que os livrem da condenação eterna;
2. Crerem na morte e ressurreição de Jesus;
3. Arrependerem, verdadeiramente, dos seus pecados.

O arrependimento verdadeiro não é apenas um sentimento de culpa.

Todo arrependimento é precedido de culpa, mas nem toda culpa gera arrependimento.

Ela é simplesmente o reconhecimento de um erro, mas sem qualquer pesar ou desejo de mudança.

Ele também não é uma simples tristeza ou vergonha pelos nossos pecados.

Normalmente, esses sentimentos ocorrem quando somos descobertos e sofremos as consequências das nossas iniquidades.

Por exemplo, quando descobrem as nossas mentiras, por mais simples que elas pareçam, ficamos extremamente envergonhados e “arrependidos”.

Mas, a verdade é que se não tivéssemos sido “pegos”, não teríamos nos arrependido. Isso também não é arrependimento.

E não é como o remorso. Este gera morte (Judas), enquanto que o arrependimento produz vida, e vida eterna (Pedro).

Por fim, o simples fato de sermos pessoas religiosas que, diariamente, oram, leem a Bíblia e, regularmente, jejuam não significa que somos arrependidas. Exemplo disso são os fariseus.

De acordo com as escrituras, eles praticavam todas essas disciplinas espirituais, mas não alcançaram a salvação, porque eram orgulhosos demais para se reconhecerem pecadores e assumirem a necessidade que tinham de um Salvador.  (Lucas 18:10-13)

O arrependimento verdadeiro consiste num profundo pesar para com Deus por causa dos nossos pecados.

É uma tristeza que nos consome e, não raras vezes, se transformam num choro amargo, por sabermos que decepcionamos o nosso Pai.

A Bíblia está repleta de personagens que se arrependeram verdadeiramente e, um deles, foi o rei Davi. Seu arrependimento foi transformado em um dos Salmos mais lindos (51).

Quando nos arrependemos dessa maneira, o fazemos verdadeiramente e alcançamos não apenas o perdão de Deus do pecado ora cometido, como de todas as nossas transgressões e, então, somos salvos.

É claro que pecaremos novamente, porque somos seres corruptíveis; e, talvez, cometeremos os mesmos erros várias vezes, até de fato vencê-los.

Contudo, não os praticamos propositalmente, mas eles são acidentes nas nossas vidas e sempre que cometidos são, logo, arrependidos e confessados para Deus, que nos perdoa.

Ademais, quando, verdadeiramente, nos arrependemos dos nossos pecados os abandonamos. Por exemplo, um marido que afirma ter se arrependido do adultério, não continua na relação extraconjugal.

Outra característica do arrependimento genuíno são seus frutos. Ou seja, aquele que afirma ter se arrependido apresenta mudanças na sua vida.

João Batista, o profeta que mais pregou sobre arrependimento, falava aos fariseus que o procurava para serem batizados: “Raça de víboras! Quem os convenceu a fugir da ira que está por vir? Provem por suas ações que vocês se arrependeram”.

Então, as multidões que iam até o profeta o perguntavam o que era necessário ser feito, e ele as instruía: quem tem duas túnicas, dê uma ao que não tem nenhuma; e quem tem o que comer, faça o mesmo. Para os publicanos (cobradores de impostos), a recomendação era não cobrar mais do que o ordenado. Aos soldados, não praticar violência e nem defraudar ninguém. (…) Provem por meio de ações que vocês se arrependeram. Não digam estamos salvos pois somos filhos de Abraão. Isso não significa nada, pois lhes digo que até dessas pedras Deus pode fazer surgir filhos de Abraão. Agora mesmo o machado está pronto para cortar as raízes das árvores. Toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada no fogo.

Sobre esses frutos, o Apóstolo Paulo escreveu – Efésios 4:22-32.

A verdade é que, como cristãos, o arrependimento tem que ser o nosso estilo de vida, a nossa prática diária. Devemos viver com os nossos corações contritos e quebrantados diante do Senhor, assim Ele nunca nos rejeitará.

Viver assim (arrependidos) não é um fardo pesado que temos que carregar, porque temos a certeza de Deus, por meio de Jesus, nos perdoa de todos os nossos pecados e deles Ele não se lembra.

É por isso que não somos condenados pelas nossas transgressões, porque pecado arrependido e confessado, é pecado perdoado e esquecido!!!

Minha oração é para que deixemos de lado todo nosso orgulho e vivamos com os nossos corações quebrantados diante do Senhor que, através de Cristo, nos perdoa e nos salva.