O Derramar do Espírito Santo

Estudo 2/2021

Por, Thaisa Sanches Fernandes

Texto para Leitura: Atos 2:1-47
O Derramar do Espírito Santo

Sabemos que Jesus é o próprio Deus que abriu mão de toda sua majestade e glória e, humilhando-se, fez-se homem, a fim de redimir a humanidade.

Como homem, aquele que é Eterno, nasceu.

Como homem, aquele que é Onipresente, limitou-se a um corpo.

Como homem, aquele que é Onipotente precisou ser revestido de poder.

No Jordão, quando foi batizado, o Espírito Santo desceu sobre Jesus, e Ele foi revestido de poder para salvar, curar, libertar e realizar milagres e maravilhas no meio do seu povo.

Cumprido seu ministério, o Filho de Deus precisou morrer, para que nós pudéssemos viver. Então, conforme o plano eterno do Pai, Jesus foi crucificado, morto, sepultado e, ao terceiro dia, ressuscitou, vencendo o pecado e morte.

Ressurreto, Cristo permaneceu 40 dias com seus discípulos, provando, não apenas para eles, mas para uma multidão, que estava vivo, agora, para sempre!

No 40º dia, Ele foi assunto ao céu, de corpo e alma. Antes, porém, alertou que seus discípulos esperassem revestimento do alto para irem aos confins da terra proclamar o Evangelho.

Dez dias após ascensão de Jesus ao céu, no dia de Pentecostes, cumpriu-se a profecia de Joel 2:28 e o Espírito Santo foi derramado sobre todos que estavam reunidos ansiosos à sua espera.

Aquele mesmo Espírito que estava sobre Jesus durante todo seu ministério terreno, agora estava sobre a Sua Igreja, habilitada com os mesmos poderes de Cristo.

É importante notarmos que o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos que estavam reunidos aguardando, ansiosamente a sua chegada. Eram 120 pessoas que oravam e clamavam pelo derramar da glória de Deus.

Ocorre que, conforme 1 Coríntios 15:6, haviam outros, mais de quinhentos irmãos, que, provavelmente, ouviram de Jesus para que esperassem pelo derramar do Espírito Santo, mas que desistiram voltaram para suas casas. Assim, perderam o grande manifestar do Senhor na história da Igreja.

Cristo ressurreto subiu ao céu, o Espírito desceu sobre a Igreja reunida para permanecer para sempre com ela, até a consumação dos séculos.

Como Igreja que somos, podemos experimentar desse derramar do Espírito do Senhor nas nossas vidas.

Sabemos que quando cremos e recebemos o sacrifício de Cristo na cruz por nós, nos tornamos templo do Espírito Santo. Porém, existe muito mais Dele a ser revelado, e Ele quer mostrar-se a cada um de nós.

Todavia, para que isso aconteça, precisamos, assim como aqueles 120 discípulos que esperaram, crer que a promessa é para as nossas vidas também e, com o coração cheio de fé e expectativa, orar, clamar intencionalmente para que o Espírito de Deus flua em nós. Então, a cada dia, seremos cheios da Presença de Deus!!!

Outro ponto importante sobre o derramar do Espírito Santo sobre a Igreja é que Ele se manifestou como vento.

O Espírito Santo é uma pessoa, como estudamos anteriormente, todavia, podemos identificá-Lo nas Escrituras como uma pomba, como um vento e como fogo.

No dia de Pentecostes, Ele veio como um vento, revelando-nos a liberdade no seu agir. Isto é, Ele vem quando quer e vai para onde quer. Ninguém pode controlar o mover do Espírito de Deus.

Podemos senti-lo, mas não podemos direcioná-Lo, nem o aprisioná-Lo, mas atraí-Lo, apresentando-nos a Ele com coração quebrantado, contrito e disposto a obedecê-Lo.

Além do vento que encheu a casa onde os discípulos estavam, viu-se o que parecia línguas de fogo, que se separaram e pousaram sobre cada um deles.

Como supramencionado, o fogo também é, na Bíblia, símbolo do Espírito Santo.

O fogo é usado para purificar, aquecer e iluminar e essas funções do fogo, estão intimamente relacionadas com os papéis do Espírito Santo nas nossas vidas, os quais já estudamos.

É Ele quem ilumina os nossos corações a respeito da Verdade do Evangelho de Cristo, convencendo o homem do pecado, do juízo e da justiça.

É Ele quem ilumina os Caminhos por onde devemos andar, para que não nos desviemos Dele.

É Ele quem nos purifica, conduzindo-nos ao deserto, para provar o que de fato tem nos nossos corações.

É Ele quem nos purifica com fogo, como o ouro, para que, a cada dia, nos apresentemos mais puros e santos diante Dele!

É Ele quem aquece os nossos corações trazendo consolo nas nossas adversidades e tristezas.

É Ele quem aquece, com fogo, os nossos corações quando clamamos Aba, Pai, revelando-se a cada um de nós individual e singularmente. E como é bom sentir esse fogo queimar em nosso peito e nos consumir por inteiros, até que estejamos totalmente rendidos.

Nós podemos, hoje, ser cheios do Espírito de Deus e sermos totalmente guiados e conduzidos por Ele. Para que isso ocorra basta que clamemos sinceramente pelo Seu derramar sobrenatural em nós.

Línguas Estranhas

Outro evento que notamos no dia de Pentecostes foi que as pessoas que haviam sido cheias do Espírito Santo começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito os habilitava.

Pentecostes era uma festa comemorada pelos judeus, em Jerusalém, desde a lei mosaica dada pelo Senhor a Moisés.

Por essa razão, no dia de Pentecostes, a cidade cheia de religiosos (vindos de todas as nações do mundo) que haviam ido até lá para celebrar.

Quando ouviram o som do céu, como um vento muito forte, foram verificar o que estava acontecendo no Cenáculo onde os discípulos estavam reunidos, então ficaram perplexos porque, apesar das diferentes nações reunidas, cada um podia ouvi-los falar sobre as maravilhas de Deus em sua própria língua materna.  

É como se estivessem reunidos em uma conferência cristã, cujo preletor é chinês, brasileiros, alemães, gregos, ingleses, árabes, russos, dentre outros, e todos pudessem entendê-lo em seu próprio idioma sem ter naturalmente habilitação para tanto.

Sem dúvida, e a Bíblia revela isso, foi uma capacitação do Espírito de Deus para que aqueles religiosos pudessem ouvir e crer no Evangelho de Jesus Cristo, como de fato aconteceu após a pregação de Pedro.

Essa habilitação de línguas estranhas ocorrida no dia de Pentecostes não se confunde com o dom de línguas descrito em 1 Coríntios 12:10, esse é um dom dado pelo Espírito Santo até os dias atuais para própria edificação e da Igreja de Cristo. Aquele é um dialeto falado e entendido por todos que estavam no dia de Pentecostes em Jerusalém.

Estudaremos mais sobre os dons espirituais, inclusive o de variedade de línguas, em tópico próprio.

Discurso do Apóstolo Pedro

Apesar de estarem entendendo em seus próprios idiomas a respeito dos milagres e maravilhas do Senhor, muitos, atônitos e perplexos, passaram a zombar dos discípulos, sem compreender realmente o que estava ocorrendo, afirmando que estavam bêbados.

Pedro, então, cheio do Espírito de Deus, se levantou para esclarecer os fatos. Ele começou seu sermão afirmando que aqueles homens não estavam embriagados, mas cheios do Espírito Santo do Senhor, porque havia se cumprido Joel 2:28.

“Nos últimos dias, diz Deus, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e suas filhas profetizarão, os jovens terão visões, os velhos terão sonhos. Sobre os meus servos e as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão”.

Na sequência, ele prega uma mensagem que, segundo o Reverendo Hernandes Dias Lopes, tornou-se comum na igreja primitiva e precisa ser restabelecida na Igreja Moderna.

Primeiramente, o Apóstolo faz uma explanação dos eventos, depois ele prega o Evangelho de Jesus – sua morte, ressurreição e exaltação; exorta sobre a necessidade que todos tem de se arrepender e de se batizar.

A explanação dos eventos nada mais é do que o esclarecimento que Pedro fez do que havia ocorrido ali: cumprimento da profecia de Joel 2:28.

Pregar o Evangelho de Jesus é relatar sua obra redentora. Isso é uma pregação cristocêntrica, que põe Jesus no centro, tudo parte Dele e tudo volta para Ele.

Primeiro o Apóstolo comprova que Jesus é Filho de Deus, que O aprovou publicamente ao habilitá-lo a realizar milagres e maravilhas no meio do povo. Ele não poderia ter feito tudo quanto fez, se Deus não estivesse com Ele.

Mesmo aprovado por Deus, não foi reconhecido pelos judeus, que O rejeitaram, condenando-O injustamente, crucificando-O e matando-O.

Mas, como estava previsto desde a eternidade, Jesus não permaneceu morto. Pelo contrário, ao terceiro dia, Ele ressuscitou, como estava escrito, e muitos, pelo menos quinhentos irmãos, além de seus discípulos, como Apóstolo Paulo revela em 1 Coríntios 15:6, testificaram esses fatos.

Ressurreto, Cristo permaneceu quarenta dias na terra, quando, finalmente, foi assunto ao céu, onde está vivo, reinando ao lado do Pai, e intercedendo por Sua Igreja.

Depois de apresentar o Evangelho aqueles religiosos, Pedro os confronta nos seus pecados afirmando que, embora a morte de Jesus estivesse determinada por Deus, desde a eternidade, eles eram os responsáveis pela crucificação do Filho de Deus: “e vocês, com a ajuda de homens perversos, o mataram, pregando-O na cruz”. (Atos 2:23).

Segundo Hernandes Dias Lopes, Pedro antes de falar sobre o perdão, falou sobre a culpa. Antes de falar sobre a cura, ele revelou à multidão a doença. Antes de falar sobre a redenção, ele falou sobre o pecado. Antes de falar sobre salvação, mostrou-lhes que estavam perdidos em suas transgressões.

Antes de pregar-lhes o Evangelho, mostrou-lhes a lei, para que pudessem ter a convicção de suas iniquidades, para que reconhecessem sua condição de pecadores que necessitam, mais do que tudo, de um Salvador.

O Apóstolo não fez isso para humilhar aquelas pessoas, mas para que elas pudessem enxergar os seus pecados e se arrepender, porque sem arrependimento não há perdão de pecados, e sem remissão de pecados não há salvação.

De acordo como versículo 37, aquelas palavras partiram o coração dos que a ouviram (…) e os que acreditaram nas palavras de Pedro foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de três mil pessoas.  
Conclusão

Podemos concluir com o estudo desse capítulo que Deus vela por sua Palavra. Todo Antigo Testamento apontava para vinda do Messias, e Ele veio.

Jesus prometeu que não deixaria sua Igreja só, mas derramaria o eu Espírito para ficar conosco até a consumação dos séculos, o que, de fato, aconteceu no dia de Pentecostes.

Ele também prometeu voltar para buscar a sua Igreja. Com base em tudo que já se cumpriu e no que está se cumprindo é nossa responsabilidade vivermos para esse dia!

Ademais, Jesus continua nos enchendo com o Espírito Santo, para que isso ocorra nas nossas vidas, basta que clamemos por mais, por um transbordar da sua presença em nós. então, seremos verdadeiramente cheios para servirmos ao Reino do Senhor.

Por fim, apesar de atuante na Igreja Moderna, as línguas estranhas de hoje não são as mesmas do dia de Pentecostes, e, conforme bem nos alertou o Apóstolo Paulo em sua carta aos Coríntios, precisamos usá-las para a nossa edificação pessoal apenas, caso não haja quem a interprete na congregação. 

Vamos Pensar Um Pouco
  1. Você já foi cheio do Espírito Santo? Quais evidências se apresentam na sua vida?
  2. Você fala em línguas estranhas? Qual sua experiência sobre isso?
  3. Qual a verdadeira mensagem que a Igreja Moderna deve pregar a fim de que a cada dia seja acrescido os números dos salvos?

Obs.: Estudo fundamentado no comentário expositivo Hagnos do Reverendo Hernandes Dias Lopes. Atos: a ação do Espírito Santo na Igreja.

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