Série: Os Atributos de Deus – A Santidade de Deus

Série: Os Atributos de Deus – A Santidade de Deus
“E proclamavam uns aos outros: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia de sua glória. (…) Então, gritei ai me mim! Estou perdido. Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos”. (Isaías 6:1-6)

A santidade de Deus é o primeiro atributo que iremos estudar.

Santo, em hebraico é kadosh, que significa separado, puro, limpo.

João nos ensina em sua 1 carta que Deus é luz e Nele não há trevas alguma. Não há qualquer pecado.

Ou seja, o Senhor é separado de tudo que seja impuro, pecaminoso; de tudo que ofensa a sua natureza Santa.

Mas, e o pecador, Deus não o ama?

Bom, as Escrituras nos revelam que, antes da queda, o Senhor se encontrava com Adão e Eva na viração do dia no Éden. Depois que o homem pecou ambos ele foi expulso da Sua presença.

Foi necessário um único pecado para a ruptura desse relacionamento, isso porque Deus é santo e não tolera qualquer iniquidade.

Habacuque (1:13) afirma que os olhos do Senhor são tão puros e imaculados, que não suportam o mal.

Isaías (59:2) leciona que as nossas transgressões fazem separação entre nós e o nosso Deus, e os nossos pecados encobrem o nosso rosto para que Ele não nos ouça.

E não é só isso, em razão da iniquidade de um homem, toda humanidade foi corrompida e herdou a natureza pecaminosa de Adão, o que culminou na necessidade da morte do Filho de Deus, para que pudéssemos ser salvos. Tudo isso, porque Ele é Santo e não comunga das nossas transgressões.

A Bíblia relata que, quando Jesus estava pendurado no madeiro, os meus, os seus e os pecados de toda humanidade recaíam sobre Ele, o que O separou do Pai:Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes?”.

O Senhor é tão Santo que, mesmo sendo um com o Filho, separou-se Dele no momento de sua maior angústia, porque não existe comunhão entre luz e trevas; entre santidade e perversão.

Alguém, acertadamente, disse que a santidade não é um atributo do Senhor, mas a sua essência, o seu caráter, a sua definição. Ela é inerente à sua Pessoa. Deus é sinônimo de santidade. Santo é o seu nome.

Há outros atributos do Todo Poderoso na sua Palavra, os quais estudaremos nas próximas semanas; todavia, o único que é repetido eternamente pelos serafins é sua santidade.

No texto de Isaías supramencionado, quando Ele vê a Deus é constrangido por sua santidade e rogo sobre si uma maldição “Ai de mim, pois estou perdido. Sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de povos de impuros lábios”.

Isso aconteceu porque próximo à santidade do Santo de Israel, seus pecados eram visíveis, como quando uma luz se aproxima de uma superfície revelando toda sua sujeira escondida pelas trevas.

O mesmo ocorreu com Pedro, após a pesca maravilhosa: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador”.

O livro de Apocalipse narra que, quando João viu Jesus glorificado nos céus, caiu a seus pés como morto.

A santidade do Senhor revela quem nós somos verdadeiramente. Diante Dele, o nosso coração é exposto, os nossos pensamentos são revelados, as nossas intenções manifestas.

Na presença da luz, que brilha mais que o sol, percebemos quanta trevas há em nós.

Vivemos dias em que a santidade de Deus não é pregada, por isso se tornou algo tão banal. Mas, a verdade é que a Sua Palavra nos ensina que “sem santidade ninguém O verá”, por isso precisamos compreender esse atributo do Senhor e nos purificarmos, se quisermos nos aproximarmos Dele.

O problema é que tudo vem sendo relativizado no Evangelho pelos cristãos modernos e o pecado do homem, a justiça, a ira e santidade de Deus não tem sido levadas a sério, como se deveria.

Mas, como dito acima, a santidade é a essência de Deus e Ele não abriu mão desse aspecto do seu caráter nem por causa de Jesus, que era inocente, que dirá por causa de nós, que já nascemos condenados.

Os judeus ortodoxos levam isso tão a sério que sequer ousam pronunciar o nome de Deus e nós estamos fazendo piadas e cantamos músicas em baladas envolvendo o Seu Santo nome.

Lembro-me de estar em uma festa mundana, na época da minha faculdade, quando eu ainda não conhecia o Senhor e no meio de diversos tipos de músicas, colocaram “noites traiçoeiras”.

Eu ainda não conhecia a Deus, muito menos a sua santidade, mas fiquei, verdadeiramente, revoltada com a situação, já que estávamos lá para beber, paquerar e pecar; coisas intoleradas pelo Senhor.

Deus é Santo, Santo, Santo e, se quisermos entrar na Sua presença, também precisamos nos santificarmos, ou seremos fulminados como Uzá que, indevidamente, tocou na Arca da Aliança.

É nosso dever separar o santo do profano, porque o nosso Senhor faz essa separação.

Novamente, precisamos nos santificarmos, pois sem santificação não veremos a Deus. Apenas aqueles que tem mãos limpas, o coração puro, que não se entrega à mentira e nem age com falsidade poderá subir ao monte do Senhor.

Ao contrário do que se tem ouvido, Deus não tolera o pecado. O seu caráter misericordioso, bondoso e amoroso não exclui sua santidade, justiça e ira. Isso pode ser verificado ao longo de toda a Escritura.

Notemos o que ocorreu com a geração de Noé; com Sodoma e Gomorra; com a geração murmuradora que o Senhor libertou do Egito; com Uzá; com Nadabe e Abiú, filhos de Arão; e com o próprio Jesus.

Deus não tolera as nossas iniquidades e o derramar da sua ira é a sua resposta ao nosso pecado, por causa de sua santidade e justiça.

Portanto, voltemos ao verdadeiro Evangelho que nos diz: Arrependam-se e creiam no Evangelho para seus pecados sejam cancelados e venham tempos de descanso da parte do Senhor. Assim, viveremos com Ele eternamente, gozando de sua presença.  

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