Jesus Restaura Pedro

Estudo 34/2021

Por, Thaisa Fernandes

Texto Para Leitura: João 21:1-24
Introdução

Apenas o evangelista João descreve a restauração de Pedro.

As Escrituras nos relatam que Pedro, um dos discípulos mais chegados de Jesus, negou, por três vezes, conhecê-Lo, apesar de ter declarado que amava ao Mestre mais do que todos os demais discípulos, estando, inclusive, disposto a morrer por Ele.

Esses fatos ocorreram no pior momento da vida de Jesus, quando Ele estava para ser crucificado e morto para perdão dos nossos pecados, todos seus amigos O abandonaram, e Pedro o negou.

De acordo com a Palavra de Deus, ao se completar a terceira negativa do Apóstolo, o galo cantou, conforme pronunciado por Jesus.

O evangelista Marcos relata que, nesse momento, o Filho de Deus olhou diretamente para Pedro, que se lembrou dos alertas do seu amigo e saiu dali chorando amargamente, pois elas haviam se cumprindo, apesar de ele ter anunciado que estava disposto a morrer por Jesus.

Cristo foi crucificado, morto e sepultado; ao terceiro dia, porém, ressuscitou, cumprindo o plano que Deus havia determinado desde a eternidade para nos salvar.

A Palavra de Deus nos informa que, no primeiro dia da semana, no dia da ressurreição, Maria Madalena, juntamente com outras mulheres, foi ao sepulcro de Jesus e lá viu um jovem assentado à direita, de roupas brancas, que a espantou.

Ele, porém, disse às mulheres: “não tenham medo; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. Mas, ide e dizeis a seus discípulos, e a Pedro, que Ele vai adiante de vós para a Galileia; ali os vereis como Ele vos disse”. (Marcos 16:7)

As mulheres contaram aos demais discípulos que o corpo de Jesus havia desaparecido. Eles foram até seu túmulo, para verificarem, e lá viram a tumba vazia e notaram que o pano que cobria a cabeça do Mestre tinha sido dobrado e colocado à parte. Tendo visto isso, creram e entenderam que era necessário que Ele ressuscitasse.

Depois de conferirem as alegações das mulheres, todos voltaram para casa e ficaram reunidos, de portas trancadas, porque estavam com medo dos judeus.

Jesus então, finalmente, apareceu no meio deles: “a paz seja com vocês!”.

Nessa ocasião, Tomé não estava.

Oito dias depois, Jesus apareceu para ele e o repreendeu declarando que: “felizes são os que creem sem ver”.

Na terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, eles estavam no mar de Tiberíades (da Galileia). Estavam: Simão Pedro, Tomé, Natanael, os filhos de Zebedeu, Tiago e João, e outros dois.

Tudo indica que eles tinham voltado a seu ofício de pescadores, pois Jesus já não estava mais com eles.

A Bíblia nos conta que Pedro puxou a fila, afirmando que ia pescar. Os demais o acompanharam. Eles passaram a noite lançando as redes ao mar, porém sem sucesso.

Pela manhã, Jesus os esperava na praia, mas seus amigos não O reconheceram, até que um cenário familiar se reapresentou num diálogo.

De longe Jesus os perguntou: “Filhos, por acaso vocês têm peixe para comer? Não, responderam eles. Então, Ele disse: lancem a rede para o lado direito do barco e pegarão. Fizeram assim e não conseguiram recolher a rede de tão cheia de peixes que estava.

O discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: é o Senhor”.

O Filho de Deus esperou seus amigos na praia com peixe e pão preparado para eles.

Após se alimentarem, Jesus deu início a uma conversa com Pedro, a fim de perdoá-lo, curá-lo e restaurá-lo, a qual será analisada no decorrer do estudo.

Arrependimento de Pedro

Segundo a Palavra de Deus, quando o galo cantou, Jesus olhou Pedro profundamente; ele se lembrou de Suas advertências. Então, saiu correndo dali e chorou amargamente.

O olhar do Mestre a seu discípulo o trouxe à memória todos os alertas que Ele lhe havia feito, fazendo-o reconhecer seu pecado.

Admitir os nossos erros e as nossas falhas não é tarefa fácil, nossa natureza é orgulhosa demais para isso. Todavia, só é possível sermos perdoados quando reconhecemos que somos pecadores e confessamos, diante de Jesus as nossas iniquidades, ainda que chorando amargamente.

O choro, por si só, não significa nada. Mas, o choro amargo, carregado de culpa e de sincero arrependimento nos coloca diante do Senhor humilhados e quebrantados, e Ele, conforme Sua Palavra, não nos rejeita.

O Reverendo Hernandes Dias Lopes afirma que o choro do arrependimento desemboca na alegria do perdão!

“Digam aos Discípulos e a Pedro” (Marcos 16:7)

O evangelista Marcos nos conta que um anjo testemunhou às mulheres, que haviam ido ao sepulcro de Jesus, que Ele havia ressuscitado, portanto elas foram as primeiras a saberem das Boas Novas de Cristo.

O anjo também pediu que elas dessem um recado aos discípulos de Jesus, e a Pedro: que Os encontrassem na Galileia.

A pergunta que devemos fazer é: Pedro não era um discípulo de Jesus como os demais? Então, porque o chamado especial para ele?

Provavelmente, Simão não se considerava mais discípulo, e muito menos amigo de Jesus, porque não só O havia abandonado, no pior momento de sua vida, como também O havia negado.

Quando Pedro nega Jesus, ele não está negando apenas um homem, mas a Cristo, o Enviado de Deus para salvá-lo. Ele está negando sua fé. Portanto, certamente ele não se sentia mais digno de ser chamado discípulo.

Ciente dos sentimentos de Pedro, Jesus lhe manda um recado reconhecendo-o como Seu seguidor, apesar do seu pecado.

Simão não era digno de ser amigo de Cristo depois de tê-Lo negado, mas também não o era antes; assim como nenhum dos outros eram, e nós também não somos.

Todos somos pecadores e indignos do amor e do chamado do Senhor para as nossas vidas. Contudo, Ele, em sua soberania, escolheu nos amar e nos tornar dignos, por meio do sangue de Jesus.

Assim, o Filho de Deus incluiu Simão no seu chamado. Incluiu a mim e você. 

O Amor e a Confissão de Pecados

Jesus encontra seus discípulos na praia do mar da Galileia e prepara para eles um café da manhã especial: pão e peixe.

Depois que todos haviam se alimentado, o Filho de Deus inicia um diálogo com Pedro, com o objetivo de curá-lo e restaurá-lo.

Nessa conversa há um jogo de palavras que precisamos entender para compreendermos a profundidade dela.

Jesus, por três vezes, pergunta a Pedro se ele O ama.

Na primeira vez, a palavra grega que fora utilizada pelo Mestre foi ágape, que se refere a um amor sacrificial, como o de Deus por nós.

Simão responde que ama phileo, que significa um amor fraternal.

Novamente, Jesus o pergunta se ele o ama (ágape). Pedro, porém declara que O ama (phileo).

Pela última vez, Jesus pergunta a Pedro se ele o ama (phileo) e, triste, ele concorda.

Notamos que o Filho de Deus estava levando seu discípulo a confessar seus pecados.

Primeiro, que ele não amava ao Mestre mais do que os demais, porque nenhum outro o havia negado, apenas Pedro. Então, Ele não O amava (ainda) com amor ágape, sacrificial, mas com o mesmo amor que os demais (phileo).

Segundo, que ele ainda não era capaz de morrer por Jesus e pelo Evangelho, porque para isso é necessário amor ágape, e Pedro só tinha amor phileo a oferecer.

Reconhecido seus pecados, Jesus demonstrou seu perdão a Pedro questionando-o se ele o amava como amigo (phileo)e ele, triste, porque percebeu que não ser capaz de morrer pelas Boas Novas, confirmou.

Se por um lado o nosso arrependimento verdadeiro nos leva a chorar amargamente, por outro, a confissão dos nossos pecados a Deus nos traz perdão, cura e restituição.

A partir desse momento, vemos nas Escrituras um novo Pedro.

A Restauração Completa

O capítulo 5 do Evangelho de Lucas nos conta sobre o chamado de Pedro.

Segundo as Escrituras, depois de pescar durante toda a noite sem pegar nenhum peixe sequer, Jesus pediu o barco de Simão emprestado para ministrar a Sua Palavra.

Antes de devolvê-lo, o Filho de Deus ordena que Pedro lance suas redes para pescar e, sob a Sua Palavra, ele o faz.

“Apanharam tamanha quantidade de peixes que suas redes se rompiam. (…) Encheram dois barcos, a ponto de quase afundarem”.

Depois do milagre, Jesus o chamou, declarando que daquele momento em diante Pedro seria pescador de homens. “Então, reconduzindo os barcos à terra e deixou tudo e O seguiu”.

No capítulo 21 do Evangelho de João, Jesus recria o mesmo cenário para restaurar completamente seu discípulo e comissioná-lo novamente.

Além do mesmo painel de fundo, o Filho de Deus pergunta três vezes a Simão se ele o ama. Isso porque ele o havia negado por três vezes.

Com isso, vemos uma oportunidade de arrependimento e confissão ao Senhor por cada pecado cometido: para cada negativa, uma nova chance de declarar o seu amor a Cristo.

Notamos o cuidado detalhado de Deus com seu discípulo amado, restaurando absolutamente tudo que ele acreditava que havia perdido em sua vida.

Esse zelo do Senhor também nos alcança. A cada dia as suas misericórdias se renovam nas nossas vidas e nos dão a oportunidade de recomeçarmos, nos arrependendo, confessando e abandonando os nossos pecados para vivermos para Cristo, como Ele morreu por nós.

Da mesma forma que Pedro foi totalmente restaurado, o Senhor também quer nos restaurar, para que não fiquemos perdidos no meio dos nossos pecados; e nos restituir de tudo o que perdemos por causa das nossas iniquidades.

Assim como Jesus não desistiu de Pedro, Deus também não desiste de nós!

O Comissionamento de Pedro

Como supramencionado, a restauração de Pedro foi completa. Ou seja, Jesus restaurou não apenas sua condição de amigo, mas também seu ministério.

A ordem do Mestre foi: “se me ama, apascente (cuide) das minhas ovelhas”.

Assim, Simão estava reintegrado à sua função de pescador de homens, de discípulo, de Apóstolo de Jesus, comissionado a ir e pregar o Evangelho a toda criatura.

Jesus ainda o advertiu dos sofrimentos que ele haveria de enfrentar por cumprir o seu chamado.

“Digo-lhe a verdade: Quando você era mais jovem, vestia-se e ia para onde queria, mas quando for velho, estenderá as mãos e outra pessoa o vestirá e o levará para onde você não deseja ir.

Jesus disse isso para indicar o tipo de morte com a qual Pedro iria glorificar a Deus. Então, disse-lhe: Siga-me!”.

E Pedro o seguiu!

Se quando jovem seu desejo de amar a Jesus, dando sua vida por Ele, se preciso fosse fora prejudicado pela falta daquele atributo e de capacitação; quando velho Pedro foi habilitado pelo Espírito a sofrer pelo amor ágape que tinha a Cristo.

Dessa vez, ele cumpriu, com excelência, tudo quanto o Mestre lhe havia pedido, doando a própria vida por amor ao Evangelho.

Afirmam os historiadores que Pedro morreu crucificado por causa da sua fé no Caminho, mas sua cruz foi colocada de cabeça para baixo, porque não se julgava digno de morrer como o seu Senhor.

Nós também fomos comissionados a anunciar as Boas Novas e o que estamos fazendo?

Os discípulos de Jesus não se importaram com as dificuldades reais que eles tinham que enfrentar, colocando em risco, inclusive, suas vidas e de seus familiares para pregarem a Palavra de Deus.

Nós, porém, que vivemos em um país laico estamos acomodados em nossas casas sem anunciar a Salvação sequer aos nossos familiares mais próximos.

A Transformação

Verificamos na vida de Pedro a transformação necessária em todos que dizem que nasceram de novo, isto é, nasceram do Espírito.

O jovem precipitado, explosivo, impulsivo, que não pensava para falar, exagerado, emocionalmente instável; deu lugar a um homem maduro, que amou ao Senhor com amor ágape, manso, humilde, obediente, fiel, compassivo, paciente, bom, cheio de domínio próprio e controlado pelo Espírito Santo.

Como cristãos verdadeiros tais transformações nas nossas vidas são necessárias também, porque são os frutos do nosso arrependimento e as evidências do nosso novo nascimento. Se não apresentamos mudanças, podemos questionar a nossa conversão a Cristo Jesus.      

Para Pensar

Com qual amor você ama a Jesus (ágape ou phileo)?

Você sabe qual o chamado de Deus para sua vida? Se sim, você o está cumprindo? Se não, já tentou descobrir?

Você passou pelo novo nascimento? Apresenta os frutos dele na sua vida?

Acredita estar disposto a sofrer por amor a Cristo?

Qual transformação mais evidente na sua vida após sua conversão?

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