Os Desafios dos Primeiros Meses de um Bebê

No dia 30 de novembro, o Israel completou 1 mês, e o meu coração transbordou de gratidão a Deus pela vida e pela saúde dele.

Eu, ele e o Wesley vivemos intensamente esse mês…

Quantos desafios. Quanta insegurança nos banhos. Quantas fraldas trocadas. Quantas noites infindáveis sem dormir. Quantas horas, horas e horas amamentando. Será que ele ainda está com fome? Será que meu leite o sustenta? Quantas dúvidas. Quantas novidades.

Além de tudo isso, tem o puerpério…

Como eu o subestimei. Estudei pra tantas coisas ao longo da minha gestação, mas não levei meus hormônios a sério!! De fato, é um período difícil, como bem dizem; eles não estão para brincadeiras.

O primeiro pensamento logo que chegamos em casa da maternidade é: e agora? O problema é que não da tempo de responder essa questão, porque a maternidade não tem o botão pause; enquanto tentamos refletir em todas as mudanças que já começaram, o bebê está chorando, porque quer mamar; a vida está acontecendo.

Não bastasse a correira das mamadas e das fraldas e do sono acumulado há inúmeras mensagens a serem respondidas: são vários parabéns e muitas pessoas querendo visitar o recém nascido. É maravilhoso saber que seu filho é querido, porém, definitivamente, não é um bom momento para receber visita de NINGUÉM!

Um sentimento de invasão assola a nossa alma. As pessoas não respeitam as decisões de um mãe inexperiente… elas dizem: não se deve amamentar em livre demanda, precisa ser a cada três horas.

Se o bebê chorar, não pegue ele do berço, senão, ficará mimado. Ele precisa dormir no quarto dele desde o primeiro dia, do contrário, nunca mais sairá do quarto dos pais.

O banho deve ser dado pela manhã. Não, o melhor é a tarde, antes de dormir.

Como não dará mamadeira e nem chupeta?

Ele está chorando de fome, seu leite é fraco, não está sustentando ele.

O ciúmes do recém nascido também bate às portas. Todos querem pegar aquela criança que é “só sua”, que ficou nove meses no seu ventre, pela qual você se abnegou, sentiu dores e, agora, simplesmente querem tomar ela dos seus braços e te devolverem só nas mamadas, como se a mãe fosse apenas uma vaca leiteira.

Todos te oferecem ajuda, mas poucos a que você realmente precisa: querem ficar com o bebê, dar banho e colo pra ele, anulando a jovem mãe; mas não enxergam a louça pra lavar, a cama pra arrumar e a carne descongelada pra grelhar.

A solidão se torna parceira das mães, principalmente durante as mamadas das madrugadas. São horas de tete e depois longos minutos até que o bebê arrote e volte a dormir novamente. Não vai demorar muito, ele chorará de novo… A escuridão e o silêncio do quarto, entremeados ao ronco do pai, são devastadores.

O medo também é nosso parceiro, afinal Deus confiou uma vida a nós. Ficamos assustadas quando o bebê dorme um pouco mais, mama um pouco menos, chora um pouco menos; se ele não faz cocô ou se fez demais.

Tememos não conseguir inculcar a Palavra de Deus em seus corações. E se eles se desviarem? E se quiserem namorar cedo, permitir ou proibir? Qual curso cursarão na faculdade? Será que teremos condições de pagar, caso seja necessário?

Na próxima semana, será o retorno ao pediatra, será que ele ganhou peso suficiente? Cresceu? Se desenvolveu?

Tememos que aconteça algo conosco, ninguém vai amá-lo como a mamãe; ou com o papai, nenhuma criança deveria crescer sem a figura masculina.

Impossível pontuar todos os medos que uma mãe traz no coração.

Além disso, nos sentimos improdutivas. Sei que isso não é verdade, afinal, uma vida depende dos nossos cuidados, entretanto, passar os dias amamentando e trocando fraldas não parecem atividades importantes, já que não trazem resultados visíveis ao final dele e, durante a noite, essas tarefas se repetirão e no dia seguinte também.

Alguém disse, acertadamente, que o puerpério é um período de luto, porque morremos para o nosso antigo eu e renascemos para uma vida nova, em que, absolutamente, tudo é novidade para nós. Nada mais será como antes, nem mesmo as atividades mais simples como um banho e, nos adaptarmos a essa nova vida, com os hormônios à flor da pele e uma criança chorando, não é tarefa fácil; por isso, tenhamos paciência com a gente também.

Em muitos momentos não iremos nos reconhecer, é como se não pertencêssemos mais a nós mesmas, mas, com o tempo, vamos nos reconstruindo e encontrando morada em nós novamente, com tudo em um novo lugar, diferente e melhor do que antes.

O puerpério não é brincadeira.

A maternidade não é um mar de rosas, como nada nessa vida é. Todavia, enquanto tudo isso está acontecendo, um AMOR sem igual invade os nossos corações. É ele que faz tudo valer a pena. É ele que faz tudo fazer sentido. É ele que nos faz suportar mais uma noite em claro. É ele que nos faz aceitar nosso novo corpo. É ele que nos faz renascer.

Esse amor é incondicional, inigualável, inexplicável…

Ele que nos faz acordar de madrugada, mesmo quando nossos filhos estão dormindo, pra ver se estão respirando.

Ele que nos faz “dormir” com o bebê no colo, só para que ele possa descansar um pouco em meio as cólicas.

Esse amor nos transforma para que nos tornemos mães. Somos libertas do egoísmos de vivermos para nós mesmas, para vivermos por eles.

Ele nos dá coragem para nos impormos frente às pessoas e situações para preservá-los.

Esse amor é inexplicável e chega a doer. É ele que faz tudo valer a pena.

Não tenho dúvidas que é por isso que a Bíblia compara o amor de Deus por nós com o amor de mãe… porque só Ele que é AMOR pode amar mais do que uma mãe!!!!

Enfim, obrigada Israel por me fazer mãe e por me apresentar o maior amor do mundo.

Eu amo você ❤️❤️❤️

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