O Início da Igreja

Estudo 03/2021,

Por, Pastor Marcos Valério Fernandes

Texto Para Leitura: Atos 2:42-47
Introdução

Após a ascensão de Jesus, o Senhor enviou o Espírito Santo, que foi derramado no dia de Pentecostes sobre aqueles que estavam reunidos no cenáculo.

Com a descida do Espírito Santo, inicia-se o período da Igreja.

Imediatamente, após a descida do Espírito Santo, Pedro pregou uma mensagem às pessoas que foram ao local, atraídos pelo barulho e pela movimentação que ocorreu em Jerusalém.

Essa mensagem apontou para Jesus como o Messias, que fora crucificado, mas ressurgira dentre os mortos, sendo agora necessário o arrependimento de cada um para a remissão dos pecados.

Naquele dia aproximadamente quase três mil pessoas receberam a palavra e foram batizados (Atos 2.41).

A igreja primitiva, também conhecida como a Igreja de Jerusalém, se iniciou com mais de três mil membros. Eles tinham temor e sempre estavam reunidos perseverando na doutrina dos apóstolos, partindo pão de casa em casa, vivenciado grandes milagres e crescendo cada dia.

Nesse estudo veremos algumas características importantes que são destacadas na vida da igreja cheia do Espírito Santo, pois necessitamos que elas se tornem propósitos para a existência da igreja atual.

PERSEVERAVAM NA DOUTRINA DOS APÓSTOLOS

Vs. 42 – “E perseveravam na doutrina dos apóstolos…”

Doutrina quer dizer ensino.

Neste texto a palavra doutrina está ligada ao ensino da Palavra de Deus, transmitida pelos apóstolos.

Podemos observar que os apóstolos foram firmes no ensino da Palavra de Deus.

O sermão pregado por Pedro contém o ensino da Palavra, com várias citações de textos do Velho Testamento, que se cumpriam naquele dia e por fim, traz exortação ao povo para se arrependerem de seus pecados (Atos 2.38).

Foi um sermão cristocêntrico, isto é, todo o foco da mensagem estava direcionado a pessoa do Senhor Jesus Cristo.

A igreja primitiva perseverava nos ensinos dos apóstolos, buscando assim um aprofundamento das revelações das Sagradas Escrituras.

O Espirito Santo havia descido sobre a igreja, e agora os irmãos, cheios do Espirito Santo, buscam aprender mais a Palavra de Deus.

Essa é uma característica de alguém que está cheio ou busca ser cheio do Espirito Santo, ou seja, a volta para a Palavra, com zelo e fidelidade às Escrituras.

Não basta ser ouvinte, mas é necessário ser praticante, procurando obedecer ao que a Palavra determina, “Se me amais, guardareis os meus mandamentos¨(João14.15).

Ao nos atentar para o ensino da Palavra passamos a conhecer mais a natureza de Deus, seus pensamentos, seus planos e as suas promessas para as nossas vidas.

Toda escritura é inspirada por Deus e é útil o ensinamento, a repreensão, a correção, e o treinamento em retidão” (2Timóteo 3.15,16).

Passamos a ter um crescimento espiritual à medida que conhecemos mais a Palavra.

Com isso, aprendemos que a igreja atual necessita se voltar e perseverar no ensino das Sagradas Escrituras.

Uma das razões da existência da Igreja é a de ensinar a Palavra de Deus, trazendo ao conhecimento de todos as revelações do Senhor, para que os irmãos sejam fortalecidos e permaneçam firmes.

A pregação bíblica é aquela que ensina as puras verdades das Escrituras, não se preocupando se estará ou não agradando aos ouvintes, mas, comprometida em transmitir o recado de Deus ao pecador.

PERSEVERAVAM NA COMUNHÃO

Vs. 42 – “E perseveravam … na comunhão…”

O significado da palavra comunhão é “realização de algo em comum”.

Essa comunhão era uma marca na igreja primitiva, pois eles tinham tudo em comum, (vs.44), chegando a dividir os bens que possuíam (vs. 45). Havia um só coração e alma entre eles.

Eles partiam o pão de casa em casa e tomavam suas refeições juntos (vs. 46).

A comunhão é muito importante no meio dos cristãos, pois gera unidade e assim o mundo saberá que Jesus Cristo é o Salvador: “dei-lhes a glória que Tu me deste, para que possam ser um, assim como Nós somos um; Eu neles e Tu em mim. Que eles possam atingir uma completa unidade para que o mundo possa saber que Tu me enviaste e que Tu nos amaste, assim como amaste a Mim” (Jo17.22,23).

A comunhão nos fala de amar, um ao outro, de se preocupar, um com o outro e assim por diante.

Isto está de acordo com o mandamento de Jesus de que amemos uns aos outros (João 15.12).

Com base nesses textos, cremos que a existência da Igreja deve pressupor uma comunhão profunda entre os irmãos.

A igreja torna-se uma família, onde os irmãos sentem prazer em estarem reunidos, com o mesmo objetivo de servir a Deus e uns aos outros.

Não se concebe uma igreja dividida em conflitos e discórdias ou apática nos relacionamentos.

Um dos propósitos da existência da Igreja é proporcionar a comunhão entre aqueles que fazem parte do corpo de Cristo e que um dia juntos irão morar no céu.

PERSEVERAVAM NAS ORAÇÕES

Vs. 42 – “Perseveravam … no partir do pão e nas orações”.

Uma igreja cheia do Espírito Santo é perseverante na oração.

Na igreja primitiva, havia uma profunda comunhão dela com o Senhor Jesus, através da Ceia do Senhor e das orações.

A igreja primitiva celebrava a Ceia do Senhor todos os dias e orava com muito fervor e constância, de maneira que havia uma íntima comunhão com Deus.

Houve momentos em que sob intensa perseguição, oraram unânimes e com fervor, chegando a terra tremer pela manifestação de Deus (Atos 4.31).

A igreja de Jerusalém era forte não apenas nos relacionamentos humanos e interpessoais, mas principalmente, no relacionamento com Deus, através da adoração.

Uma das características da igreja cheia do Espírito Santo é o profundo fervor e constância na oração a Deus, buscando assim a sua presença.

A adoração a Deus era praticada de maneira muito intensa pela Igreja de Jerusalém, que além de orar e celebrar a Ceia do Senhor, também louvavam a Deus, diariamente, tanto no Templo, como de casa em casa.

Importante observar que havia uma alegria muito grande entre os irmãos em adorar a Deus. Não haviam obstáculos ou alguma coisa que os impedissem de estarem no templo todos os dias para cultuarem a Deus.

Como precisamos também dessa intensa motivação espiritual.

Precisamos como Igreja, de forma coletiva ou individual, diariamente dedicar parte de nosso tempo para adorar a Deus, orando e louvando ao Senhor.

EXPERIMENTAVAM MILAGRES

Vs. 43 “e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédios dos apóstolos”.

A Igreja de Jerusalém experimentou um período de muitos milagres sendo realizados pelos apóstolos.

O livro de Atos dos Apóstolos possui relatos de muitos milagres que aconteceram, tornando-se provas incontestáveis da ressurreição de Jesus, o qual permanecia vivo e continuava a realizar os mesmos feitos, agora através da igreja.

Em uma igreja cheia do Espírito Santo os milagres acontecem naturalmente, pois a Glória de Deus repele todo o tipo de trevas e de sofrimento.

Entretanto, precisamos entender que os milagres eram uma maneira da igreja servir aos necessitados.

A igreja estava em Jerusalém para servir as pessoas, levando a salvação, a cura, a libertação, o alimento, o acolhimento, o amor, a proteção e tudo o mais que necessitavam.

Servir ao próximo é um dos propósitos que Deus estabeleceu para a Igreja, que se torna um local de acolhimento para todos os que a buscam, pois nela devem encontrar alívio para suas lutas e conflitos, bem como esperança para a sua alma.

 EXPERIMENTAVAM CRESCIMENTO NUMÉRICO

Vs. 47 – “Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”

Todos os dias pessoas eram salvas e se integravam a Igreja de Jerusalém. O crescimento não era apenas diário, mas também exponencial.

Houve momentos que em resposta a pregação dos apóstolos, milhares de pessoas se converteram ao evangelho, mas sobretudo, observamos que o crescimento acontecia paulatinamente, todos os dias.

O crescimento da Igreja ocorria vem virtude de alguns fatores, dentre eles, o mover de Deus, a saúde espiritual da igreja e a intensa evangelização promovida pelos discípulos.

O mover de Deus manifestado pela ação do Espírito Santo, atraia as pessoas para uma conversão genuína a Cristo, reconhecendo-o como o Messias (Ungido)enviado por Deus.

Por outro lado, a igreja possuía saúde espiritual. Uma igreja saudável naturalmente gera filhos.

A ação de evangelizar era praticado por todos os irmãos. Aonde iam, falavam da salvação através de Jesus. Evangelizar era prática constante da igreja, fazia parte da vida de cada um.

Todos compartilhavam da sua em Jesus aos que ainda não haviam sido alcançados.

A intensa evangelização dos povos gerou um processo de grande crescimento da igreja, sendo diariamente alcançados um grande número de pessoas, as quais passavam a integrar a comunidade cristã.

Aprendemos que evangelizar é um dos propósitos da existência da igreja na terra, objetivando levar o conhecimento da salvação em Cristo a todas as pessoas.

CONCLUSÃO

A igreja primitiva tornou-se um modelo de igreja a ser seguido em todas as gerações posteriores.

Podemos observar pelo texto, que Deus estabeleceu alguns propósitos para a existência da igreja: ensino, comunhão, adoração, serviço e evangelização.

Não basta sermos fortes em apenas um ou alguns desses propósitos. Precisamos nos fortalecer em todos eles para que sejamos uma igreja sadia e que cumpre os desígnios de Deus.

Uma igreja atuante, alegre e que serviram ao Senhor mesmo em tempos de perseguição. Um exemplo a ser seguido pela igreja atual.

VAMOS PENSAR UM POUCO
  1. – É possível ser uma igreja sadia e atuante sem a ação do Espírito Santo?
  2. – Dos cinco propósitos vividos pela igreja primitiva, qual deles temos sido mais fortes?
  3. – Dos cinco propósitos vividos pela igreja primitiva, qual deles temos sido mais fracos?
  4. – Na sua opinião, o que precisamos fazer para termos experiências semelhantes a da igreja primitiva?

Compartilhe:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Voltar ao Topo